7 de outubro de 2010

Gestão de Pequenos Escritórios de Advocacia!?

Prezados leitores,


Faz tempo que não realizo um sorteio de livros. Farei isso até o final do mês de outubro. Sortearemos, entre nossos seguidores, um livro da Editora Saraiva.


Aproveito o dia de hoje para fazer uma nova postagem.


Tenho lido em muitos lugares iniciativas, cursos, palestras, livros e artigos sobre gestão de escritórios de advocacia. Mas, ressalto duas situações especiais que devemos considerar e que, até onde tenho visto, não há informação correta quando se trata do assunto gestão de escritórios.


O primeiro ponto é o fato de que o currículo das faculdades de direito não concede espaço para disciplinas de formação gerencial, negocial, de caráter administrativo, de recursos humanos, de planejamento estratégico e conteúdos afins.


Ou seja, exigir tudo isso de um bacharel em Direito, advogado aprovado no Exame de Ordem, como se da noite para o dia fosse fácil aprender, compreender e aplicar tais ferramentas pode parecer exagerado demais.


Portanto, pergunto para quem já está na advocacia, como profissional liberal, sobretudo, no interior dos Estados da Federação: é fácil gerenciar o escritório? faz falta uma formação técnica com este objetivo?


O segundo ponto é justamente o fato de que a advocacia nas capitais e nos grandes centros é totalmente diferente, do ponto de vista da gestão, da advocacia liberal que se pratica no interior dos Estados. A conquista de grandes clientes, a conquista de remuneração mensal significativa, talvez nem seja o foco da maioria absoluta dos escritórios do interior. Penso que é imprescindível pensarmos sobre a gestão de pequenos escritórios de advocacia e a gestão de escritórios de advocacia situados no interior dos Estados.


Portanto, pergunto, para quem já está na advocacia, como profissional liberal, sobretudo, no interior dos Estados: você já leu algum artigo, assistiu alguma palestra, leu um livro ou participou de um curso sobre gestão de pequenos escritórios situados no interior dos Estados?


Pois bem! Devemos nos preocupar com isso! Não podemos imaginar copiar ou mesmo adaptar regras aplicadas ao gerenciamento de grandes escritórios situados nos centros comerciais, pois a realidade no interior dos Estados é extremamente diferenciada.


Já pensou sobre isso? Qual é sua maior dificuldade no interior do Estado de São Paulo?


Você está disposto a criar um grupo de pesquisas focado neste assunto? Podemos fazer isso como um novo projeto dos cursos de Pós Graduação Lato Sensu do Centro UNISAL Lorena SP!


Aproveitando, gostaria de informar que estarei com outros dois professores do Centro UNISAL, estudando um pouco mais sobre gestão e governança.


Participaremos de curso de formação de gestores em Londres e Paris, entre os dias 8 e 18 de outubro próximo, na University of London e na Paris-Est University, com os respectivos temas: Higher Education Management e Competitive Strategies for the Contemporary University. O curso faz parte do módulo internacional de um curso de MBA em Gestão do Ensino Superior promovido pela própria UNISAL, em Campinas – SP. É a quarta viagem internacional do grupo do UNISAL Lorena.


E aí?Vamos estudar gestão de pequenos escritórios no interior do Estado de São Paulo!? Sinta-se provocado! Grande abraço,


Advocacia Hoje Luis Fernando Rabelo Chacon www.cmo.adv.br

30 de agosto de 2010

ADVOCACIA E COPA DO MUNDO: OPORTUNIDADES

Amigos,


A advocacia é também a arte de aproveitar as oportunidades, pequenas ou grandes, na capital ou no interior. Meu sócio de escritório, Marcelo Marcos de Oliveira, focado no Direito do Turismo, nos encaminhou a seguinte notícia, que precisa ser lida e apreciada. Aprendendo...


Leia abaixo ou visite o link:

escritório cresce em área extrajudicial e foca na COPA



Escritório cresce em área extrajudicial e foca na Copa
Em meio a uma justiça abarrotada de processos e recursos que aguardam julgamento em interminável fila, um caminho está em crescimento e se mostra atraente para os escritórios de advocacia: a via extrajudicial, especialmente o suporte legal a negócios. É o caso do Emerenciano, Baggio e Associados - Advogados, escritório com 20 anos de atuação no mercado de direito empresarial. A banca, que tem cerca de 300 clientes ativos e mais de 2.000 na base, foca agora nos negócios da Copa do Mundo de 2014 e nas Olimpíadas de 2016, eventos que já geram oportunidades no Brasil também para a advocacia.

Uma equipe, formada por profissionais de diversas áreas como direito societário, contratos, tributário, administrativo e aduaneiro, trabalha de forma integrada para suprir as demandas das empresas em negócios ligados direta ou indiretamente aos eventos. Segundo Robertson Emerenciano, sócio fundador do escritório, o grupo liderado por sete profissionais já atua no projeto de remodelação e exploração comercial de um estádio e no edital para construção de um aeroporto em Natal. "O desafio do escritório foi chegar até aqui e ter condições de participar de tais projetos", afirma o advogado em entrevista ao DCI.

O escritório representou o consórcio Norte Energia, vencedor do leilão da usina de Belo Monte. "Em 20 dias formamos o embrião de um consórcio alternativo. Foi uma demanda que conectamos e fizemos acontecer", afirma o fundador. Há ainda um cliente brasileiro interessado em disputar a licitação para a construção e operação do trem de alta velocidade (TAV), que ligará o Rio de Janeiro a São Paulo e Campinas.

A atuação também se dá no contencioso, em todas as áreas -o escritório se especializou no conceito de full service. Mas a linha consultiva preventiva, extrajudicial, é a que tem maior demanda. "As empresas estão preocupadas em evitar problemas judiciais, pela morosidade e pelos custos", diz Emerenciano.

O contencioso, porém, não pode ser descartado. A parte judicial do escritório foi responsável por equilibrar as finanças do escritório, que sofreu os reflexos da crise financeira no ano passado com a redução da demanda por consultas e projetos. "O contencioso compensou e não tivemos perda de volume de negócios. Houve aumento das reclamações trabalhistas, das greves e das ações por indenizações, além das disputas por quebra de contrato e busca de créditos", diz o advogado, que acrescenta que o escritório tem 17 casos de recuperação judicial de empresas, grande parte iniciada no ano passado.

Hoje, o Emerenciano, Baggio e Associados conta com aproximadamente 250 advogados, além de 400 colaboradores. É o 8º escritório do País em número de advogados, de acordo com o anuário Análise da Advocacia 2009. A expectativa é alcançar 15% de crescimento em número de advogados e 25% em faturamento em 2010 em relação ao ano passado.

