Essas perguntas são costumeiramente feitas por advogados no início de carreira. Neste Blog já publicamos alguns textos sobre isso, mas hoje me deparei com uma palavra que apareceu ultimamente no cenário de negócios e oportunidades: COWORKING. Isso me motivou a escrever algo para ajudar os advogados no início de carreira que decidem abrir o próprio escritório.
Logicamente que a escolha do local, a escolha dos sócios, a escolha das áreas de atuação e tantos outros temas tiram o sono de qualquer advogado no início da carreira. Hoje vou trabalhar com uma ideia nova, mas que efetivamente pode ser a solução para muitas destas dúvidas. Acredito que jovens advogados e até mesmo as Comissões de Jovens Advogados de Subseções da OAB e os Núcleos de Prática Jurídica das Faculdades de Direito podem se organizar no sentido que abaixo indicamos.
O propósito do sistema de COWORKING é reunir num único ambiente, devidamente organizado para isso, grupo de pessoas e profissionais que estejam alinhados a determinada área ou segmento, reduzindo custos e otimizando o networking e as parcerias frutíferas que isso nos traz.
A troca de ideias, as experiências e até mesmo a sinergia de pessoas trabalhando de forma autônoma, porém num mesmo espaço, pode ser frutífero para o início da carreira de qualquer advogado.
O COWORKING tem como objetivo formatar um espaço comum de trabalho que não é mera locação de salas para atendimento ou execução de tarefas, mas sim o convívio dinâmico e interativo de profissionais (geralmente, profissionais liberais e autônomos) que não mantém entre si ligações diretas, mas que certamente oferecem grandes vantagens para o grupo.
Ora, se uma das dificuldades para o advogado recém formado é o custo, por que não apostar nessa modalidade de "escritório compartilhado". Veja, não será mera divisão de salas, rateamento dos custos, mas sim um lugar organizado para receber várias pessoas que estejam alinhadas com um perfil pré determinado.
Ora, se outra dificuldade para o advogado recém formado é a falta de experiência, num espaço como esse certamente o grupo e a coletividade aumentarão e muito suas trocas de experiências e uma pessoa ajudará a outra, e vice versa.
Ora, se no começo da carreira escolher seu sócio é algo pesado demais, o COWORKING é sem dúvida uma saída muito apropriada para conhecer as pessoas aos poucos, avaliar todo o comportamento pessoal e profissional de alguns colegas advogados antes de decidir com quem abrir um escritório próprio, não é mesmo?
Ora, se no começo da carreira sempre estamos na dúvida sobre qual o melhor local para montar o escritório, por que não montar num local compartilhado que já tem visibilidade e está operacionalmente pronto para me receber?
Além disso tudo, veja só:
Imagine que você, advogado, está elaborando uma petição e se dá conta de que nunca fez algo parecido. Ao seu lado, um pouco mais experiente, outro advogado, é consultado e envia para o seu email uma petição de um caso similar. Ao invés de pesquisar no Google e correr o risco de pegar uma petição mal elaborada, você pode ouvir da pessoa que construiu aquela peça dicas efetivamente reais para que seu caso seja de sucesso! Ele pode até te dizer que no caso dele o juiz exigiu também outra coisa...
Já imaginou que você, advogado, recém formado, é procurado por um potencial cliente que lhe oferece um caso que envolve o direito previdenciário, porém você nunca atuou nessa área e descobre que no seu "escritório compartilhado" há um frequentador com grande experiência na área. Bingo! Você não perderá o cliente, dividirá os honorários com o tal advogado experiente e ele, por sua vez, receberá mais um caso que, sozinho, não alcançaria. É um mundo de possibilidades...
Além disso, estamos falando de algo que a realidade já nos mostra como possível. Escritórios não formalizados como sociedade de advogados onde as despesas são rateadas é uma realidade. Troca de experiências com amigos pelas redes sociais em busca de uma ajuda ou outra num caso concreto, também. Ou seja, o COWORKING teria como função potencializar tudo isso de maneira efetivamente planejada e organizada!
Tenho certeza que jovens advogados estarão, a partir de hoje, pensando em como realizar isso. Comissões do Jovem Advogado de Subseções da OAB, Faculdades de Direito, todo mundo pode fazer um pouco para que esses projetos sejam frutíferos em prol da classe!
Vamos compartilhar! Grande abraço
Veja o que temos na internet sobre o assunto:
WIKIPÉDIA
Folha de São Paulo: escritórios compartilhados.
Ligado na Facul: mudança do local de trabalho é real!
Advocacia Hoje Luis Fernando Rabelo Chacon @LuisFRChacon www.cmo.adv.br
Prezado Mestre,
ResponderExcluirsobre o tema em questão venho relatar minha experiência pessoal.
Em 2008, auge da crise econômica internacional, já estava no 7º semestre do curso, quando meu então chefe me chamou e me falou duas coisas:
1 – Em épocas de crise econômica, enquanto muitos vêem a situação como problema, o advogado vê como uma grande oportunidade. Isso porque crises econômicas trazem quebra de empresas, briga de sócios, separação de casais etc. Portanto aquela era uma grande oportunidade para começar, já que estávamos em uma forte crise econômica internacional.
2 – Se eu queria advogar deveria começar logo, mesmo sem ser advogado. MAS COMO? Ora, é cediço que o acadêmico de direito, desde que assistido por advogado pode “advogar”. Escrever e assinar petições, “queimar gordura da barriga” no balcão dos fóruns etc..
E me falou isso acrescentando que na média um advogado para ter uma vida tranquila, com clientes cativos, bons honorários, ser conhecido na sua área de atuação, leva uns 10 anos. Portanto se eu começasse naquele momento eu poderia “diminuir” em dois anos essa “briga”.
