22 de setembro de 2017

"Robôs" substituindo advogados? Que coisa é essa?

Leia e deixe seu comentário!

Vamos falar sobre o assunto!



 Tenho visto muitas matérias na internet, inclusive, nas redes sociais, veiculando a crescente aplicação da tecnologia nas atividades do advogado e dos escritórios de advocacia. Imagino que isso também tenha ocorrido, cada qual com sua peculiaridade, quando em 1984 apontou-se a chega dos primeiros computadores aos escritórios de advocacia no Brasil. Certamente, uma reviravolta, uma mudança que não pode ser vencida por resistência alguma. A onda da tecnologia atual é tão inevitável quanto aquela do início do uso de computadores, mas tem uma característica que a diferencia: a onda atual é muito, muito mais rápida. As mudanças na tecnologia ocorrem da noite para o dia, então, sugere-se que estejamos preparados, pois essa onda vai nos pegar, logo logo.

O uso de computadores, processadores, redes, impressoras e outros equipamentos é certamente comum há algum tempo na advocacia. Recentemente, com a era digital que trouxe os portais dos Tribunais Superiores, os andamentos dos processos estando visíveis pela rede mundial de computadores, certamente que muita coisa mudou. No meu período de estagiário, nos idos de 1997, lembro-me que precisava ir ao Fórum da Comarca de Guaratinguetá uma vez por semana, pedir todos os processos, anotar os andamentos para atualizar o advogado responsável. Isso acabou. Ainda mais agora, com o processo eletrônico, chegaram as máquinas de xerox com digitalização e as próprias digitalizadoras, advogados trabalhando com dois monitores, diminuição do volume de impressão e de arquivos físicos, etc. A tecnologia muda a estrutura e muda o comportamento humano.

Logicamente que as redes sociais são preparadas por profissionais da "propaganda e do marketing", então, é preciso ler algumas coisas com cautela. Contudo, há muita verdade nessa história. Atualmente possuímos "robôs" (computadores ultra potentes) realizando algumas tarefas em escritórios de advocacia, respondendo a consultas, fazendo ligações de cobrança, redigindo contratos e até mesmo petições processuais. Acredite, é verdade.

O primeiro robô advogado surgiu nos EUA em 2016. Atua numa das maiores bancas do mundo a Baker & Hostetler. Ele surgiu de um outro computador, o primeiro a trabalhar com "informação cognitiva", ou seja, ter dados e trabalhar com eles para entregar soluções. Leia mais sobre isso aqui.

No Brasil a "brincadeira" já começou! Um computador das empresas Tikal Tech é chamado de ELI. "
Segundo a empresa, a ideia do serviço é que ele possa auxiliar o advogado na coleta de dados, organização de documentos, execução de cálculos, formatação de petições, acompanhamento de carteiras e rotina de processos, assessoria em colaborações, relatórios inteligentes e até interpretação de decisões judiciais, entre outras atividades que aumentam a produtividade do advogado". Leia mais sobre isso aqui.

Primeiro ''robô-advogado'' do Brasil é lançado por empresa brasileira; conheça - InfoMoney
Veja mais em: http://www.infomoney.com.br/negocios/inovacao/noticia/6757258/primeiro-robo-advogado-brasil-lancado-por-empresa-brasileira-conheca
Primeiro ''robô-advogado'' do Brasil é lançado por empresa brasileira; conheça - InfoMoney
Veja mais em: http://www.infomoney.com.br/negocios/inovacao/noticia/6757258/primeiro-robo-advogado-brasil-lancado-por-empresa-brasileira-conheca
Primeiro ''robô-advogado'' do Brasil é lançado por empresa brasileira; conheça - InfoMoney
Veja mais em: http://www.infomoney.com.br/negocios/inovacao/noticia/6757258/primeiro-robo-advogado-brasil-lancado-por-empresa-brasileira-conheca
Primeiro ''robô-advogado'' do Brasil é lançado por empresa brasileira; conheça - InfoMoney
Veja mais em: http://www.infomoney.com.br/negocios/inovacao/noticia/6757258/primeiro-robo-advogado-brasil-lancado-por-empresa-brasileira-conheca

Desde 2016 no Brasil um software disponível em website vende serviço de elaboração de contratos (Wonder Legal), substituindo a contratação de advogados para tal desiderato e diferente do "control c control v" ele é mais eficiente, mais práticos e até intuitivo. Vale a pena conhecer! Veja mais sobre nessa matéria, clicando aqui.

Nos EUA, desde 2015, um robô lê as multas de trânsito e oferece recurso às mesmas diretamente no sistema eletrônico do órgão competente. Já reverteu 160 mil multas! Leia mais aqui.

As perguntas, então, são as seguintes: A tecnologia poderá substituir o advogado? A tecnologia vai melhorar e facilitar o trabalho do advogado? Como você está se preparando para isso?

A primeira análise é a seguinte: isso vai acontecer como ocorreu com as máquinas de escrever e os computadores, aquelas foram substituídas inevitavelmente. Não há resistência humana capaz de manter efetivo o trabalho de advocacia num futuro não muito distante. E parte disso já é realidade com o processo eletrônico, obrigatório, ou seja, nem que o advogado queira, é a forma tecnológica necessária e ponto.

A segunda análise é compreender qual o espaço será preenchido pelos computadores e não ficar ali, marcando bobeira. Empresas de cobrança usam computadores para ligar para devedores, estes interagem com o interlocutor de forma quase natural, perguntam se é "Fulano de Tal" quem está falando e ao ouvir a resposta "sim", "sou", buscam continuidade no diálogo e ou transferem a ligação para um atendente real. Logicamente, muitas funções burocráticas serão mesmo otimizadas pela tecnologia. Mas, não podemos ignorar o fato de que consultas simples serão respondidas e até contratos serão elaborados pelas máquinas.

 É preciso compreender que a tecnologia vai complementar a atividade do advogado. E ele terá tempo para se dedicar mais ao que efetivamente é necessário e importante. Haverá mais tempo para advogar, mais tempo para administrar o escritório e até para captar novos clientes e casos. Talvez, arrisco dizer, a advocacia terá um cunho mais intelectual e preventivo. Ademais, as relações pessoais, as disputas efetivamente "humanas" não serão resolvidas por computador, pois aqui o advogado é também "psicólogo", como brincamos.

A terceira análise é ser amigo da tecnologia e não inimigo dela. Ter paciência para colher dela os frutos que promete. Isso porque não tenho dúvida que a tecnologia vai, como de fato já acontece, otimizar e acelerar procedimentos. Isso já aconteceu com o processo eletrônico, que diminuiu custos relacionados a papel, impressão, arquivo e espaço físico, tornando, por sua vez, a informação processual muito mais acessível a qualquer hora e lugar, com rapidez e confiabilidade.

Acredito que a tecnologia vai ajudar o advogado em algumas tarefas, não substituí-lo.

Acredito, também, que é um caminho sem volta.

E você, o que acha?



Advocacia Hoje
Luis Fernando Rabelo Chacon