Trajetória

O escritório, que tem hoje sete unidades, tem uma "trajetória inversa": ao contrário dos grandes escritórios da capital paulista, o Emerenciano começou no interior, em Campinas, aproveitando o forte polo industrial da região. A filial na capital fez com que a banca migrasse também para o setor de serviços. "A expansão acompanhou o crescimento dos clientes. Depois fomos para Brasília e Rio de Janeiro, onde participamos da privatização da Telemar." Hoje, há também filiais em Porto Alegre, Salvador e Recife.

São Paulo tem a maior participação dos negócios do escritório, concentrando 45% de todas as unidades. Em 2003, o escritório assumiu a área legal da Deloitte. O grupo possui uma rede de correspondentes em 17 países e tem projetos em Angola.

"Somos também uma plataforma de negócios: conectamos clientes e criamos oportunidades, por exemplo, de fusão", diz Emerenciano. Para o futuro, pretende-se eleger novos sócios e expandir os negócios no exterior, especialmente na África. "Mas não esqueceremos nossas origens: o interior", diz o fundador.

A ideia é consolidar o crescimento em áreas com grande potencial: infraestrutura, tributos, fusões e aquisições, energia, transporte, petróleo, gás, contratos, societário, investimentos estrangeiros no Brasil e de brasileiros no exterior. Hoje o escritório cuida de sete operações de empresas internacionais no País.

"O Brasil tem mais de 600 mil advogados e há espaço para todos. Começamos com o desafio de participar de grandes transações e hoje, depois do reconhecimento dos clientes e do mercado, participamos de negócios de grande valor agregado", diz Robertson Emerenciano.



Advocacia Hoje Luis Fernando Rabelo Chacon www.cmo.adv.br

22 de agosto de 2010

Advogado e formação constante

Queridos leitores,

A advocacia é viva. Cada caso, cada cliente, cada audiência, pode desdobrar uma situação inesperada, exigir um conhecimento novo, uma experiência renovada. Na advocacia de massa, onde grandes escritórios manuseiam milhares de processos aparentemente próximos ou idênticos, pode até parecer que não há com o que se preocupar, que não exista novidade ou que o advogado será mero repetidor de textos copiados e colados sem cansaço...

Pois bem. Será que podemos tratar processos, causas e clientes sempre da mesma forma? Será que podemos imaginar que se estivéssemos doentes aceitaríamos que um médico, quase sem nos avaliar, repetisse a mesma receita do paciente da consulta anterior? Aceitaríamos?

Precisamos, por isso, renovar nossos conhecimentos, renovar nossos pensamentos e atuar como profissionais novos em casos novos, advogados novos com clientes novos. A renovação na atuação e no pensamento deve ser uma atitude constante do profissional liberal, principalmente do advogado. Fica fácil imaginar que a renovação na atuação e no atendimento, tanto quanto no desempenho do advogado, depende de atualização constante. A formação do advogado não se limita ao sucesso no Exame de Ordem, mas na atualização profissional constante.

As leis mudam. A posição dos Tribunais Superiores mudam. E o advogado precisa acompanhar de perto essa mudança, através da leitura de livros, de cursos de atualização, de cursos de especialização e pós-graduação, de cursos de extensão, de palestras, de seminários, de grupos de estudo, de eventos jurídicos e até mesmo na leitura diária de sites especializados.

Há muitos exemplos de mudanças atuais e futuras. Pense que estamos comemorando 20 anos do Código de Defesa do Consumidor. Pense na Lei de imprensa, inconstitucional? Na Lei do Novo Júri. Lembre-se, também, que estamos próximos da mudança de um dos Códigos mais importantes do sistema jurídico brasileiro, o Código de Processo Civil. 

Estamos, por exemplo, passando por mudanças significativas no Direito de Família, mas muitos são os advogados do interior que desconhecem "os detalhes" das novidades do Novo Direito de Família e isso acaba ficando restrito aos bancos acadêmicos e deixa de efetivamente chegar ao dia a dia forense de forma incisiva e constante como deveria ser.

Guarda compartilhada, pluriparentalidade, alienação parental e, agora, a nova lei do divórcio. Mudanças significativas no dia a dia forense das causas que envolvem o direito de família. Situações novas que estão chegando nos Fóruns, que estão sendo divulgados, inclusive, na mídia. Mas, perguntamos, como estão se preparando os advogados?

Os clientes na área do direito de família continuarão sendo atendidos como foram atendidos os clientes anteriores? As petições nos processos judiciais continuarão citando acórdãos de 5 ou 10 anos atrás? Ou efetivamente desejamos que os profissionais do direito, os advogados, os promotores e os juízes compreendam que o direito muda, que o fato social muda, que os valores mudam e que só podemos fazer Justiça de verdade quando estamos, passo a passo, ao lado dessas mudanças.

Que você, advogado, aluno de direito, ou profissional do direito, esteja sempre pronto para renovar, para se atualizar, para tratar cada caso, cada cliente, cada processo, como se fosse o único, o mais importante de toda sua carreira!

Grande abraço,


Advocacia Hoje
Luis Fernando Rabelo Chacon

13 de julho de 2010

Advocacia e o Convênio com a PGE.

Bom dia amigos,

Muitos ex-alunos depois que saem da faculdade me perguntam se vale a pena encarar a "assistência", ou seja, se vale a pena advogar através do convênio da Procuradoria Geral do Estado. Esse é um tema importante para o advogado do interior do Estado de São Paulo e para os advogados em início de carreira, principalmente. Esse tema é atual, pois recentemente foi renovado o convênio OAB SP x PGE SP.

Entenda: o Governo do Estado deve conceder à população de baixa renda assistência judiciária gratuita e deveria fazê-lo através da Procuradoria Geral do Estado. Em São Paulo, entretanto, não há número suficiente de Procuradores para atender a demanda, necessitando de apoio da OAB SP que, através de parceria, seleciona advogados que serão remunerados pelo Estado e exercerão sua função em prol daquelas pessoas de baixa renda. A remuneração não é obviamente a mesma que o advogado alcançaria em atendimentos comuns, sobretudo, tendo como mínimo a Tabela de Honorários da OAB SP. Contudo, é uma oportunidade de início de carreira e de remuneração sem inadimplemento.

Agora vamos voltar ao questionamento dos ex-alunos: vale a pena advogar pela Assistência?

