27 de agosto de 2012

Foco no objetivo! Você vencerá!

Sempre que uma semana começa nossos planos se divertem na nossa cabeça. Quem é aluno começa a planejar os estudos, a sonhar com a aprovação na OAB ou no seu concurso público predileto. Quem é advogado começa a semana pensando em como conquistar aquele cliente, fazer acordo naquele processo etc.

Mas, digamos sinceramente, não é fácil sair do nosso quadrado cotidiano, botar as barbas de molho, organizar nossos desejos em prioridade e transformar nossos planos em ação.

Durante a XVII Semana Jurídica do Curso de Direito do Centro Universitário Salesiano de Lorena SP (UNISAL) que se realizou na semana passada dois palestrantes chamaram minha atenção nesse ponto.

É preciso reconhecer que temos energia suficiente para vencer as batalhas que enfrentamos, pois somos mais fortes do que podemos imaginar (@ProfFelipeLima). É preciso acreditar no nosso sonho mesmo que nossa preparação para alcançá-lo comece hoje, pois se desejamos é por que podemos alcançá-lo! (@RogerioSanchesC).

Essas duas mensagens são importantes! Sempre digo para meus alunos que preparação para o Exame da OAB ou para os concursos públicos exige fundamento em três pilares: planejamento adequado do estudo, foco no cumprimento das metas, controle emocional/psicológico afinado com a mente de um vencedor!

Na postagem dessa semana quero deixar um recado simples para meus leitores e para todos aqueles que sonham chegar longe na área jurídica (ou em qualquer área). Na qualidade de Membro da Academia de Letras de Lorena (SP) decidi fazer isso no melhor estilo poético que se possa imaginar.

Fica então poeticamente descrito meu recado para todos vocês!


Foco no objetivo.

Posso imaginar tudo aquilo que desejo.
É isso que me faz suportar obstáculos!
Minha mente vive desejosa desse futuro.
É isso que me desafia a ir cada vez mais longe!

Num gole de alma se vai meu pensamento
E fortalecido fico com as ondas desse tempo!
Num só olhar consigo perpetuar esse sonho
E amadurecido fico com cada passo que realizo!

Então tenho foco no meu objetivo,
Ponho meus passos em marcha,
Pois essa batalha é minha!

Então acredito que é possível,
Ponho meu exército na batalha,
Pois essa vitória é minha! 



Advocacia Hoje Luis Fernando Rabelo Chacon @LuisFRChacon www.cmo.adv.br

23 de agosto de 2012

Dicas práticas para elaborar seu TCC ou fazer um belo artigo científico!



Vou ter que fazer meu TCC, e agora?

Agora, fique calmo, um passo atrás do outro e mantenha a calma! Como professor universitário e orientador de Trabalhos de Conclusão de Curso sei que há uma dificuldade para os alunos, mesmo aqueles que tiveram um ótimo curso de ‘metodologia científica’ nos primeiros anos da graduação.

Além disso, observo que essa postagem também é útil para quem quer escrever algum artigo científico ou monografia para concursos ou revistas! Quero ajudá-los!

Nas preliminares dessa postagem faço as seguintes considerações!

O primeiro ponto a ser reconhecido pelo aluno é o seguinte: o TCC no Curso de Direito é obrigatório!

O segundo ponto: é preciso se organizar, pois isso facilitará e muito o seu trabalho, é meio caminho andado!

O terceiro ponto é reconhecer que a pesquisa e o trabalho científico serão, depois da faculdade, replicados diariamente nas funções que você exercer na maioria das carreiras jurídicas, ou seja, fique craque nisso agora para fazer de forma brilhante quando for um profissional!

Um juiz se organiza, pesquisa e escreve para decidir; o Ministério Público idem, o Advogado então, diariamente constrói suas teses embasadas em textos, fatos, provas e argumentos! Treine hoje para ter facilidade e sucesso amanhã!

O quarto ponto é ver no TCC a chance do início da sua especialidade na advocacia ou então o início de um estudo aprofundado para seu concurso público desejado! Você poderá colocar no seu currículo qual foi o tema do TCC e isso pode ajudá-lo a conquistar determinada vaga de trabalho após a faculdade, mostrando conhecimento do tema a partir do estudo realizado! No mesmo sentido, aproveite o tempo de elaboração do TCC para estudar para o seu concurso público! Faça dos dois limões uma limonada!

No mérito quero indicar os quatro primeiros passos para organizar e facilitar a elaboração do seu TCC.

Primeiro passo: tenha um bom projeto de pesquisa, focando-se principalmente na verificação inicial da existência de bibliografia para futura pesquisa, organização temática de modo a identificar realmente o tema que você pesquisará (que não pode ser amplo, como “A obrigação de reparar o dano”, e deve ser focada como “A obrigação de reparar o dano moral decorrente da inclusão do CPF nos cadastros de proteção ao crédito”. O tema indica sobre o que se falará no texto! Isso é imprescindível para facilitar sua vida no futuro da elaboração do TCC!

