11 de dezembro de 2014

O novo perfil do advogado: o mercado já conhece! E você?

A mudança de ano sempre é um momento oportuno para reflexões profissionais. Estamos nos escritórios de advocacia aguardando as férias, sobretudo, para quem atua no contencioso, ou pelo menos um breve recesso para aqueles que atuam com foco consultivo ou estão vinculados a empresas ou departamentos jurídicos.

Neste mesmo período em que aguardamos o Ano Novo sempre aparecem matérias, entrevistas e conteúdos que nos remetem à reflexão sobre o que fizemos e o que devemos fazer para melhorar nossa posição, melhorar nosso rendimento profissional ou até mesmo para mudar de áreas ou se adaptar ao que o mercado exige.

Nestes dias duas publicações chamaram minha atenção e gostaria de compartilhar com você! Pense no ano de 2014, mas fique preparado para 2015 e anos posteriores! Saiba se auto avaliar e busque planejamento para alcançar lugares desejados!

A primeira pergunta chave é: qual é o novo perfil do advogado?


Uma matéria lançada pelo Boletim da Associação dos Advogados de São Paulo (AASP) do dia 10/12/2014 aponta o perfil desejado para o advogado e para os escritórios de advocacia nos próximos anos. Realmente nossa profissão está sendo reinventada, moldada por novos desafios e novas oportunidades, influenciada pela tecnologia, pela estrutura da economia e da sociedade que se transforma rapidamente.

A segunda pergunta chave é: estamos alinhados?

Originado do Jornal Financial Times e publicado no Jornal Valor Econômico, a matéria indica que há um novo perfil para o advogado! Confira:

Os escritórios de advocacia precisam ficar mais ágeis. A combinação entre desenvolvimento tecnológico, evolução dos mercados, mudança das necessidades dos clientes e uma crise financeira está forçando um setor sabidamente conservador a abraçar novos serviços, estabelecer parcerias e se tornar mais empreendedor para poder continuar não apenas vivo, mas também relevante. 

Da ascensão dos departamentos jurídicos internos, cujos serviços também são uma fonte de renda, à adoção de ferramentas automatizadas e modelos on-line de prestação de serviços, hoje em dia ser "apenas" um advogado habilidoso não é mais suficiente para se destacar. 

Os escritórios querem profissionais inovadores, que saibam como administrar negócios e gerar novas receitas. Também buscam advogados que possam assegurar a uma grande variedade de empresas que eles falam sua língua e entendem suas necessidades. 

É essencial, portanto, acompanhar de perto a próxima geração que está saindo das faculdades de direito para descobrir se, em um mercado terrivelmente saturado, ela está mudando com a rapidez necessária. 

De acordo com Peter Crisp, reitor e diretor-presidente da BPP Law School, do Reino Unido, aprender somente legislação não é mais suficiente e é fundamental que se dê importância para o lado comercial da profissão. "As firmas de advocacia são empresas e precisam ser bem administradas. Você pode ser brilhante em direito, mas vai fracassar se não for um bom empresário. Isso envolve aprender finanças, mas também desenvolver uma mentalidade comercial e a capacidade de inovar." 

Mesmo assim, o quadro pintado pelos escritórios de advocacia não é muito animador. Eles reconhecem que existem esforços para adaptar o ensino de direito a um setor em mutação. No entanto, estão realizando mudanças diferentes e em velocidades distintas das universidades, que vêm obtendo pouco progresso na criação do novo advogado empreendedor. 

Para Michele DeStefano, professora da escola de direito da Universidade de Miami, trata-se de uma dicotomia interessante. "Com o mundo ficando mais especializado, o setor jurídico também precisa de habilidades mais generalizadas". 

Ela também é a fundadora do LawWithoutWalls, um programa que une faculdades de direito e negócios, escritórios de advocacia e empresas, além de especialistas em tecnologia para introduzir inovações no treinamento e na prática. "As firmas precisam de empresários experientes, que também sejam advogados. Os cursos de direito precisam lidar com isso", afirma a professora. 

As demandas da profissão são muitas e variadas. Entre os conhecimentos específicos como análises de dados e habilidades mais gerais como gerenciamento de projetos, estão os talentos mais nebulosos como "empreendedorismo" e "tino para negócios". 

Com o LawWithoutWalls, Michele pretende ensinar isso com a ajuda das escolas de negócios. "Em todas as equipes temos alguém que criou uma startup jurídica ou em outra área", afirma. O objetivo, segundo ela, é fornecer aos estudantes uma amostra maior de como funciona o mercado no mundo real. 

Em tese, as vantagens são duplas. Primeiro, um advogado com percepção comercial tem uma probabilidade maior de ser um ativo para seu escritório. Ele pode buscar novos modelos, diversificando para a área de consultoria ou reestruturando o escritório para buscar eficiências - terceirizando os serviços mais básicos, por exemplo. 

Em segundo lugar, os clientes têm a garantia de que esse profissional entende suas necessidades, em vez de existir apenas no universo rarefeito dos serviços especializados cobrados por hora. Crisp, da BPP, enfatiza que os clientes com pendências jurídicas não recorrem a uma firma de advocacia motivados por um interesse acadêmico nas minúcias da lei. 

"Eles aparecem porque têm um problema. Uma percepção comercial profunda é crucial para que se possa aconselhar os clientes e gerenciar os riscos do que quer que eles estejam fazendo", afirma Crisp. 

Mas há um obstáculo óbvio. "Essas são competências difíceis de se ensinar. Quem deveria se encarregar de fazer isso?", pergunta a professora Michele. De acordo com ela, não são muitos os professores que tiveram experiência empresarial antes de ingressarem na área de direito. 

"Há pessoas que entendem que o mercado está mudando. Mas não encontramos muita gente tentando ensinar habilidades necessárias para o século XXI à maneira do século XXI - e isso porque essas habilidades não são facilmente ensinadas no formato tradicional de uma faculdade de direito", enfatiza. 

Desse modo, há um reconhecimento generalizado de que essas instituições não podem assumir a tarefa sozinhas e que o processo de aprendizado de habilidades comerciais não pode terminar assim que os estudantes se formam. A resposta lógica seria que as escolas de direito e os escritórios de advocacia deveriam ajudar uns aos outros, mas muitos especialistas afirmam que esse é um processo lento. 

"Colocar alguns estudantes para que trabalhem juntos em um projeto não é e mesma coisa que atuar com uma equipe diversificada e que misture diferentes disciplinas. E é disso que se trata nosso mundo atualmente", diz Michele. 