A resposta é sempre positiva. Sim, é muito importante para os advogados de início de carreira que tiverem oportunidade e até mesmo necessidade. Tenha certeza que advogar para os mais necessitados é muito gratificante e, ainda, nos faz vivenciar situações jurídicas e processuais que nos ensinarão a todo momento. Além da remuneração em si, o aprendizado e a experiência adquirida são fundamentais para que o advogado possa iniciar sua carreira.

Logicamente que o advogado iniciante deve ter atenção suficiente para atender o cliente da Assistência como se fosse seu melhor cliente. Pois essa é uma regra de ouro na prestação de serviços: cada cliente é o seu melhor cliente! Tratar bem as pessoas, realizar um serviço aplicado e organizado nas petições e nas audiências, somente elevará o seu nome na Comarca onde atua. A remuneração será o suficiente para ajudá-lo inicialmente na carreira, mas a experiência e o seu nome circulando na praça, como diz o jingle, não tem preço!

Muitos também dizem que atender os clientes da Assistência é positivo por que isso movimenta o seu escritório. Ou seja, se seu escritório é novinho em folha, só com recém-formados, a Assistência poderá movimentá-lo de modo a permitir que você aprenda e pratique um pouco da dinâmica da gestão do seu escritório, bem como permitir que o público externo perceba que efetivamente seu escritório está funcionando!

Para quem gosta do lado social da advocacia a Assistência é certamente um ótimo lugar para ter orgulho de ser advogado e alcançar objetivos outros na profissão. Ajudar o próximo, logicamente, não exige que você seja advogado da Assistência, pois podemos ajudar de outras maneiras, mas certamente é uma forma de ajudar, satisfazer esse seu lado social, e ao mesmo tempo tirar proveitos para seu escritório.

O importante é efetivamente fazer o melhor serviço possível nos processos da Assistência! Lembre-se que o público externo, inclusive, o "Fórum" estará de olho no seu trabalho! É uma oportunidade de ser elogiado, de ser reconhecido como um bom advogado! Faça tudo para que o processo da Assistência seja o processo mais importante! Escreva bem, atenda os prazos, atue de forma correta nos autos e mostre que você tem potencial! Tenha certeza que sua boa atuação se destacará no "Fórum" e isso refletirá no seu futuro!

Como essa é uma realidade do advogado no Estado de São Paulo, sobretudo, no interior, achei importante uma postagem com esse assunto. Espero que tenham gostado!

E você, tem alguma história para contar sobre a Assistência? Deixe seu recado, deixe uma postagem para que os demais leitores compartilhem as experiências...

Grande abraço,

Advocacia Hoje Luis Fernando Rabelo Chacon www.cmo.adv.br

1 de julho de 2010

MANUAL DE PRÁTICA FORENSE CIVIL - lançamento - SARAIVA

Olá Pessoal,

Hoje estou fazendo uma postagem especial.

Primeiro, para divulgar a ganhadora do nosso último sorteio de uma obra da Editora Saraiva. A sortuda é a aluna do Curso de Graduação em Direito do UNISAL Lorena, Marie Paiva! Parabéns! Retire a obra comigo em agosto!

Segundo, para anunciar oficialmente a divulgação da minha nova obra da Editora Saraiva:


Gostaria muito que você tivesse acesso a esse livro que foi escrito especialmente para Advogados e futuros Advogados! Tenha certeza que você gostará muito da leitura e encontrará muita utilidade cotidiana no livro!

No próximo sorteio brindaremos o sortudo com esse novo livro: Manual de Prática Forense Civil!

Amanhã começa julho! Para quem é aluno, férias. Para os profissionais, Copa do Mundo! Sorte ao Brasil!

Grande abraço,

Luis Chacon

Advocacia Hoje Luis Fernando Rabelo Chacon www.cmo.adv.br

15 de maio de 2010

ADVOCACIA DE ONTEM, ADVOCACIA DE HOJE: Piero Calamandrei

Querido leitor,

Você conhece algum livro antigo, algum texto antigo, que parece novo e útil aos dias atuais da área jurídica? Deixe seu recado, deixe um link, uma mensagem, cite um livro ou uma frase! Deixe sua marca registrada! Ao final, comente nossa postagem!
1 - Textos antigos e atual advocacia

A advocacia é um charme. A arte de advogar é repleta de condecorações. As palavras, as frases, os termos em latim, o brocardo romano e a parafernalha processual - tudo isso com o fim de solucionar conflitos, evitar conflitos, alicerçar valores sociais.

Uma das obras mais respeitadas no mundo jurídico e que deveria ser lida incansavelmente pelo aluno e pelo profissional do direito é de autoria de Piero Calamandrei, o denominado "ELES, OS JUÍZES, VISTOS POR UM ADVOGADO". A primeira edição é de 1935 - mas parece uma obra escrita ontem.

Na introdução da obra publicada na forma traduzida no ano 2000 pela Editora Martins Fontes, pode ser lido, da palavra de Paolo Barile (setembro de 1989), um detalhe que toca a Advocacia até hoje.

Diz o texto: "O aspecto mais difícil da profissão liberal é a relação entre cliente e advogado. O cliente não deve tomar iniciativas não combinadas com o patrono, nem pretender, de um modo ou de outro, impor-lhe suas diretivas técnicas. O cliente, dizia Calamandrei (mas não escreveu), tem um só direito: o de mudar de advogado".

Do capítulo IV, "Da chamada oratória forense" pode-se extrair detalhes importantíssimos sobre o cotidiano forense, escritos a tanto tempo, porém muito atuais. Ressalto algumas passagens brilhantes:

"Disse o juiz a respeito de um arrazoado todo colorido de artifícios retóricos, depois de ouvir com deleite, mas com suspeita: - Diria como daquela rosa: é tão bela que parece falsa."

"A maior maldade que um juiz pode fazer com um advogado é deixá-lo falar sem o interromper, quando percebe que diz coisas inúteis ou danosas à defesa que sustenta".

No capítulo VII, "De certas aberrações dos clientes que os juízes devem recordar para desculpa dos advogados" há também passagens brilhantes e muito úteis ao advogado nos dias de hoje:

"Útil é o advogado que fala o estritamente necessário, que escreve clara e concisamente, que não entulha a audiência com sua personalidade invasiva, não aborrece os juízes com sua prolixidade e não os deixa suspeitosos com sua sutileza - (...)".

Pode-se ver que essa obra, tão antiga, é tão atual.

Se você advogado não a conhece, deveria conhecer. Se você aluno de direito ainda não leu, deveria ler.

Há no livro informações ricas que poderão lhe ajudar no futuro, muito mais do que poderá lhe ajudar ter um código civil ou penal nas mãos - ou ter uma pesquisa no google para lhe ajudar.