Segundo passo: separe do seu Projeto de Pesquisa a referência bibliográfica e o sumário provisório. Converse com colegas, com seu professor orientador ou com alguém que tenha experiência na elaboração de pesquisas acadêmicas. O professor conhecedor da área poderá te indicar outros livros. O orientador poderá organizar melhor o sumário, mudando tópicos, reordenando títulos etc. Essa calibração é necessária! Deixar tudo pronto antes de começar a escrever o texto, mesmo reconhecendo que depois isso pode ter alguma mudança de percurso! Entenda: não adiante ter pressa se eu não sei onde quero chegar! A preparação é fundamental!

Terceiro passo: regras básicas de ouro!

1 – Não dê nenhum dos passos seguintes sem conferir as preliminares!

Tenha certeza disso! Caso não observou as preliminares ainda, por favor, volte lá e faça o necessário!

2 – Consulte previamente o Manual de Metodologia Científica da sua instituição de ensino.

Se possível, imprima e mantenha consigo o tempo todo de elaboração do trabalho.

Não sabe qual é? Pergunte ao professor orientador e peça uma via! Esse será o seu instrumento de trabalho ao longo da elaboração do texto! É preciso ler ele antes de escrever, para facilitar sua vida depois!

Também há livros que ensinam a elaboração de pesquisas e trabalhos, muito úteis para consultas diárias.

3 – Consulte uma monografia de TCC elaborada no ano anterior ao seu.

Lembra daquele bom aluno que se formou antes de você? Então, vá até a biblioteca e peça para ver o TCC dele! Se possível, faça o empréstimo e leve para casa. Não é preciso ler o trabalho (salvo você se interesse!), mas é fundamental dar uma olhada na estrutura. Veja e compreenda as partes do trabalho. Veja como ele fez as citações ao longo do texto. Perceba como ele utilizou o Manual de Metodologia da sua instituição! Entenda a estrutura da cada capítulo, os espaços, a fonte utilizada, os recuos, o rodapé etc.

Essa olhadela ajudará e muito quando você estiver com os dedos no teclado do seu computador digitando o seu trabalho! Pequenas dúvidas serão afastadas de cara!

4 – Comece elaborando o primeiro capítulo e não a introdução!

Veja a organização dos tópicos no sumário. Separe os livros e textos que usará. Comece a elaborar o primeiro capítulo. Procure seguir as regras de metodologia desde o início (é muito mais complicado escrever e depois querer colocar tudo no esquema, acredite!).

Geralmente as faculdades indicam um número padrão de páginas/laudas por trabalho. Veja isso! Uma monografia não é um mero artigo científico, mas não é uma dissertação de mestrado, nem uma tese de doutorado. Geralmente digo aos meus orientandos que cada trabalho deve ter no mínimo três capítulos, com aproximadamente 10 a 12 páginas cada, além das demais partes do trabalho, como a introdução e a conclusão, com aproximadas 5 a 6 páginas cada, totalizando um trabalho com 48 páginas de texto, no máximo, o que está ótimo para uma monografia de TCC!

Fechou o primeiro capítulo? Faça sua revisão de conteúdo e de forma metodológica e entregue ao seu orientador para corrigir! Espere a devolutiva e, só depois, siga para o próximo capítulo! Assim, o segundo capítulo será feito com a experiência adquirida ao elaborar o primeiro, bem como sem os equívocos que o seu professor orientador já corrigiu! Isso significará maior produtividade e mais eficiência!

Só comece o segundo capítulo quando o primeiro estiver corrigido, conforme as orientações do professor, e um brinco!

A conclusão é escrita logo após fechados os capítulos. A introdução é o último texto. Perceba: você só pode escrever sobre o seu trabalho na introdução quando o trabalho já estiver pronto, certo? Uma introdução sobre aquilo que ainda não existe, certamente, poderá não se adequar ao futuro trabalho!