Simon Hart, sócio do escritório londrino RPC e responsável pelo treinamento dos advogados, diz que não tem dúvidas de que as faculdades de direito estão se profissionalizando e tentando atender as exigências das empresas em relação aos novos profissionais. "Boa parte dos cursos oferecidos já são muito mais orientados para os negócios do que antes", diz. 

No opinião do advogado, as escolas estão se consultando com os maiores escritórios de advocacia para melhorar sua grade curricular. "Elas vêm até nós, por exemplo, para discutir seus módulos de leis de seguros, porque sabem que somos grandes participantes desse setor", enfatiza. 

Não se trata apenas de uma questão de enfeitar o currículo para que ele se destaque na multidão, diz Crisp da BPP. "Pelo nosso ponto de vista, ensinar habilidades financeiras e empresariais não é apenas 'algo desejável'. Acreditamos - e isso é um reflexo do que os empregadores nos dizem - que essa é uma parte essencial do treinamento de um candidato a advogado." 

Alguns grupos já discutem se os estudantes de direito vão achar que gastar tempo e esforço no desenvolvimento de habilidades extra-jurídicas é uma distração do processo de aprendizado de direito. Mas na opinião de Hart, as duas coisas podem andar juntas. "Os cursos ainda são, em grande medida, 'direito puro'. As competências adicionais precisam ser ensinadas além desse ponto", diz. 

Se as escolas estão sendo obrigadas a formar muitos "superadvogados", haverá espaço no mercado de trabalho para todos eles em um cenário que está mudando tão radicalmente? "Estamos constantemente tentando avaliar suas habilidades empresariais para encontrar os melhores candidatos", diz Hart. 

Barney Thompson - Do Financial Times 
(Tradução de Mario Zamarian)

Mas, não é só fora do país que essa mudança profissional acontece!

Outra matéria muito interessante foi publicada pela Revista Exame ainda em 2012 e destaca "O novo perfil do advogado". Perceba que habilidades e competências não jurídicas são essenciais para o sucesso - exige-se de um comportamento educado até uma visão de negócios e um olhar interdisciplinar para os problemas. Confira:

São Paulo - Atualmente, existem no Brasil cerca de 800 000 advogados atuantes e mais de 1 000 faculdades de Direito. Por ano, formam-se em média 85 000 bacharéis na área. Diante desse cenário, cabe refletir sobre qual perfil de advogado o mercado de trabalho busca.
A discussão faz-se importante porque nem todo estudante de Direito aprende na faculdade a desenvolver quatro competências que são importantes para o exercício da atividade hoje em dia: facilidade para encontrar informação de qualidade, capacidade de prevenir e resolver problemas, ser proativo e ter uma boa rede de relacionamentos. Parecem coisas óbvias, mas ainda estão em falta no mercado. 
Além disso, qualidades difíceis de mensurar, como bom senso, gentileza e boas maneiras, são essenciais a todo profissional que deseja se relacionar com pessoas e novos clientes. O profissional atual do Direito deve ser capaz de fazer análises globais das questões. É dessa maneira que ele poderá buscar a solução mais adequada ao seu caso, mediante o aprofundamento seletivo dos aspectos e das circunstâncias mais importantes envolvidas.
O mercado também demanda o desenvolvimento de uma formação interdisciplinar que envolva, por exemplo, finanças, contabilidade, administração ou economia. A visão de negócios e o pensamento empreendedor permitem ao advogado atuar como um verdadeiro gestor de assuntos jurídicos. Tais características estão ligadas à advocacia moderna, e a exigência delas cresce a ritmo constante. 
Algumas faculdades de Direito passaram a oferecer disciplinas não jurídicas, mas de alta relevância para a atuação do advogado, como análise econômica do Direito, negociação, project finance e marketing. 
Trata-se de uma mudança de mentalidade. Com criatividade e inovação, escritórios de advocacia e modernas faculdades caminham para se tornar centros de profissionais com formação autônoma e multidisciplinar. Como resultado direto dessa nova dinâmica, muitos escritórios já dispõem em suas equipes de advogados executivos responsáveis por gerenciar profissionalmente suas atividades e negócios.
Não há fórmulas prontas para o sucesso. No entanto, percebe-se, no caminho daqueles que se destacam, a combinação das habilidades acima identificadas. Com isso, os jovens advogados estarão aptos para lidar melhor com novas demandas, áreas e contextos que estão por vir.


Então, por qualquer ângulo, torna-se inevitável que o profissional voltado ao exercício da advocacia esteja e muito atento aos novos dilemas e desafios da profissão.

Esta última reportagem destaca e muito bem descreve algumas habilidades e competências não jurídicas essenciais para o sucesso: como a proatividade, a interdisciplinariedade, a inovação, a criatividade, o olhar focado em negócios, etc. 

Terceira pergunta chave: Em 2015 faremos o que de diferente?

É preciso seguir aquela máxima do cientista Einstein: se quero resultados diferentes não posso continuar fazendo a mesma coisa!

Aproveite para verificar que a Revista Exame publicou um ranking com 42 profissões promissoras para 2015. Entre elas a advocacia está em destaque ao lado dos cargos gerenciais e financeiros. Com destaque: advogado especializado em compliance e ética; advogado tributarista; advogado trabalhista; advogado especializado em recuperação judicial e recuperação de crédito. Leia mais detalhes clicando aqui.

Pensemos em 2015! Pensemos no novo perfil da advocacia!

Pensemos nas oportunidades que o mercado está abrindo! 

Sucesso!


Advocacia Hoje Luis Fernando Rabelo Chacon @LuisFRChacon

17 de novembro de 2014

Mentes de sucesso e advocacia: como ter sucesso nessa profissão?

Como ter sucesso na carreira de advocacia?

Essa pergunta é importante, fundamental e devemos nos fazer sempre. Afinal, todos querem felicidade profissional, realização profissional. 

Nosso BLOG ADVOCACIA HOJE foi mencionado como um site de referência para advogados noutro veículo de comunicação sobre carreiras denominado MENTES DE SUCESSO.

Veja a entrevista sobre o assunto!