Foi quando comecei a ajudá-lo em um sem número de processos e a receber meus primeiros honorários.
Bom, aqui começa a experiência de parceria (ou coworking).
Com o tempo, o trabalho na forma de parceria foi aumentando e com isso a necessidade de possuirmos uma sala. Que alugamos em meados do ano passado junto com outros dois advogados.
Bem os custos de uma sala de 30m2 ficaria inviável para dois advogados, principalmente sendo um deles em início de carreira.
Então fizemos a proposta para outros dois advogados, que aceitaram de pronto repartir os custos da sala.
Aqui tem um ponto bastante importante, e esse é o espírito da parceria (ou coworking), o que é divídido, em primeiro momento, são os custos operacionais do escritório: aluguel, condomínio, telefone, internet, luz, impressora etc., mas não obrigação nenhuma de divisão de trabalho e honorários.
Cada um trabalha por si, de forma autônoma, e dependendo do caso, convidamos um ou outro colega e ou envolvemos todos do escritório.
Óbviamente, como “ninguém é comunista” (citação de The Godfather), quando há a divisão de determinado trabalho, os honorários são divididos na medida do trabalho realizado por cada um.
Mas em todos os honorários sejam, os autônomos ou em conjunto há a separação de um pequeno percentual para investimento no escritório.
Esperamos até o fim do ano, contratar uma secretária que também terá os custos divididos.
Enfim, a experiência tem sido boa e muito bem sucedida.
Acho que o mais interessante desse modo de trabalho é a liberdade. Cada um faz o seu trabalho, não há necessidade de dar satisfação para chefe, e os custos mensais com o escritório são muito baixos. No caso até o presente momento não pagamos mais do que R$ 250,00 por mês cada um.
É isso.
Prezado Osvaldo Rabelo, que bom ler seus comentários e acreditar que a dica que dei é valiosa e pode ajudar muita gente na prática! O cenário que você ilustrou é mesmo frutífero! Sucesso!
ExcluirOlá, achei muito interessante seu texto e principalmente sue ponto de vista, há exatos 2 meses me associei com duas colegas e montamos um escritório, elas já são advogadas, eu ainda não, mas temos uma coisa em comum não temos muita experiencia. Enfim, o que queria abordar no meu comentário é que concordo com você nessa ideia é de fato muito boa, tem sido proveitosa, mas no mundo dos "advogados" ocorre uma coisa, ninguém quer dividir conhecimentos com ninguém, e isso é uma verdade incontestável (infelizmente), é muito difícil procurar ajuda nos outros... Infelizmente pegar um modelo de petição de um caso parecido nem sempre é possível, já ouvi vários colegas dizendo: ah, o fulano não sabe fazer tal peça (e logo vira motivo de chacota na boca dos demais), eu não ajudo! Não é advogado? então tem que saber fazer!! Pois é, infelizmente, a falta de humildade gera comentários até bem piores que esse. E aí está o fato que nos prejudica: a falta de união, somos de fato uma classe desunida! Não estou dizendo isso por estar no início, pois venho de uma família cheia de advogados! E o fato e sermos uma classe desunida (quer dizer, de serem uma classe desunida, porque eu ainda não tenho minha carteira da OAB) só traz perdas! Essa "ajuda" ao colega que você falou aqui existe apenas na teoria, o que não seria nada mal se existisse na prática, mas como diz um ditado ali: Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina (Cora Coralina).
ResponderExcluirCora Coralina é sábia nas palavras e você captou bem os ensinamentos dela nesta frase! Uma coisa tenho certeza: a advocacia sua ou de qualquer escritório só evolui com parcerias internas e externas! Temos que ter bons contatos e bons relacionamentos dentro e fora do escritório, pois senão prejudicamos nosso crescimento! Tenho certeza que encontrará ainda muitos advogados dispostos a ajudar sempre! Conte comigo!
ResponderExcluirBom dia Luiz Fernando , parabéns pelos textos, me formei ha 2 anos e agora resolvi montar meu escritório , imóvel próprio, ocorre que não tenho ainda uma carteira significativa de clientes, fiz um investimentos de aproximadamente 30.000,00 e não queria trabalhar sozinha, tem uma colega advogada interessada em vir trabalhar aqui, mas não estou sabendo como firmar uma parceria com ela, diz não ter condições financeiras para me ajudar nos custos do escritório, mas precisa de uma base para atender seus clientes oriundos da advocacia dativa que tem exercido e o que teria a me oferecer seria ajudar na captação de clientes potenciais para o escritório e receber seu percentual para o trabalho que venha exercer, enfim, não sei se é vantajoso para mim , mas a fim de ajuda-la, pensei em oferece -la uma carência de custos de 3 meses, e neste período os trabalhos que captarmos a repassaria um percentual de 30% sobre os honorários, independente de ser indicação dela ou não.
ResponderExcluirGostaria muito que me desse uma orientação qual seria a melhor forma nesse meu caso em que tenho a estrutura montada e a possível parceira que quer se associar somente com o trabalho.
Cara Dra, não é simples responder sua pergunta! Sociedade depende muito de afeição, muito menos de acordos e remunerações, muito mais acerca de objetivos comuns, pensamentos comuns. De fato, no modelo que você propõe ela seria muito mais uma advogada associada do que uma sócia. Sócio contribui com capital, é responsável pela parte financeira do escritório (captação), pela administração do negócio como um todo e pela produção (trabalho). Então, caso queira tê-la como parceira, que seja como uma advogada colaboradora, e não como uma sócia. E, com isso, o modelo de parceria vai depender de vocês! Sucesso! Aproveito para lhe indicar nosso novo livro: http://www.editorasaraiva.com.br/produtos/show/isbn:9788502220010/gestao-para-advogados/
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