22 de fevereiro de 2013

ADVOGADAS NO COMANDO DE ESCRITÓRIOS?


A GESTÃO LEGAL E AS MULHERES
  
Dois temas que crescem simultaneamente: a participação da mulher no mercado de trabalho, enquanto gestora, ocupando postos de responsabilidade e liderança e, paralelamente, a gestão profissional dos escritórios de advocacia no Brasil.

É possível unir as duas experiências? Creio que sim.

A habilidade de comandar um grupo com ética, fazendo-o gerar resultados tem sido vista com frequência no meio feminino.

Neste aspecto, torna-se premente a profissionalização dos escritórios. Contudo, não faz muito tempo que o tema foi encarado de modo direto e racional. Há apenas uma década foi instituído, no Brasil, o primeiro curso de gestão de escritórios, coincidentemente, na mesma década em que um censo observava a participação feminina no mercado de trabalho como fato notável.

Historicamente, no Brasil, era incomum advogados se preocuparem em encarar seus escritórios como empresas; e este comportamento estava diretamente associado à ausência de disciplinas da área de gestão empresarial nas faculdades de direito, ademais do modelo societário imposto pela OAB que não acolhe investidores ou outro tipo de profissional nas sociedades, que não advogados, resultando na dificuldade de compreender-se o escritório de advocacia como empresa.

Entretanto, a globalização, a era do consumo – leia-se consumo de aprendizado –, o surgimento de cursos e associações, têm aliviado esta sensação de cegueira.

E o que a mulher guarda de relação com este fato? Exatamente a coincidência da era do empreendedorismo com a tomada de posição de destaque por elas no mercado e no comando.

A liderança sempre foi assunto de relevância dentro das organizações. A multifuncionalidade que as mulheres têm, enquanto gestoras do lar, da vida pessoal e familiar, enfim, as inúmeras tarefas que agregam ao seu roteiro diário, tornam-nas gestoras ideais, desde que possuam a capacidade nata de líderes.  Evidentemente, é tênue a linha divisória desta multifuncionalidade com a eficiência, e não são todas as que conseguem administrar esta característica como um potencial.

Sob este aspecto, a liderança ideal para uma organização privada é a que garante a continuidade próspera e lucrativa do negócio. É a liderança que se propõe a alcançar os objetivos, a visão e a missão da organização.

Ainda que, muitas vezes, a mulher contemporânea se sinta assoberbada pelas múltiplas responsabilidades que assume, gosta dessa participação enquanto sua inteligência emocional garante os resultados de suas ações aguerridas enquanto empreendedora.
Por outro lado, enquanto, os homens, por sua própria natureza, são mais objetivos e literais em suas concepções, as mulheres são mais globais, o que lhes garante escolhas mais flexíveis e intuitivas, e quando conjugam o altruísmo próprio de sua natureza com a capacidade de liderança, daí resulta a prosperidade do negócio, a notoriedade do nome que comanda e uma prazerosa sensação de dever cumprido.

Se, também, desempenham com segurança os papéis delas esperados e utilizam seu poder natural da comunicação, acabam tendo facilidade em suas reivindicações e costumam ser atendidas nas negociações com seu time.

Dentre os tipos de liderança observados, certamente a liderança democrática é a mais próspera. A gestão dos escritórios feita confiando na equipe, fazendo-a participativa, aberta a sugestão de novos métodos, novas idéias, melhorias, considerando-a em processos decisórios e esboçando providências, é a liderança que conta com a colaboração de todos os envolvidos na organização e, muitas vezes, a eleita pela mulher.

Liderar não é tarefa simples. Gerir uma empresa de advocacia também não é missão fácil, levando-se em consideração que nos bancos universitários aprendeu-se exclusivamente a advogar. Ambas as tarefas exigem dedicação, respeito, humildade, compromisso, disciplina, estudo, pesquisas e investimentos intelectuais na área administrativa legal e, por que não, a delegação do status de advogado para assumir a condição exclusiva de gestor de sucesso.



Autoria do texto escrito para o Advocacia Hoje:
Flávia Malheiros
Sócia Diretora - Advogada
Malheiros Advogados
@flamalheiros 



Advocacia Hoje Luis Fernando Rabelo Chacon @LuisFRChacon www.cmo.adv.br

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