Quem acompanha o Mente de Sucesso sabe que, sempre que possível, convidamos algum profissional bem sucedido para falar um pouco mais sobre os atalhos na carreira de uma determinada profissão.
Hoje, o assunto é a advocacia, certamente uma das profissões mais desejadas pelos jovens.
Nosso convidado é o advogado Hugo Fanaia de Medeiros, regularmente inscrito na OAB/MS sob o n. 14.997, membro da Comissão de Defesa do Direito do Consumidor da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Mato Grosso do Sul, atuante nas área do Direito do Consumidor e Direito Civil, palestrante, professor, associado do escritório de advocacia Loureiro de Almeida, Lopes & Advogados Associados.
Segue a entrevista.
1- Quais as maiores oportunidades no cenário atual para o advogado?
As oportunidades para advogar são quase infinitas. É importante ressaltar, também, que o mercado de trabalho não está saturado, como muitos dizem. De fato, muitas pessoas se formam, pouquíssimas passam na OAB e, desses poucos, pouquíssimos advogam ou continuam a advogar depois de 1 ou 2 anos de profissão. Portanto, se advogar é que você quer da vida, persista. Profissionalmente, o advogado pode explorar áreas de atuação que já são conhecidas do grande público, como o Direito Civil, das Famílias, Consumerista, Tributarista, Trabalhista e Previdenciarista, mas também pode atuar em áreas ainda pouco estudadas, como Ambiental, Marítimo e Militar, por exemplo.
2 – Na sua opinião, quais são as características e os principais desafios para ter sucesso nesta área?
Como em tudo o que se faz na vida, o advogado, acima de tudo, deve amar o que faz. Aquela pessoa que advoga por advogar, tende a fracassar, inevitavelmente. O advogado deve ser sagaz, aproveitar as oportunidades, mas se pautar pela ética na profissão.
Vejo, também, que o advogado, principalmente o jovem causídico, deve optar por pouquíssimas áreas de atuação. Isto faz com que ele se especialize e consequentemente preste um serviço melhor ao seu cliente e, com certeza, este cliente lhe trará outros clientes.
É fato, também, que o advogado deve se importar com outras áreas, como administração e marketing. Elas são essenciais para que o profissional alavanque sua carreira, administre seu escritório, seu tempo e se destaque. Escrever artigos, publicá-los, ter contato com a imprensa, enviar artigos para publicação e outros contato com outros colegas, tudo isso é contribuirá para que o profissional seja indicado e procurado.
3 – Quais as possibilidades de empreendimento que um advogado pode investir para ter seu próprio negócio?
Isto varia de bolso a bolso, porém, o que posso afirmar é que o mundo do Direito, principalmente, é um mundo de aparências, que vai do sapato do advogado ao telhado de seu escritório. Não adianta negar, se você está neste mundo, seu escritório tem que ser apresentável para o publico que você quer atingir. Para começar seu próprio negócio na advocacia, você precisa, inicialmente, de uma sala alugada ou um lugar construído. Este lugar deve ser bonito, apresentável, limpo e decorado. O cliente olha tudo em sua volta e todos os detalhes serão invariavelmente notados por ele. Portanto, alugando ou construindo seu próprio escritório, tenha em mente isso: a aparência importa.
4 – Fique a vontade para acrescentar qualquer recomendação que acredite ser relevante para uma carreira bem sucedida na sua profissão.
Ame a advocacia. Fazer algo todos os dias de sua vida, praticamente, sem amar o que se faz, deve ser simplesmente entediante e todo o dinheiro do mundo não irá pagar o seu desgosto matinal de trabalhar em algo que não ama fazer. A advocacia é uma profissão para fortes, para bravos, que lutam e não se cansam e, se se cansam, tomam fôlego e continuam a luta. Há milhares de variáveis que podem atrapalhar seu dia a dia na advocacia, mas com amor à profissão e ao Direito, isso tudo passa.
Estude. O advogado que acha que sabe de tudo, na verdade, não sabe de nada. O estudo deve ser diário, seja através da leitura de notícias, últimas jurisprudências sobre determinado assunto e, também, através de cursos regulares de atualização.
Seja intrépido. Não tenha vergonha de falar, em toda e qualquer situação. O advogado se destaca muito por sua característica pessoal de intrepidez, ou seja, é aquele que vai atrás do resultado, que fala com confiança numa audiência, que sabe colocar seu cliente no devido lugar e que o orienta com firmeza.
Tenha fé em Deus, essencialmente. É algo mais particular, mas creio que ter fé sempre nos ajuda a transpassar os problemas e sempre ter esperança de um amanhã melhor.
*Nós, do Mente de Sucesso, aproveitamos para agradecer a belíssima e esclarecedora entrevista do advogado Hugo Fanaia de Medeiros, que, após contatado, prontamente atendeu ao nosso convite.
Quer saber mais sobre a profissão de advogado? Veja alguns espaços que separamos para você!


Lembre-se, o sucesso começa na mente!

Confira a matéria no site Mentes de Sucesso clicando aqui.

Advocacia Hoje
Luis Fernando Rabelo Chacon
@LuisFRChacon

4 de novembro de 2014

Contratar advogados associados X relação de emprego = como está essa questão atualmente?

Queridos leitores,

Todos sabemos que chega uma hora que o escritório cresce, o volume de serviço, a responsabilidade e a complexidade técnica também. Com isso surge a necessidade de ampliar a mão de obra. Geralmente os escritórios começam com estagiários. Obviamente, as atividades do estagiário são restritas, os horários de trabalho e a efetiva capacidade em virtude do conhecimento jurídico em construção, também. 

Sendo assim, chega uma hora que o escritório precisa mesmo contratar advogados e, com isso, surge uma preocupação: como contratar?

Alguns colegas me revelam nas conversas que tenho nas diversas cidades e subseções da OAB que visito uma preocupação em contratar advogados. Tal preocupação reside na modalidade de contratação.

É preciso pensar num sistema que efetivamente seja benéfico para ambos e que tenha um equilíbrio e legalidade jurídica evidentes. Em "casa de ferreiro espeto não pode ser de pau".

O associado deve ter liberdade, deve ter capacidade de contratação e decisão, deve ter remuneração variável que reflita o fruto do trabalho desenvolvido em certos cenários e até mesmo a remuneração pelos casos que trouxe para o escritório, deve efetivamente gerenciar e decidir aspectos próprios do escritório que estejam sob sua responsabilidade.

Realmente, o associado não terá a função de sócio, justamente por que não o é. Aspectos comerciais, gerenciais, e a própria responsabilidade societária não o tocam, mas deve ser tratado com os diferenciais que o caso requer.

Contratar advogados como associados, mas tratá-los como efetivos empregados, pode ser o pior erro. Inclusive, por que os Tribunais Superiores do Trabalho estão efetivamente observando essa questão e, em certos casos, reconhecendo o vínculo.