Esse livro é daquele que tempos em tempos deve ser relido, pois as experiências vividas alimentam sempre uma nova leitura.

Alguém conhece esse livro?

2 - Palestras sobre Gestão de Escritórios

É muito importante fomentar a profissionalização da gestão de escritórios de advocacia e da advocacia como um todo. Espalhe essa ideia!

Segunda-feira, dia 24 de maio, estarei em Campos do Jordão, na Subseção da OAB, proferindo uma palestra sobre Aspectos relevantes da gestão de escritórios de advocacia.

No dia 13 de agosto, sexta-feira 13!, estarei na Semana Jurídica da OAB Subseção de Pindamonhangaba, proferindo também uma palestra sobre gestão de escritórios.

Aproveite e divulgue nosso blog! Indique para algum amigo!Encaminhe a nossa postagem ao email dele! É fácil e rápido! Basta clicar no desenho de envelope no final da postagem!

3 - Sorteio de livro

Como prometido os "seguidores" de nosso blog cotidianamente são agraciados com o sorteio de obras jurídicas.

O último sortudo é nosso seguidor José Donizete. Você deverá retirar conosco sua premiação. Um livro sobre Direito das Obrigações, da Editora Cabral Universitária. Parabéns!

Até mais pessoal!

Luis Fernando Rabelo Chacon
Advocacia Hoje http://www.cmo.adv.br/

30 de abril de 2010

DIGA: qual o perfil ideal do estagiário de direito?

Andei pensando nos estagiários! Durante estas duas semanas andei pensando bem sobre o perfil de estagiários de direito. Ficam muitas dúvidas no ar. Nós nem sempre conseguimos definir exatamente esse perfil.

Quando um profissional me procura para indicar estagiários do Curso Direito do Centro UNISAL - Lorena - SP eu sempre tenho dúvidas. Nem sempre quem me procura sabe o que quer ou exatamente o que precisa. Os alunos, por sua vez, nem sempre estão preparados para olhar as oportunidades e se preparar para determinadas entrevistas. Geralmente preparam o mesmo currículo para todas as oportunidades e nas entrevistas com o Diretor do Cartório do Fórum se comporta da mesma forma que se comportaria com um advogado sócio de um escritório.

Pessoalmente eu tenho muitas dúvidas!

Bons alunos são necessariamente bons estagiários?

O estagiário sempre tem que ter alguma experiência anterior para que seja escolhido ou preferido em relação aos não experientes?

Que tipo de conhecimento em tecnologia se exige hoje de um estagiário de advocacia?

Na seleção de estagiários de direito é importante pedir uma redação sobre temas contemporâneos e atuais?

A aparência é relevante, então enviar currículo com foto é importante?

A faculdade onde ele estuda faz toda a diferença e é um diferencial?

Para serviços externos é melhor o estagiário do que a estagiária?

A indicação é mais importante que o currículo e a experiência?

Escrever bem ou falar bem? O que é melhor?

Estagiário tímido, introvertido tem espaço em quais atividades?

Hoje resolvi escrever para ouvir vocês! Nossos leitores são alunos de Graduação, portanto, estagiários em potencial, são alunos da Pós-Graduação, portanto, profissionais que contratariam estagiários...

O que você acha? Deixe sua postagem! Deixe seu recado!

Como você se comporta diante de uma oportunidade?

Como você seleciona seus estagiários?


Luis Chacon
Advocacia Hoje
http://www.cmo.adv.br/

8 de abril de 2010

ESTOU PREPARADO PARA O MERCADO?

Advocacia Hoje

Queridos amigos,


1 - O sortudo do mês de fevereiro, Geraldo, aluno da Graduação em Direito do Centro UNISAL Lorena, já recebeu sua obra da Editora Saraiva, de Direito Tributário.


Na próxima segunda, dia 12 de abril, faremos o sorteio de outra obra de cortesia da mesma editora: “Curso de Direito da Seguridade Social”, de Augusto Massayuki Tsutiya ex-aluno de nossa Faculdade de Direito, Procurador Federal do INSS.


2 - Atrasei um pouco nossa postagem!


Desde segunda-feira passada estava em São Paulo participando do “Seminário Internacional Novas Dinâmicas do Ensino Superior” promovido pelo Centro UNISAL e pela Faculdade de Roseira - FARO. Foi um evento espetacular com palestrantes dos EUA, do Chile e da Espanha.


3 - Hoje nossa postagem terá dois eixos fundamentais:


(a) a visão do empresário em relação à contratação de advogados no Brasil, segundo pesquisa feita no âmbito nacional e


(b) a visão do empresário para a contratação de qualquer profissional segundo pesquisa internacional.


O primeiro eixo aponta um resultado de uma pesquisa feita com escritórios e departamentos jurídicos do Brasil, com empresários que contratam e precisam de advocacia. O segundo eixo tem como centro um ponto importante de uma das palestras sobre empregabilidade que assisti no Seminário que participei no começo da semana.

A ideia é: só posso estar preparado para o mercado de trabalho se eu conheço as exigências do mercado de trabalho! Então, vamos lá:
 (a) Hoje é possível imaginar a atual importância do advogado e do departamento jurídico para as empresas e para os negócios, ressaltando que o departamento jurídico passou a ser avaliado como investimento e não mais como despesa.


Veja sobre isso o conteúdo da primeira pesquisa feita no Brasil, resumida no seguinte endereço eletrônico: http://departamentojuridico.blogspot.com/2010/01/primeiro-estudo-brasileiro-sobre.html  


Em resumo, quero destacar:


As 3 principais fontes de informação que os departamentos jurídicos utilizam para identificar, avaliar e selecionar escritórios de advocacia:
- indicações provenientes de advogados internos de outras companhias;
- indicações provenientes de escritórios de advocacia;
- indicações provenientes da administração da empresa.


Critérios mais citados para contratar um escritório de advocacia:
- Expertise jurídica;
- Agilidade no atendimento;
- Experiência no setor de atuação da empresa;


Critérios mais importantes para os escritórios manterem as contratações e receberem mais serviços dos departamentos jurídicos:
- Qualidade do serviço jurídico;
- Comunicação regular dos assuntos que foram objeto de contratação;
- Aperfeiçoamento contínuo do atendimento;


Critérios mais importantes para dispensar escritórios de advocacia:
- Baixa qualidade do serviço jurídico;
- Falta de ética e profissionalismo;
- Descuido na condução de uma ou mais questões críticas;


(b) “Que requieren los empresarios?”


