A advocacia é viva. Cada caso, cada cliente, cada audiência, pode desdobrar uma situação inesperada, exigir um conhecimento novo, uma experiência renovada. Na advocacia de massa, onde grandes escritórios manuseiam milhares de processos aparentemente próximos ou idênticos, pode até parecer que não há com o que se preocupar, que não exista novidade ou que o advogado será mero repetidor de textos copiados e colados sem cansaço...
Pois bem. Será que podemos tratar processos, causas e clientes sempre da mesma forma? Será que podemos imaginar que se estivéssemos doentes aceitaríamos que um médico, quase sem nos avaliar, repetisse a mesma receita do paciente da consulta anterior? Aceitaríamos?
Precisamos, por isso, renovar nossos conhecimentos, renovar nossos pensamentos e atuar como profissionais novos em casos novos, advogados novos com clientes novos. A renovação na atuação e no pensamento deve ser uma atitude constante do profissional liberal, principalmente do advogado. Fica fácil imaginar que a renovação na atuação e no atendimento, tanto quanto no desempenho do advogado, depende de atualização constante. A formação do advogado não se limita ao sucesso no Exame de Ordem, mas na atualização profissional constante.
As leis mudam. A posição dos Tribunais Superiores mudam. E o advogado precisa acompanhar de perto essa mudança, através da leitura de livros, de cursos de atualização, de cursos de especialização e pós-graduação, de cursos de extensão, de palestras, de seminários, de grupos de estudo, de eventos jurídicos e até mesmo na leitura diária de sites especializados.
Há muitos exemplos de mudanças atuais e futuras. Pense que estamos comemorando 20 anos do Código de Defesa do Consumidor. Pense na Lei de imprensa, inconstitucional? Na Lei do Novo Júri. Lembre-se, também, que estamos próximos da mudança de um dos Códigos mais importantes do sistema jurídico brasileiro, o Código de Processo Civil.
Estamos, por exemplo, passando por mudanças significativas no Direito de Família, mas muitos são os advogados do interior que desconhecem "os detalhes" das novidades do Novo Direito de Família e isso acaba ficando restrito aos bancos acadêmicos e deixa de efetivamente chegar ao dia a dia forense de forma incisiva e constante como deveria ser.
Guarda compartilhada, pluriparentalidade, alienação parental e, agora, a nova lei do divórcio. Mudanças significativas no dia a dia forense das causas que envolvem o direito de família. Situações novas que estão chegando nos Fóruns, que estão sendo divulgados, inclusive, na mídia. Mas, perguntamos, como estão se preparando os advogados?
Os clientes na área do direito de família continuarão sendo atendidos como foram atendidos os clientes anteriores? As petições nos processos judiciais continuarão citando acórdãos de 5 ou 10 anos atrás? Ou efetivamente desejamos que os profissionais do direito, os advogados, os promotores e os juízes compreendam que o direito muda, que o fato social muda, que os valores mudam e que só podemos fazer Justiça de verdade quando estamos, passo a passo, ao lado dessas mudanças.
Que você, advogado, aluno de direito, ou profissional do direito, esteja sempre pronto para renovar, para se atualizar, para tratar cada caso, cada cliente, cada processo, como se fosse o único, o mais importante de toda sua carreira!
Grande abraço,
Advocacia Hoje
Luis Fernando Rabelo Chacon
Brilhante postagem...
ResponderExcluirRelata de maneira precisa o dia-a-dia do profissional da advocacia.
Apesar da pressão dos clientes e do mercado por resultados, o advogado, deve buscar oferecer um atendimento pessoal e, um estudo amplo dos casos em que esteja envolvido.
Somente com este equilíbrio é que se alcança a confiança dos clientes e sobretudo, a manutenção dos mesmos.
Saudações.
ResponderExcluirLembrei-me das palavras do professor J.J. Calmon de Passos em palestra proferida na Associação Brasileira de Direito Processual Civil... Em linhas gerais o professor afirmou que o Direito tem um compromisso humano muito forte, sem o qual qualquer carreira jurídica fica sem sentido. Disse, em outras palavras, que o profissional do Direito jamais pode perder de vista o compromisso social que tem. O advogado, por exemplo, deve ser um apaixonado pela causa do cliente, deve estar convicto para brigar como se seu o interesse fosse.
O professor deixa ainda uma mensagem bastante pertinente dizendo que o Direito é uma ciência que se compromete com o humano, não é uma ciência neutra como tantas.
Não há entendimento mais acertado.
No século XXI sofremos com o extremo volume de serviço, de informações - publicitárias ou jornalísitcas, com a perda de sentido e com a falta de tempo para o adequado amadurecimento das idéias. A criação, por vezes, é posta em prova. A criatividade duela contra o custo x benefício. Reflexões que nos permitem colocar os pés no chão e retomar verdadeiros valores são sempre bem vindas.
Mais do que estarmos atualizados com as novas leis e decisões judiciais, nós, advogados, temos que fazer com que essas mudanças ocorram.
ResponderExcluirA atuação passiva não combina com a profissão.
Nosso dever é combater para que mudanças ocorram.
Entendo que, além de nos atualizarmos, também podemos atualizar os entendimentos jurisprudenciais, a legislção e as demais práticas que nos envolvem.
Paládia
Ferramentas como o blog, push do STJ e STF para recebimento de informativos, portais jurídicos como Migalhas, Conjur, fóruns e palestras são necessárias para atualização do profissional e, consequentemente, gerar a possibilidade de prestar um atendimento atualizado e diferenciado aos clientes.
ResponderExcluirBrilhante texto!!!
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