Em recente decisão publicada no site MIGALHAS, na data de hoje, mais do que isso aconteceu! Um escritório foi obrigado a não contratar mais associados como vinha fazendo, sob pena de multa diária e, ainda, foi condenado a pagar uma indenização por dano moral coletivo. Confira aqui a matéria, na íntegra: ("Escritório deva parar de contratar advogados como associados quando houver relação de emprego").

O que você acha? Qual a experiência que você vive?

Grande abraço

Advocacia Hoje
Luis Fernando Rabelo Chacon
@LuisFRChacon

27 de agosto de 2014

Por que montar uma sociedade de advogados?

Por que montar uma sociedade de advogados? (Uma análise de custos e remuneração sob a ótica das vantagens desta escolha.)

Muitos advogados me perguntam se há vantagem em montar uma efetiva sociedade de advogados.

O receio da maioria é, certamente, o custo gerado por isso, seja por conta da tributação, seja por conta da anuidade extra na OAB. Há também certo receio de a sociedade não dar certo, do ponto de vista da quebra do “affectio societatis”. 
Enquanto isso advogados advogam sozinhos, ou executam acordos ou parcerias de “rateio de custos” do local onde montam seus escritórios (cada um atendendo numa sala e mantendo uma secretária comum), ou até mesmo de parceiros para encaminhar serviços de áreas em que não atua (visando trilhar o esquema de “ganha - ganha”).

Respondendo estas indagações, acredito que é preciso inicialmente definir o seguinte: Quero ficar sozinho? Quero crescer em tamanho e rentabilidade? Estou disposto a ter um ambiente profissional onde não somente a minha opinião terá valor decisório? Isso por que uma sociedade de advogados é um caminho para alcançar outros objetivos que o advogado sozinho não alcançaria, onde haverá dificuldades e facilidades, ônus e bônus. Por outro lado, não se tenha em mente que o sucesso na advocacia é ter um escritório grande, uma sociedade com funcionários, associados, estagiários etc. É uma escolha. E nem todos estão atrelados a esta opção, por simples opção.

Muitos pensam em parcerias. Alguns pensam em divisão de custos do mesmo espaço. Pode até dar certo. O que acho estranho é que são sonhos, objetivos e modos de atuar distintos, cujas forças nem sempre se somam, podendo se anular. Quando houver um parceiro ou oportunidade melhor do que você é capaz de ofertar, talvez seu parceiro simplesmente diga "fui". Na sociedade, o roteiro é outro.

Fui convidado pela OAB SP (36ª Subseção da OAB SP - São José dos Campos) para ministrar a seguinte palestra: “Gerenciamento de sociedade de advogados: equilíbrio e vantagem na remuneração e nos custos”.

Foi por isso que todos os aspectos que apontei nos parágrafos acima vieram à tona. Percebo que realmente não é uma decisão fácil optar, escolher ou caminhar no sentido de constituir uma sociedade de advogados. Não se esqueçam que o nosso livro de “Gestão para Advogados” da Editora Saraiva possui um capítulo específico sobre “Como montar seu escritório de advocacia” e “Como escolher o seu sócio ideal” – talvez seja o primeiro passo para quem assim decida.

E, com essas provocações, estou aqui para escrever sobre isso, sobre o tema daquela palestra, para responder aos advogados interessados: quais as vantagens em termos de custo e remuneração que esperamos ao constituir uma sociedade de advogados. Logicamente este é o centro da questão ao se pensar em abrir qualquer frente de negócio: avaliar o custo e avaliar a rentabilidade. Então, será que compensa montar uma sociedade de advogados? Se você busca alcançar esse perfil para seu escritório, acredito que sim, que compensa. Vejamos alguns motivos.

1 – Visão geral: uma sociedade de advogados ganha na oferta e na força de trabalho e, portanto, na rentabilidade.
Um advogado sozinho consegue ofertar determinado volume X de serviços ao mercado. Logicamente, sozinho, possui uma possibilidade Y de executar serviços e, por fim, possui uma capacidade Z de efetiva força de trabalho. Estes são seus limitadores da sua rentabilidade, pois de nada adiante ter uma oferta vasta de serviços se não tenho como executá-los com minha força de trabalho. É muito provável, inclusive, que para aumentar o volume você tenha que atuar em áreas que não domina tanto, bem como terá comprometida não somente a qualidade do trabalho, mas também a velocidade de entrega. Ou seja, ou você opta em ficar pequeno e manter alinhada a fórmula “Volume x Execução x Força de Trabalho”, sabendo exatamente a rentabilidade possível para manter a qualidade, ou você precisa crescer.


Então, não é possível crescer sozinho, sem riscos para o seu escritório e para a sua fama profissional. Portanto, eis um divisor de águas entre escolher “crescer ou não crescer”.
Agora, com uma sociedade de advogados naturalmente haverá uma soma de esforços naqueles fatores. Com o aumento da oferta de serviços, seguido de maior possibilidade de execução e maior força de trabalho, não há dúvida, haverá mais custo, porém haverá certamente uma maior rentabilidade.

Sem dizer, como dica prática, que ao aumentar a força de trabalho posso direcioná-la a serviços que não prestaria se não estivesse crescido. Um exemplo típico é, no momento em que se está crescendo, utilizar a força de trabalho para tarefas rentáveis. Imagine que sozinho você precise de um estagiário, e com uma sociedade vocês precisem de três estagiários. No começo pode ser que essa força de trabalho esteja ociosa, então, é preciso direcionar isso para algo novo e rentável, como, por exemplo, a atividade de correspondente, de advocacia de apoio. De repente, além de ter estagiários ou associados trabalhando para o interesse direto do escritório, sua equipe pode gerar uma renda diversificada que talvez até pague seus custos. Em resumo, quando você tinha um estagiário você o pagava, agora que tem três, eles se pagam com as atividades extras executadas.

2 – Visão geral: a sociedade gera uma inevitável ferramenta de marketing ao demonstrar abrangência, agilidade, especialidade e qualidade diferenciada, que não se atinge quando se está sozinho.

Não se esqueça, montar uma sociedade não é melhor, nem pior do que advogar sozinho, é uma opção e depende de onde você pretende levar sua advocacia. Porém, é certo que alguns clientes se sentirão atraídos por uma sociedade ao verificarem que há mais de um advogado para atender uma demanda, com reflexos na capacidade técnica, no tempo de execução e nas áreas de atuação, por exemplo.