Na mesma linha de raciocínio quais são as habilidades e competências que o mercado internacional, o que não exclui o Brasil, exige do profissional para atuar em favor de empresas?


Foi o tema de uma das palestras, focado na dinâmica da empregabilidade. Vejam os apontamentos do professor José Joaquim Mira, da Universidade Miguel Hernandez - Espanha, segundo pesquisa internacional:


Que requieren los empresarios?
- Motivación
- Responsabilidad en el trabajo
- Iniciativa
- Capacidad e afán de aprendizaje
- Habilidades sociales y comerciales
- Liderazgo
- Flexibilidad y Adaptación al cambio


Conclusão:


O Advogado de hoje precisa estar atento para tais eixos. Seja como profissional liberal ou como profissional contratado (com carteira assinada ou autônomo). É preciso estar preparado!


Muito além do que prestar e passar no Exame da OAB o profissional para ter espaço e sucesso no mercado de trabalho, inclusive financeiro, precisa estar muito atento aos fatores acima indicados.


Para a contratação de advogados e escritórios de advocacia não é só o conhecimento e os resultados acadêmicos que são considerados. Há outros valores considerados por quem contrata!


A grande questão é saber que existe espaço para que advogados e escritórios ocupem seus lugares, tragam rentabilidade desejada e permitam o seu sucesso profissional.

Não há dúvida que parte da “receita do bolo” está indicada acima. É preciso estar preparado para buscar uma vaga no mercado de trabalho ou para que seu escritório de advocacia consiga alcançar clientes de valor.

Os estagiários, não se esqueçam, isso também vale para vocês!

E lembre-se a importância da indicação: um serviço bem prestado mantém você como advogado da empresa e gera, depois, a indicação do seu trabalho para novos clientes!

Sendo assim, mãos à obra!

Até a próxima! Aguardo seus comentários e contribuições!

Grande abraço,

Luis Fernando Rabelo Chacon



http://www.cmo.adv.br/

17 de março de 2010

ADVOCACIA: CLÍNICA GERAL OU ESPECIALIZAÇÃO?


Hoje convidei um colega, advogado, para escrever sobre um tema muito interessante. Confira!

Todo e qualquer bacharel em ciências jurídicas, quando do término de sua formatura possui basicamente a mesma indagação: advogar ou estudar para concurso público? Quando a resposta a essa pergunta é advogar outras salutares são constituídas:

1. Abrir um escritório sozinho ou com algum(ns) colega(s)?


2. Participar do convênio da assistência judiciária ou não?


3. Ser um advogado clínico geral ou fazer alguma especialização?

Nesse texto tentaremos auxiliar os colegas na formulação de suas respostas.

O advogado recém ingressado na profissão deve efetivamente refletir, com demasiada ponderação, em relação a nossa primeira indagação. Abrir um escritório de advocacia sozinho é uma situação que possui inúmeros pontos positivas e negativos, vejamos:

Atualmente a situação de crise econômica mundial atingiu, certamente, quase que grande parte de nossa população. Devemos, quando da abertura de nosso escritório, estar atentos a diversos fatores que efetivamente influenciaram nosso futuro profissional.

Se o advogado não possui ponto comercial próprio deverá o mesmo alugar um, e aqui vão umas dicas sobre esse assunto. Em primeiro lugar deve o colega procurar uma imobiliária de confiança, uma imobiliária de preferência de renome municipal, isso para evitar qualquer tipo de “dor de cabeça gratuita”. Fuja, quando possível, de locar imóveis de conhecidos, amigos e parentes. É sempre bom manter excelente relacionamento com essas pessoas, e qualquer eventual problema que o colega tiver, verbi gratia, atrasar o aluguel, encanamentos em péssimo estado, etc. pode “abalar” as fundações dessa sua ligação emocional com essas pessoas.

Portanto, tente locar um imóvel de um terceiro, através de uma imobiliária de confiança. Nunca é demasiado lembrar: leia o contrato de locação em seu inteiro teor, não confie em eventuais instintos, a leitura in totum do instrumento negocial é um dos requisitos fundamentais para a concretização de um bom negócio.


Outro relevante ponto sobre esse tema circunscreve-se a questão do valor do aluguel. Antes de “sair correndo” atrás de um imóvel para locar, verifique a sua concreta disponibilidade econômica, ou seja, verifique o quanto realmente você pode gastar com um aluguel (lembrando aqui que nas despesas fixas do escritório teremos ainda, em regra: água, luz, telefone, internet, e insumos do escritório – como tinta para impressora, papel-, etc.). Ademais, esse calculo não deve se restringir a períodos curtos, como um mês, mas no mínimo um ano. Tal iniciativa irá auxiliar o colega, tendo em vista a tranqüilidade financeira estar ligada a um período maior de tempo.

Assim, verificado o quanto você pode gastar, e tendo achado uma imobiliária de confiança, o próximo passo do colega é encontrar o ponto comercial. Lembre-se: o advogado precisa ser visto; nessa ótica, se possível, escolha um ponto comercial onde há grande circulação de pessoas, e acesso fácil a seu escritório para pedestres e clientes que desejam em seu escritório estar, porém que se deslocam de carro.

Deste modo, verificada essas condições, o colega terá que por fim, quando da escolha do ponto comercial visualizar se o mesmo está em boas condições, e se não necessitará de “reparos ou reformas” em um curto espaço de tempo.

Pois bem, escolhido o ponto é necessário refletirmos: iremos trabalhar sozinho ou na companhia de outros colegas? Trabalhar sozinho irá gerar algumas consequencias: as despesas todas serão suportadas por você, não existirá outra pessoa que possa lhe auxiliar com mencionadas. Quando você tiver que fazer uma audiência, ou atender um cliente fora do escritório, você deverá fechar o seu escritório, e é sempre bom frisar: há audiências em que você irá permanecer no fórum por pelo menos uma tarde.
Quando sozinhos estamos, nosso ciclo de amizades de potenciais clientes é restrito. E por fim, estando sozinho, você precisará ter colegas, “de fora do escritório”, que lhe auxiliaram em questões cotidianas práticas, muitas das vezes não lecionadas no âmbito da graduação.

Porém se sua ideia é trabalhar com outra pessoa fique atento a algumas dicas: escolha bem esse parceiro, deve ser o mesmo uma pessoa de confiança, afinal o seu escritório estará com ele, quando de sua ausência.
Defina por escrito as condições de auxilio financeiro: se irão dividir as despesas, por exemplo. Tentem estipular um horário ordinário de trabalho, afinal não é porque você é um profissional autônomo que não há necessidade de cumprimento de jornada. Saiba que seu “pão” virá de seu escritório, portanto trata-se como “empregado de você mesmo”.