E ainda, isso fortalecerá as justificativas da formação do seu preço, pois será fácil demonstrar ao cliente quando da oferta dos serviços que você entregará muito mais justamente por que tem um grupo, uma equipe, uma sociedade. Moral da história, do ponto de vista do cliente: “Pague por um, mas leve vários advogados para te atender, um para cada assunto”. Isso agrega valor automaticamente. Diante disso você poderá dizer para qualquer cliente que seu escritório trata de tal assunto, que é possível executar no tempo que ele precisa, demonstrando proteção e gerando confiança na hora de vender o serviço.

3 – Visão geral: a soma de esforços entre os sócios na mesma direção encurtará o tempo de retorno da profissão.

A terceira questão a ser avaliada é o quanto uma sociedade, organizada com propósitos institucionais, com clara definição de missão e visão, diminuirá o tempo de resultado financeiro, de retorno financeiro na profissão. Isso por que sabemos, muitos acreditam que demora muito para se ganhar dinheiro na advocacia. Uma possível saída para encurtar isso é a soma de esforços provenientes da sociedade de advogados.

Realmente, a escolha do sócio ideal leva em conta algumas análises iniciais, porém, todas elas, com o mesmo enfoque: reúna pessoas diferentes para montar o melhor time! Também há no nosso livro da Editora Saraiva “Gestão para Advogados” um capítulo sobre como escolher o sócio ideal. 

Em resumo, é muito importante que cada sócio tenha um perfil focado em diferentes frentes do gerenciamento do escritório: alguém com qualidades ímpares para administrar e gerir as finanças, outro preparado tecnicamente do ponto de vista jurídico e o terceiro com habilidades para a captação de clientes. Em regra, é preciso pensar nisso antes de montar o escritório.

Na sociedade de advogados a estrutura de “sócios/associados/paralegais/estagiários” permitirá diversas ações em conjunto que ampliarão a rentabilidade final do negócio. Isso, como se viu nos dois itens iniciais deste texto, por que aumentará a oferta, a capacidade de trabalho e o resultado, bem como por que haverá um diferencial do marketing do escritório com a oferta de qualidade, especialidade, agilidade e abrangência.

Essa estrutura toda vai permitir ao sócio que possa efetivamente se dedicar à captação de novos clientes através de estratégias de marketing. Quantas vezes por mês você deixou de visitar um amigo, um potencial cliente ou de participar de uma feira de negócios por que estava cheio de serviço e não teve tempo? Se pudesse delegar atividades para um associado ou estagiário ganharia tempo livre para isso (marketing).

Quantas vezes você parou para estudar um tema novo, desenvolver um serviço novo para ofertar aos clientes, se atualizar num curso jurídico ou algo do tipo? Se pudesse delegar atividades, poderia fazer isso de forma a qualificar ainda mais o seu serviço (qualidade).

Quantas vezes você pode dizer que não iria ao escritório naquela manhã, ou que voltaria mais cedo para casa sem se preocupar com os prazos e atendimentos? Se houver uma equipe para se delegar tarefas haverá também um alívio no volume de serviço, no stress gerado e ganho em sua saúde.

Quantas vezes você pensou em montar um novo negócio, aproveitar uma segunda carreira, mas se viu afogado de trabalho no escritório. Com uma sociedade talvez isso se viabilize e você terá sempre um “plano B”, algumas vezes mais rentável que a própria advocacia, pelo menos com mais estabilidade.

Então, não é melhor ter um custo maior na sociedade de advogados, porém ter condições efetivadas de aumentar a rentabilidade e até mesmo para cuidar da saúde e da família?

Sozinho o custo de um associado ou até mesmo de um estagiário pode parecer alto, contudo, nas sociedades isso se dilui, pois a oferta, a capacidade de execução e a força de trabalho contribuem para aumentar a receita e, no final, estes custos estão embutidos no próprio crescimento.

Não há dúvida, entretanto, é preciso planejar. Em nosso livro, acima indicado, há um capítulo específico sobre como criar e implantar um planejamento estratégico em seu escritório. Talvez seja o caminho para iniciar esse plano de ação.

4 – Visão geral: quando estamos atuando em volume temos em mente que é possível diminuir os custos, ou pelo menos controlá-los sem risco.

Para um advogado sozinho comprar uma boa máquina digitalizadora, um bom software de gerenciamento de processos ou manter uma máquina de Xerox dentro do escritório, talvez, seja um custo alto demais. Porém, como vimos acima, a sociedade propicia naturalmente maior rentabilidade e isso se diluirá. O mesmo raciocínio se aplica na contratação de profissionais, na contratação de serviços externos ou mesmo compra de materiais, como a compra de papel mais barato em virtude de comprar em quantidade.

Ao montar a sociedade haverá a incidência de uma nova taxa da OAB. A anuidade devida pela sociedade é um custo, mas também é um investimento. Muitos clientes só contratam serviços se houver emissão de Nota Fiscal, muitos exigem a inscrição da sociedade na OAB. Sem dizer que ao mencionar em seus documentos, em seu site ou no papel timbrado que é uma sociedade de advogados, certamente, melhorará a percepção do escritório pelo cliente, gerando confiança, uma estratégia de marketing. Portanto, pense como marketing e como posicionamento de mercado recolher a anuidade da sociedade de advogados.

Mesmo que todos os serviços sejam tributados, algo que hoje está em torno de 16% do total faturado na Nota Fiscal de Serviços emitida pelo advogado, pense que a partir do ano que vem estaremos os advogados beneficiados pelo Super Simples, numa tabela de 4,5%, portanto, haverá abrupta diminuição do custo tributário sobre nossa atividade, o que é uma vantagem nova a ser considerada.

Aliás, o custo de hoje pode ser o fortalecimento de amanhã. Pense que um advogado associado, caso se apresente como um excelente captador de clientes, ao invés de pretender sair e montar sua própria banca poderá ingressar na sua sociedade, contribuindo com sua força de trabalho como sócio, com sua força comercial de captação e até mesmo pagando o valor das quotas sociais que lhe serão redistribuídas ou criadas com aumento do capital social. Até reter talentos é possível com uma sociedade.

5 – Conclusão:

Montar uma sociedade de advogados significa crescer em vários aspectos. É preciso que essa seja sua opção, sua escolha. É preciso que isso seja reflexo de uma análise criteriosa, bem como seja produto de um planejamento estratégico do início ao fim. Há muitas vantagens diretas e indiretas, sobretudo, em virtude do fato de que ampliando a oferta de serviços certamente se ampliará o resultado financeiro final e, no mesmo sentido, com isso, diluindo custos que até então seriam impossíveis de se pagar. É um ciclo. Vamos empreender?