E o ponto crucial de trabalhar com outra pessoa: vocês formarão uma sociedade? Ou será “cada um por si”? Defina por escrito isso, não faça acordos verbais, afinal no começo a impressão que temos é que tudo é maravilhoso, mas é só termos um problema que tudo pode se ruir. Nessa ótica instrumentalize o pactuado.
Escolhido o ponto, e já definido se iremos ou não trabalhar com outra pessoa, devemos responder a segunda indagação, assistência judiciária ou não?

A assistência judiciária é uma salutar ferramenta para o advogado em início de carreira, em especial para o colega autônomo, e que não possua parentes ou afins ligados à área jurídica. Com ela o advogado terá a grande baliza de seu escritório: os clientes; afinal sabemos da dificuldade de, no início de nossa profissão, conquistarmos de pronto a confiança de nossos clientes, isto porque na maioria das vezes o cliente tem uma impressão errônea, que inexperiência prática é sinônimo de inexperiência teórica.
Nessa visão a assistência judiciária é um grande instrumento de apoio aos advogados iniciantes. Ademais dá grande auxilio em um dos fundamentais pontos da advocacia: o network, o contato com outros colegas, afinal o advogado precisa “se mostrar” não só para seus clientes, ou potenciais clientes, mais também deve ser visualizado por outros colegas.

Isso porque ninguém sabe tudo, nenhum jurista conhece todo o ordenamento e seus pormenores, assim uma boa rede de relacionamentos com outros advogados pode lhe auxiliar a conseguir bons e importantes clientes, ou seja, tenha essa rede de contatos para tentar trabalhar em parcerias. Essa forma de trabalho, mesmo para você que escolheu com alguém trabalhar, é ponto fundamental no crescimento profissional e de seu escritório.

Se você optou por ingressar na assistência judiciária alguns pontos devem ser destacados. O ponto principal e positivo já fora explanado: clientes. Porém um ponto negativo também deve ser demonstrado – a remuneração.

Não tenha a falsa impressão de que você ficará rico atuando na assistência judiciária, afinal a remuneração paga pela Defensoria Pública do Estado de São Paulo é notoriamente baixa. Atualmente o maior valor constante da tabela de honorários advocatícios desse convênio circunscreve-se na monta média, no âmbito civil, de R$ 600,00 (seiscentos reais).

E você somente irá receber tal quantia quando, em regra, existir uma sentença judicial, e nessa cadeia de eventos: terminado o processo o juiz expedirá uma certidão de honorários advocatícios, da qual deverá por você ser protocolada junto a OAB, e após quase 40 (quarenta) dias do protocolo a quantia será depositada.

Outra informação de suma importância é a seguinte, para você que irá fazer parte do convênio da assistência judiciária: leia com atenção todos os termos e cláusulas estabelecidas nesse convênio, para você conhecer seus direitos e especialmente seus deveres.

Por fim, se você escolheu fazer parte da assistência judiciária você deverá indicar às áreas em que pretende atuar. Saiba, existem diversas áreas: civil, família, penal, juizado especial cível, juizado especial criminal, infância e juventude, previdenciária, criminal, etc. E aqui indagamos: qual área escolher? A resposta a essa pergunta esta diretamente ligada a resposta de nossa terceira indagação: ser clínico geral ou advogado especializado?

Para quem não conhece a expressão clínico geral aqui vai uma singela conceituação. Clínico geral é o advogado que atua em todas as áreas jurídicas, é o colega que em sua placa de identificação no escritório, ou em seu cartão de apresentação coloca que atua em, por exemplo: direito penal, direito civil, direito de família, direito empresarial, direito tributário, direito previdenciário, direito do trabalho, direito militar, etc.

Ser um advogado clínico geral traz um pseudo-benefício ao colega recém ingressado na profissão: terá ele, provavelmente, um grande número de clientes em um curto espaço de tempo, ou seja, você que adotar esse modelo conseguirá rapidamente ter um volume grande de clientela. Porém devemos advertir: ninguém sabe tudo!

Ainda mais em uma ciência tão complexa como o direito onde existe um número infinito de legislação, doutrinas divergentes, posicionamentos jurisprudências majoritários e minoritários. Assim, atuar como um clínico geral trará, provavelmente, vários clientes ao seu escritório, mas algo será suprimido da vida do clínico geral: a qualidade do atendimento e das petições elaboradas.

Como você, optante pela advocacia clínica geral, terá vários clientes certamente não terá tempo hábil para atende-los de maneira minuciosa, para efetivamente conhecer o real problema de seu cliente. E ainda, como se atua em todas as áreas, certamente não terá condições temporais de estudar as inovações trazidas pela legislação, ou a criação de novas teorias pelos recentes doutrinadores. Assim, as petições por você confeccionadas não terão o grau de profundidade necessário para formar, ou auxiliar o convencimento do magistrado, sua dialética será frágil.

Portanto, claro está nossa opinião de que o advogado não deve atuar como clínico geral, deve o mesmo buscar uma especialização. E essa especialização inicia-se até mesmo quando do ingresso no convênio da assistência judiciária: não deve o colega assinalar que atua em todos os campos do convênio, mas sim somente aqueles em que possua maior afinidade e conhecimento teórico, verbi gratia, se você possui maior conhecimento cientifico da área do direito civil, assinale direito civil e direito de família, não há necessidade de atuar na área penal, haja vista você não possuir grande afinidade e não possuir o mesmo grau de instrução cientifica sobre o tema.

Dito, e debatido que a especialização deve ocorrer uma outra indagação deve ser formulada: especializar em qual área do direito? Em qual faculdade?
Não iremos aqui afirmar que o colega deva fazer uma especialização nessa ou naquela área porque é essa área que está dando bons frutos pecuniários; isso porque querer se especializar em uma área tendo em vista o hipotético retorno econômico é uma ideia errônea do colega. Afinal só será bem sucedido o advogado que visualizar que o retorno pecuniário será consequencia do suor de sua labuta diária, e não que o dinheiro simplesmente virá tão somente porque o colega possui uma especialização, portanto aqui vai mais uma dica: estude, estude, estude e trabalhe, trabalhe e trabalhe – essa é fórmula mágica para ter o retorno pecuniário desejado.

A escolha da área de especialização é momento de suma importância na vida profissional e acadêmica do advogado. Deve ser precedida de grande reflexão. Não deixe se levar pelo momento, não faça uma especialização simplesmente porque aquele tema esta na moda, sua escolha deve basear-se em satisfação profissional, afinidade com a matéria e amor pelo estudo daquela matéria.

Simplesmente optar por uma pós-graduação, que irá demandar um vultoso investimento pecuniário, só porque aquele tema esta na moda é fazer uma escolha errônea, que poderá trazer mais malefícios do que benefícios. Afinal pode o colega, no decorrer do curso, verificar que não tem aptidão, ou afinidade com o tema, isso após já ter feito um sacrifício pecuniário razoável.

Portanto, verificar com antecedência a área de escolha, é condição fundamental para uma boa especialização. Outro ponto de fundamental importância; escolhido o tema (a área), deve o advogado verificar quais faculdades proporcionam tal curso, e ainda qual o valor da mensalidade.

Juntamente com a escolha a ser estudada, a escolha da faculdade onde estudar é um dos mais importantes requisitos no momento de nos especializarmos. Escolha sempre faculdades de renome e prestígio, como por exemplo: USP, PUC, UNISAL, etc. Fique atento aos programas de pós-graduação proporcionados pelos cursinhos jurídicos. Verifique qual faculdade irá lhe diplomar, e ainda verifique se sua diplomação tem valia junto ao Ministério da Educação.

Escolhida a faculdade e o curso devemos refletir: qual o ponto positivo da especialização? A especialização trará ao colega advogado maior preparo para atuar naquela especifica área. Terá o mesmo conhecimento mais aprofundado daquele ramo especializado do direito, podendo consequentemente elaborar petições mais “robustas”, aumentado assim a dialética.

Ademais o colega terá maior profundidade teórica quando de uma consulta ou consultoria. Poderá o colega especialista “selecionar” melhor seus clientes, afinal sendo especialista na área suas consultas, e principalmente petições tem a maior chance de obter êxito, junto ao Poder Judiciário.

O colega especialista, quando seleciona mais seus clientes, pode ter a falsa impressão de que esta perdendo clientes. A curto prazo isso pode sim ocorrer, em comparação ao advogado clínico geral, porém a longo prazo a ótica se inverte, seus clientes serão em maior número, possivelmente, e em maior qualidade, certamente, em relação ao advogado clínico geral.

E ainda, como você é um especialista na área sua remuneração também deve ser diferenciada do clínico geral. Isso porque, novamente frisamos, você possui maior capacidade teórica do que o clínico geral.

Portanto, fuja da advocacia clínica geral, tente se especializar em alguma área do direito, ou em áreas conexas, por exemplo, se você é um advogado que quer atuar somente com empresas deverá no mínimo ter conhecimento em: direito tributário, direito civil e direito do trabalho. Áreas mínimas para dar um satisfatório suporte a uma empresa, que necessite dos seus serviços.

Assim, a especialização não é mais um requisito de luxo do mercado, mas função e ferramenta essencial a qualquer advogado, isso porque o atual mercado, através das empresas, e os clientes pessoas naturais, procuram um profissional especialista na área e não mais o advogado que sabe tudo. Lembre-se: estude, estude e estude, trabalhe, trabalhe e trabalhe; e tenha em mente o que já dizia o grande filósofo: o advogado que deixar de estudar um dia será menos advogado no outro dia.

Danilo Homem de Melo Gomes da Silva
Advogado. Professor de Direito. Pós Graduado pelo Centro UNISAL Lorena SP.

1 de março de 2010

Estudo de Casos: aprendizado focado na atividade do advogado!

A advocacia e o estudo de casos concretos são elos de aprendizado interdisciplinar e constante, com foco em assuntos que nem sempre fazem parte do nosso cotidiano.
A Advocacia representa para a maioria dos advogados um ofício de constante discussão e debates. Cada caso que um advogado assume exige dele uma análise pontual, como se fosse sempre um assunto novo, um problema novo, uma situação nova. Por conta disso, por que "cada caso é um caso", um advogado deve atuar sempre tendo em mente uma visão estratégica. Deve olhar os problemas por vários pontos de vista. Deve observar o que geralmente não se observa, ir além da norma jurídica, ver além das pessoas, ver além do patrimônio, deve compreender realmente em que consiste a possível solução para o interesse do seu cliente e a satisfação do que se considera Justo. Deve calcular as jogadas futuras, como num jogo de xadrez. Deve antecipar jogadas e mostrar ao oponente não somente suas armas, mas, sobretudo, as soluções que pode lançar mão ao longo da batalha.

É por isso que o estudo de casos concretos permite ao profissional aprender muito mais do que a leitura de um livro propicia, mostrar muito além do que uma boa aula pode apresentar, aprofundar muito mais o tema do que faria o melhor professor. A Casoteca Direito Unisal tem esse objetivo: mostrar o que você nunca viu, olhar por onde nunca se olhou, pensarmos juntos em casos reais, em soluções reais e argumentos reforçados pela experiência de todos!

1 - Casoteca Direito UNISAL

Neste sábado os Cursos de Pós-Graduação em Direito do Centro UNISAL Lorena - SP fecharam mais um ciclo de debates sobre casos concretos do programa Casoteca (www.casoteca.com).

Os três cases discutiram com os 100 participantes presentes problemas específicos da área de saúde, meio ambiente e moradia. Contamos com a participação dos seguintes alunos da Pós-Graduação: Diógenes, Maria Inês, Ana Paula, Maria Paula, Douglas e Cláudia. Os quatro primeiros como apresentadores e os dois últimos como debatedores. Estes últimos foram seguidos de alunos da Graduação: Raphaela, Lucca, Martiane, João Paulo e Elizeo.

Veja o comentário de um dos alunos da Pós-Graduação que apresentaram um case para discussão:

"A minha participação no II Workshop Casoteca foi extremamente gratificante do ponto de vista pessoal, e da maior importância sob o aspecto de aprendizagem, quer como profissional, quer como aluno. A escolha do tema, a pesquisa, a redação da Nota de Leitura, a montagem dos slides, a apresentação do case no II Workshop, os debates no auditório, permitiram ampliar meus conhecimentos não apenas sobre o tema do case, mas sobre tantos outros que envolvem o projeto. A experiência de apresentar o trabalho no auditório foi única, emocionante mesmo, de extrema valia. Com certeza, valeu a pena! –

ATT." Diógenes Gori Santiago

Aprendemos muita coisa nova! Olhamos para problemas regionais! Um debate muito enriquecedor!