Grande abraço,

Advocacia Hoje Luis Fernando Rabelo Chacon @LuisFRChacon

30 de julho de 2014

Qual é a remuneração justa, coerente e praticável para advogados recém formados?

Caros leitores,

Salário de advogado contratado por escritório ou por empresas sempre é tema de grande discussão. Muitas questões revelam possíveis situações de remuneração precária de profissionais, sobretudo, recém formados. Sabemos que a dificuldade de se iniciar na carreira existe, mesmo que este BLOG seja dedicado a ajudar advogados a acelerar e encurtar o caminho para o sucesso.

Advogados recebendo R$1.000,00 por mês, sem transporte ou refeição, não é lenda, é realidade em algumas circunstâncias. Para quem está no começo, submeter-se a isso passa a ser uma questão de sobrevivência profissional, ou seja, aceita-se para ingressar no mercado. Nem vamos discutir a injustiça disso, a moral, etc.

Mas, hoje, recebi por email uma notícia sobre um Projeto de Lei que pretende regulamentar e criar piso salarial para advogados na iniciativa privada. Leva em conta o tempo de inscrição na OAB e considera uma jornada máxima de 20 horas semanais, bem como o possível acréscimo de 30% da remuneração para os casos de dedicação exclusiva. Em resumo:

R$ 2.500,00 para advogados com até um ano de inscrição na OAB; 
R$ 3.100,00 para advogados com um a dois anos de inscrição; 
R$ 3.700,00 para advogados com dois a quatro anos de inscrição; 
R$ 4.500,00 para advogados com mais de quatro anos de inscrição. 


Bom. Comentários.

(1) Ainda considero que a cultura do mercado é mais forte do que qualquer legislação nesse sentido. Advogados continuarão a se submeter a valores menores, e não entrarão na Justiça do Trabalho depois, para não se queimarem no mercado de trabalho.

(2) Quem criou tal projeto de lei não fez uma pesquisa para conhecer a realidade da advocacia, pois o piso salarial indicado para apenas 20 horas semanais não é suportável por pequenos e médios escritórios; também não levou em conta a realidade das capitais e do interior, a diferença até mesmo entre Estados brasileiros e regiões; não levou em conta a atuação em áreas jurídicas distintas, nem contencioso e consultivo, etc., tudo isso faz a diferença na hora de contratar, de gerar responsabilidade, capacidade funcional e, logicamente, remuneração. Isso, mais uma vez, me leva a acreditar que o mercado continuará dando as regras.

(3) Para algumas situações reais o valor de R$2.500,00 mais 30% é alto demais, para outras o valor de R$4.500,00 mais 30% é baixo demais. Moral da história, o projeto de lei pretende generalizar o que não se pode generalizar.

Agora, o tempo dirá se o Projeto será ou não levado à frente, bem como, se for, o tempo dirá se a "lei pega" ou não pega.

O que você acha?

Leia mais sobre o Projeto mencionado clicando aqui.

Grande abraço

Advocacia Hoje Luis Fernando Rabelo Chacon @LuisFRChacon

19 de julho de 2014

Como causar uma boa experiência para seus clientes na advocacia?

Caros leitores! Estive hoje pensando e refletindo um pouco sobre o ambiente de um escritório de advocacia. Neste ano de 2014 tenho aumentado e muito minha participação nas atividades do escritório onde sou sócio. Estamos num momento importante de reconstrução de nosso planejamento estratégico, cheios de dúvidas, comemorando resultados, mas efetivamente com um olhar para o futuro. E, pensando nisso tudo, acredito que uma palavra veio aos olhos com muita força: experiência.

Um prestador de serviço, tal qual o advogado ou o escritório de advocacia, não tem um produto ou um serviço visível, palpável. A sensação que produzimos ao cliente é de que “resolvemos o seu problema”, porém, em tese, ele não leva nada para casa, tampouco pode na maioria absoluta das vezes o cliente mensurar o que você fez para resolver o problema. Quando entregamos um contrato ele pode até conhecer esse resultado concreto, mas não consegue mensurar como e o que foi feito para se produzir aquele instrumento adequado às necessidades dele. Portanto, quando seu cliente vai embora precisamos saber qual a experiência ele levou embora.

Entenda um detalhe. Um belo restaurante, com cadeiras confortáveis, música ambiente agradável, limpeza no espaço e simpatia no atendimento, pode servir um café expresso numa bela xícara e pires, com um biscoito saboroso e, ao final, mesmo que o café seja de qualidade inferior, é muito provável que a experiência toda leve tal cliente a dizer que o café estava ótimo. Somos perceptivos e queremos uma experiência positiva sempre, em todos os aspectos, não somente no sabor do café. A chance de o cliente dizer que o café estava ótimo é muito grande, pois o que se avalia não é somente o sabor do café, mas sim tudo o que estiver no seu entorno. É a experiência.

Agora, pergunto: como está a experiência do cliente ou do potencial cliente que visita ou liga para seu escritório? As pessoas estão bem trajadas? O ambiente está limpo e arejado? Existem tranqüilidade e silêncio desejável num escritório de advocacia? Seu cliente pode beber um copo dágua, ir ao banheiro, sentar-se de modo confortável? Como agem e se vestem as pessoas que o atendem? O que o cliente tem experimentado em seu escritório de advocacia? Qual é ao final a experiência que ele leva para casa? Afinal, mesmo que o seu serviço não seja o melhor, pode ser que a boa experiência causada conquiste e torne fiel sua clientela.

Limpeza, cheiro de cigarro, roupas alinhadas, tom de voz, luminosidade e tantos outros fatores trazem uma percepção que pode ser positiva ou negativa. Passe a refletir sobre isso. Tenha em mente que isso é, certamente, uma das mais eficazes e eficientes estratégias de marketing. E, de nada adianta você fazer sua parte sozinho. Isso deve ser dividido e reproduzido por todos no escritório, desde a pessoa que ajuda semanalmente na faxina, passando pela secretária, estagiários e advogados. A percepção é gerada por todos. Um por todos, todos por um.

Sendo assim, procure encontrar, a partir de uma análise de sua clientela e potencial clientela, de que maneira você e os demais componentes do seu escritório devem se comportar. 
Eu imagino que uma boa percepção potencializará as chances de seu cliente falar bem de você, do seu serviço e do seu escritório para outras pessoas. E o “boca a boca” é nosso melhor meio de marketing, acredite!

Esteja desafiado! Pergunte-se: qual é a experiência global que seu escritório está causando aos seus clientes?! Grande abraço e sucesso!

Leia um pouco mais sobre estas estratégias nessa outra postagem deste Blog: branding.