O primeiro case apresentado pelo advogado Diógenes Gori Santiago discutiu o problema das ações judiciais promovidas em face do poder público para o acesso gratuito a medicamentos. Discutiu-se se é exigível a hipossuficiência ou basta ter necessidade do medicamento; a solidariedade passiva entre o poder executivo municipal, estadual e federal; e a teoria da reserva do possível.

O segundo case apresentado pela advogada Maria Inês Lourenço dos Santos discutiu o problema da transposição do Rio São Francisco e pontualmente as intervenções humanas no Rio Paraíba do Sul, aqui em nossa região. Discutiu-se a questão do equilíbrio entre o custo de obras desta natureza, o efetivo resultado em prol de uma coletividade delimitada ou não de pessoas e a existência de outras saídas possíveis. Na mesma esteira, pretendeu-se avaliar que em casos concretos o impacto ambiental e social na população ribeirinha pode ser prejudicial, como se tem observado em algumas situações concretas; colocou-se em debate a análise apurada do Estudo de Impacto Ambiental realizado para obras de tal magnitude.


O terceiro case apresentado pelas advogadas Maria Paula Meirelles e Ana Paula de Souza discutiu os problemas jurídicos e sociais de loteamentos irregulares, tendo como fundo da discussão o Loteamento Pinheirinho, da cidade de São José dos Campos; apontou-se o problema urbanístico, ambiental e social da favelização de algumas áreas sem qualquer controle e interferência estatal ou então, como é o caso do tal Loteamento, sem que a interferência estatal se efetive; apontou-se o problema da função social da propriedade; discutiu-se a competência do juízo da falência para julgar o caso de São José dos Campos, além de demonstrar que os serviços públicos são fornecidos sem a regularização do loteamento, permitindo que estejam acomodados os posseiros.

O debate foi rico e contou com a participação de alunos da Graduação e da Pós-Graduação em Direito do Centro UNISAL Lorena, com o apoio dos Professores Luiza Sodero, Marcelo Marcos de Oliveira e Luis Fernando Chacon.

2 - Sorteio da obra mensal deste BLOG

No mês de janeiro a sortuda foi a aluna Maria Inês, que também contribuiu com a Casoteca. No sábado, dia 20 de fevereiro, ela recebeu das mãos do Supervisor dos Cursos de Pós-Graduação o Tratado de Responsabilidade Civil do autor Carlos Roberto Gonçalves, uma cortesia da Editora Saraiva.

O próximo sorteio ocorrerá nesta semana! Para concorrer é preciso estar cadastrado no BLOG, ser seguidor! Atualmente são 89 seguidores e mais de 1300 visitas em três meses! Faça parte deste grupo!

Até a próxima postagem!

Grande abraço,

Luis Fernando Rabelo Chacon

Advocacia Hoje
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17 de fevereiro de 2010

Como começar bem na advocacia?

Advocacia Hoje
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Muitos alunos depois da formatura, após o baile, encaram uma realidade que nem sempre está tão bem desenhada: o futuro na advocacia.

Como estamos iniciando o ano de 2010 e considerando que muitos bacharéis em Direito foram aprovados no Exame de Ordem, é oportuno escrever um pouco sobre isso.

1 - Primeiramente dizer que a felicidade não está no retorno financeiro da profissão, mas sim na paixão com que se realiza a atividade profissional. O dinheiro nos deixa feliz, mas a satisfação e a alegria de se fazer o que se gosta não tem preço.

Porém, nem todos os "recém-advogados" conhecem todas as possibilidades da advocacia. Entra aí o primeiro desafio: conhecer todas as atividades profissionais da advocacia, conhecer as áreas de atuação, conhecer os modelos de escritório etc. e buscar aquilo que mais tem a ver com você!

Você já pensou sobre isso? Conversou com alguém que tenha experiência na área que pretende atuar?

2 - Num segundo momento lembrar que o advogado poderá ser um profissional liberal, poderá atuar em prol de interesses públicos nas Procuradorias, mas também poderá atuar como funcionário, advogado de uma grande firma ou em um departamento jurídico de alguma empresa.

Muitas dúvidas pairam no ar: Montar seu próprio escritório? Advogar com colegas de classe ou profissionais mais experientes? Trabalhar na própria cidade onde morou a vida toda ou outra? Buscar uma vaga no mercado de trabalho na capital? Deixar a advocacia liberal e partir para um concurso nas Procuradorias? Cursar uma Pós-Graduação?

Qualquer que seja a sua escolha a advocacia exige empreendedorismo, atualização profissional constante, bom uso das ferramentas de tecnologia, um ótimo relacionamento pessoal no mercado de trabalho e fora dele, uma visão de futuro, persistência e garra para vencer as batalhas cotidianos!

3 - A ideia central, entretanto, para começar bem na advocacia é saber com certeza o que o mercado espera de você.

A advocacia de hoje mudou muito e está em constante mudança. Novos setores, novos segmentos, novas áreas, novas oportunidades de trabalho fazem com que a advocacia seja uma das profissões com ofertas mais diversificadas do mercado.

Faça sua escolha, mas saiba muito bem em qual terreno irá pisar! Este conhecimento do que o mercado espera em cada setor é uma das chaves para acessar o seu sucesso!

4 - Pensando em tudo o que escrevi acima resolvi indicar para estes "recém-advogados" a leitura de dois livros: Cartas a um jovem advogado e O negociador. É fácil encontrar na internet.

O primeiro fala de forma brilhante sobre o caminho que deve ser trilhado pelo aluno de Direito e pelo Advogado de sucesso. O segundo conta em segundo plano a história dos grandes escritórios Norte Americanos e como o novo modelo de advocacia atua nas grandes capitais e nas grandes corporações empresariais. São imperdíveis para o começo de carreira.

5 - Além disso, gostaria de sugerir que acessem o site do empresário Abílio Diniz (http://abiliodiniz.uol.com.br) que dispensa apresentações. Destaco algumas passagens de uma de suas palestras lá disponíveis.

Os trechos abaixo são nossa mensagem de fevereiro de 2010 para os "recém-advogados", mas também para os advogados que já estão nesse caminho há algum tempo:

"O mundo é das pessoas determinadas. Para ser determinado é preciso saber o que quer, ter certeza do que quer."

"Existe o caminho do bom, mas você pode estar no caminho do ótimo!"

"É preciso parar para pensar naquilo que é melhor para você!"

Siga em frente! Acredite em você! Invista no seu potencial!


Lembretes:

II Encontro Casoteca Direito Unisal - www.casoteca.com (27 de fevereiro) - entrada franca

Pós-Graduação em Direito UNISAL - www.unisal.br - inscrições feitas até 27 de fevereiro garantem 50% de desconto na primeira mensalidade.