Já leu nosso livro? Confira: dicas para gestão de escritórios!


23 de maio de 2014

MÉTODOS SIMPLES PARA ALCANÇAR O SUCESSO PROFISSIONAL!

Saiba mais sobre o livro e como comprar clicando aqui




No próximo dia 28/05, 19hs, no Salão Nobre da OAB SP, acontecerá o evento de lançamento do livro que surgiu deste blog e das palestras, reuniões e discussões que a Coordenadoria de Novos Mercados e Gestão Legal da Comissão do Jovem Advogado da OAB SP desenhou ao longo de 2013 na esteira da presidência do Dr Everton Zadikian. A Editora Saraiva acreditou no projeto e apoio a iniciativa e além de publicar está apoiando efetivamente a divulgação e o lançamento oficial que contará ainda com a presença do Dr Marcos da Costa, Presidente da Seção São Paulo da OAB.

O livro foi escrito numa linguagem acessível para facilitar ao advogado compreender e efetivamente aplicar as dicas de gestão de carreira e gestão de escritórios. O livro tem capítulos bem desenhados, cada um com dicas práticas e específicas sobre determinado assunto que vai desde como elaborar um currículo, passa por dicas de gestão financeira do escritório até como realizar um bom marketing jurídico. A principal característica da obra é a fácil compreensão e aplicação das dicas.


Ninguém melhor que o advogado para falar sobre o livro. O primeiro leitor que terminou a leitura da obra e se manifestou sobre o conteúdo me encaminhou o seguinte texto, do advogado Sérgio Ruiz:

Tomei a liberdade de dar a minha opinião sobre o livro Gestão para Advogados, escrito pelo Dr. Chacon, por quem tenho muito respeito e agora, ainda mais admiração. De fácil compreensão e bastante didático, é um livro que prende o leitor, fazendo-o ficar ansioso pelo que virá adiante. A cada página lida, maior a vontade de ler a seguinte e aprender coisas novas e tão úteis.

Durante toda a leitura, a impressão que se tem é que ele (Chacon) está conversando com o leitor, explicando cada detalhe e, principalmente, motivando-o. O tempo todo em que eu “conversava” com ele, me via inserido em quase todas as situações, desafios, dificuldade e soluções ali apresentadas. E, acima de tudo, como ele mesmo diz: Desafiado a empreender, inovar e seguir em frente.

Decidir comprar um exemplar dessa obra foi, realmente, a coisa mais acertada que poderia ter feito, já que se encaixa perfeitamente à realidade do Jovem Advogado, diante de tantas dificuldades e desafios enfrentados no início da carreira.

Mas, acima de tudo isso, o que mais me chamou a atenção foi a “injeção de ânimo” dada no leitor, que se sente revigorado e motivado a seguir em frente, principalmente quando muitos à sua volta dizem que hoje em dia já não é mais possível advogar; que o mercado está saturado. Enganam-se!

Certamente será meu livro guia na condução de meu escritório ao lado da minha sócia e comporá nossos valores e missão.

Já recomendei a amigos e assim o farei sempre. Parabéns ao Jovem Advogado, Dr. Chacon, à Comissão do Jovem Advogado da OAB/SP e a todos os seus integrantes, pelos inúmeros esforços que culminaram nessa obra fantástica.

Sérgio Henrique Romano Garcia Ruiz
Advogado (RUIZ Advocacia). Pós Graduando em Direito Processual Civil pela Faculdade de Direito Professor Damásio de Jesus. Assessor da Presidência da 20ª Turma do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB/SP.


É isso meus amigos! Espero que comprem e que efetivamente tirem muito proveito desse livro! E se for possível comparecer no lançamento oficial, será um prazer recebê-lo!


Grande abraço,


Advocacia Hoje Luis Fernando Rabelo Chacon @LuisFRChacon

19 de abril de 2014

Qual o ambiente ideal para um escritório de advocacia? Como é no seu trabalho?

Será que mesas de sinuca, videogames e manicure combinam com o ambiente de escritórios de advocacia? Muitos diriam que sim é que isso é essencial para reter talentos, manter a criatividade e deixar a equipe mais relaxada. Isso foi tema de uma boa matéria da Revista Exame recentemente (leia aqui).

Diga aqui: como é a estrutura de chefia no seu escritório? Conhece a holocracia?

A revista Você S/A de abril de 2014 traz como reportagem de capa a seguinte pergunta: "Vamos acabar com os chefes?" E propõe 6 formas de realizar isso sendo a principal delas a "holocracia".

Segundo a reportagem, neste modelo de gestão, que tem como objetivo revolucionar as estruturas das empresas, o poder é exercido por papéis e não por pessoas. Os papéis são agrupados em círculos, ora maiores, ora menores.

Acredito que o mais importante é a co-responsabilidade que esse cenário exige para manter o comprometimento e o resultado da empresa. Os funcionários fazem seu trabalho com mais autonomia, sem um controle central.

Cada um exerce nos círculos em que atua: influência, transparência e eficiência. "Esse é o grande diferencial das empresas sem chefe: cada um é seu próprio gestor e o único responsável pelo seu desenvolvimento profissional", diz a reportagem. E, ressalta que "o profissional precisa ser maduro para entender de que modo pode contribuir na empresa e ter iniciativa para encontrar novas maneiras para se tornar útil dentro da organização".

Então, no meu ponto de vista, a conclusão seria eliminarmos os chefes e não as lideranças. Até por que a liderança se exerce horizontal e verticalmente, para cima, para baixo e para os lados, ela é 360 graus e, a partir disso, um estagiário pode influenciar positivamente seu chefe ou uma equipe inteira.

Obs: indico, inclusive, um livro que se chama "Líder 360o" e, também, acredito que seria interessante que conheçam mais sobre a temática "influenciosfera"! 

Aqui no BLOG meu objetivo é pensar nisso acontecendo num escritório de advocacia. E, certamente, acredito que seja possível. A estrutura de um escritório propicia uma gestão horizontal, sem chefias, apenas lideranças e responsabilidades distribuídas em círculos que se encontram e se distanciam, gerando autonomia e responsabilidade compartilhadas.

Num escritório os sócios precisam delegar, mas não podem obviamente se furtar de algumas coisas como o planejamento e a gestão da banca, como a sua função comercial de alimentar o escritório com a manutenção e a conquista de clientes, mas podem permitir um ambiente mais confortável para que líderes e liderados rompam barreiras e exerçam uma operação menos engessada, para que seja mais produtiva, mais agradável e traga bons retornos ao clima organizacional.

Bom, do ponto de vista da existência de chefes, da verticalização da estrutura, como é a gestão no escritório que você trabalha?

Conte-nos sua experiência! Vamos trocar idéias!? O objetivo do BLOG sempre foi compartilhar dificuldades, conquistas e experiências! Eu gostaria muito de ouvir você!

E que possamos melhorar sempre!

Advocacia Hoje Luis Fernando Rabelo Chacon @LuisFRChacon

9 de abril de 2014

Dicas sobre as planilhas gerenciais mais importantes para seu escritório!

A gestão do seu escritório depende e muito da colheita, da análise e do tratamento das informações para possíveis decisões estratégicas. Isso acontece com o marketing, quando é importante saber do cliente novo que chegou por onde veio, quem o indicou ou como ficou sabendo sobre o escritório? Ao analisar tais informações de 10 clientes, por exemplo, é possível visualizar qual é o canal de marketing está funcionando com o seu escritório.

Isso também acontece com o controle sobre o volume de serviços que determinado cliente lhe traz no cotidiano para que possa comparar com o valor dos honorários que recebe e decidir, após analisar as informações obtidas, se realmente o cliente é financeiramente rentável e, com isso, inclusive, caso seja necessário, propor mudanças específicas como a revisão do referido contrato, para que ele represente o equilíbrio economico e financeiro desejado, justo.

Eu gosto muito da leitura do livro "O pequeno príncipe" de Antoine de Saint-Exupéry. Parece um livro somente para crianças, mas cada vez que leio posso compreender mais e melhor algumas passagens. O príncipe visita diversos planetas ao longo do livro e num deles encontra "o empresário". Em tal passagem o autor nos questiona: de que adianta termos números, contar coisas, se não sabemos o que fazer com eles?

O príncipe se aproxima do empresário que está contando estrelas e ouve ele falando em voz alta um número, como se estivesse contando algo, e lhe pergunta...

"Milhões de que?
O empresário compreendeu que não tinha chance de ter paz:
_ Milhões dessas coisinhas que se veem às vezes no céu.
_ Moscas?
_ Não, não. Essas coisinhas que brilham.
_ Vagalumes?
_ Também não. Essas coisinhas douradas que fazem sonhar os preguiçosos. Mas eu sou uma pessoa séria! Não tenho tempo para divagações!
_ Ah! Estrelas!
_ Isso mesmo. Estrelas.
_ E o que fazes com quinhentos milhões de estrelas?
_ Quinhentos e um milhões, seiscentas e vinte e duas mil, setecentas e trinta e uma. Eu sou um sujeito sério. Gosto de exatidão.
_ E o que fazes com estas estrelas?
_ O que faço com elas?
_ Sim.
_ Nada. Eu as possuo.
(...)
_ Isso quer dizer que eu escrevo num pedaço de papel o número de estrelas que possuo. Depois tranco o papel numa gaveta."

Repito a pergunta que fiz acima: de que adianta termos números e informações se não sabemos o que fazer com elas? Alguns escritórios não possuem dados algum, outros possuem e nada realizam com tais informações. Ora, os dois estão errados e, mais errado está o segundo, que tem trabalho para colher informações e nada faz com elas!

A gestão básica financeira de um escritório é parecida com a gestão de qualquer pequeno negócio que se esteja tocando. É preciso ter um livro caixa, com informações diárias do movimento financeiro, incluindo despesas reembolsáveis e não reembolsáveis, saídas de dinheiro para diligências externas, entrada de honorários em dinheiro ou cheque via secretária, etc. Ali se lançam pagamentos e recebimentos efetivos. Você pode deixar um mais simples com a secretária e outro controle com você, mais complexo, envolvendo também a conta corrente bancária.

O controle de estoque do escritório é interessante. Saber o quanto se gasta de papelaria em geral, papel e impressora, material de limpeza, café, lanches, e outros gastos mais pode lhe dar uma informação interessante, principalmente, para quando o seu negócio crescer e tais gastos se tornarem mais representativos. Aqui, por exemplo, pensar no reembolso de despesas do cliente, como xerox, é algo importante. Alguns escritórios controlam as ligações telefônicas também, até para medir o quanto se gasta com um ou outro cliente e avaliar a rentabilidade real do contrato de honorários.

Outra planilha financeira essencial é a que traz a análise do resultado líquido mensal do seu escritório. Uma planilha que reúna todas as informações financeiras, inclusive, resultado operacional da conta corrente bancária, para que você possa avaliar a liquidez mensal, a rentabilidade efetiva. Depois, analisando mês a mês será possível conhecer a sazonalidade do negócio, quando e por que em determinados momentos ele teve um resultado melhor ou pior.

A quarta planilha seria a "agenda" da secretária elaborada de forma bem completa, propiciando que você tenha informações não somente do contato do cliente (telefone e email) mas, se possível, quais áreas mais lhe interessam, quais os assuntos que ele já trouxe para você e, com isso, potencializar sua estratégia de marketing, para que possa direcionar um serviço novo ofertando-o para a pessoa certa.

E, por fim, uma planilha que possa lhe demonstrar o controle comercial do negócio por áreas de atuação. Por exemplo, que lhe mostre mensalmente em volume de serviços, em volume de clientes e em volume de resultado financeiro quais as áreas que você atendeu, mostrando o caminho que seu escritório segue, os assuntos que são mais solicitados pelos clientes e, também, as áreas que se mostram mais rentáveis quando se equipara o volume de trabalho com o resultado financeiro.


Bom, vimos que não basta colher dados! É preciso colher as informações certas com objetivos pré determinados e, com isso, efetivamente, tomar decisões. Quem realizar o cenário acima, aos poucos, poderá futuramente e com muito mais facilidade pensar no planejamento estratégico do escritório, desenhando sua missão e sua visão, pois conhecerá melhor o seu negócio e poderá, com isso, planejar mais adequadamente o seu futuro!


Fica a dica de leitura de um pequeno roteiro com dicas sobre estas planilhas essenciais na revista EXAME: clique aqui.

SUCESSO!

Apenas R$38.00 : aqui
Lançamos um livro sobre "gestão de carreira e gestão de escritórios para advogados" (clique aqui) pela Editora Saraiva, com o apoio da Comissão Estadual do Jovem Advogado da OAB SP. O livro trará temas importantes para o desenvolvimento da sua carreira profissional e também para a boa gestão do seu escritório. Lá há um capítulo específico sobre como instalar um planejamento estratégico em seu escritório! Adquira o seu!

Luis Fernando Rabelo Chacon
@LuisFRChacon