Por fim, depois dos 4 passos organizados, é importante também observar algumas dicas práticas que serão úteis durante a elaboração e produção dos textos! Essas dicas podem ser úteis para poupar tempo e priorizar a qualidade técnico-científica do trabalho! Então, fique atento!

a)      Antes de escrever o primeiro capítulo escolha se utilizará as citações com o sistema de nota de rodapé ou o sistema de autor e data. Não sabe o que é? Consulte o manual de metodologia ou seu professor! Autor data é mais simples!

b)      É melhor citar vários autores ao longo do capítulo ao invés e usar um único autor como fonte de pesquisa. A monografia supõe pesquisa do tema em vários autores!

c)      Evite quando possível o uso dos livros essencialmente resumidos ou textos de internet, salvo quando você confiar na qualidade dos mesmos. Autores e profissionais de qualidade também publicam na internet (é o caso desse blog não é? risos).

d)     É melhor citar vários autores do que plagiar direta ou indiretamente qualquer autor. Plágio é motivo, dentre outros, de possível reprovação do aluno! Não corra risco desnecessário!

e)      Não cite autores/textos que não usou/consultou pessoalmente. Citação supõe que você leu a fonte, leu o livro! Caso tenha lido em outro livro, a citação de outro autor use a ferramenta de metodologia adequada (exemplo, apud).

f)       Ao final de cada capítulo procure fazer um parágrafo curto, de mais ou menos 5 linhas, resumindo o que foi visto naquele capítulo e indicando o que será visto no próximo (parágrafo de fechamento). Isso mostrará coesão, organização e ligará um capítulo ao outro! O leitor apreciará muito isso!

g)      Não escreva parágrafos longos demais! Use o ponto final, o parágrafo, o ponto e vírgula. Pense no leitor, o texto deve ser de fácil leitura, pausado e organizado!

h)      Use sempre um texto seu para unir duas citações! Não existe trabalho escrito exclusivamente com citações! Portanto, entre uma citação literal e outra, acrescente, no mínimo, um texto seu indicando o que será dito, por qual autor, em que contexto, se contraria ou não a posição citada anteriormente, etc. Essa dica é para costurar as várias citações com passagens suas, próprias de quem elabora!

i)        Quando todos os 3 ou 4 capítulos estiverem prontos use os parágrafos de fechamento (dica acima) para pensar na estrutura da conclusão. Realmente, com eles é possível organizar o texto da sua conclusão em partes específicas antes de começar a escrever. Você não precisará ler ou rever os capítulos para escrever a conclusão e ganhará tempo, mantendo perfeita coesão entre o que foi escrito antes e o texto final!

j)        Um trabalho de monografia rico é aquele que tem uma boa pesquisa científica. Para ampliar o leque de citações e a lista da referência bibliográfica faça o seguinte: veja quais autores o autor do texto que você está lendo cita! Daí, procure o texto destes autores citados, indo direto neles! Se João José cita Maria Bernardete, consulte o João José e também se possível a Maria Bernardete! Essa mesma tática serve para os TCCs de anos anteriores da sua faculdade: ao ler um TCC com o mesmo tema ou tema próximo ao seu, verifique que autores ele usou!

k)      Ao ler livros e artigos científicos deixe clips, folhas de rascunho, postits, fichas de papelaria e outras ferramentas por perto! Nunca digite um texto como citação no seu trabalho sem ter certeza de anotar os dados científicos para a citação (no mínimo: nome do autor e do livro, página onde foi encontrado o texto). Já pensou no final do trabalho ter que “caçar” onde estava aquele texto que você citou? Daria um trabalhão!

l)        Compre uma pasta e mantenha ali tudo o que está sendo utilizado. Inclusive, no caso de orientações, as fichas, os emails, os encontros realizados. Impressos de artigos, Xerox de livro etc. Tudo num único lugar, assim, quando você achar algo novo para usar saberá onde guardar! Coloque ali e quando estiver escrevendo encontrará rapidamente!

5 - Derradeira observação: uso do Word!

Você conhece bem a ferramenta da Microsoft utilizada para digitar e formatar seu trabalho? Pois é! Isso também é crucial! Paralelamente a tudo o que disse acima é preciso conhecer essa ferramenta. Vale um cursinho, vale um amigo expert, vale treino! Saber usar bem o Word é fundamental!

A faculdade onde leciono tem um curso bacana sobre isso, criado em janeiro deste ano (2012)! Saiba mais em no site do UNISAL (clique em extensão, depois no campus Lorena e procure o curso "Word para TCC"). Inscrições clicando aqui

6 - Fechamento

Caro leitor, esse pequeno artigo não dispensa uma boa e prévia conversa com seu orientador! Cada cabeça uma sentença! O objetivo deste texto é ajudá-lo, dar um norte para que os passos iniciais sejam dados com segurança e de forma produtiva! Mas, converse e troque ideias com seu orientador, certamente, será muito útil!

Espero ter ajudado, de alguma forma!

Grande abraço e sucesso no TCC!

Professor Chacon


Conheça também: Blog de Direito Educacional


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20 de agosto de 2012

A língua portuguesa, a qualidade dos Cursos de Direito e o desafio da especialização a partir do sexto ano.

Caros leitores,

Não vou me aprofundar nesta postagem. Vou provocar e indicar leituras importantíssimas. Na semana que passou li dois artigos que muito chamaram a atenção e, posso dizer, estão entre os mais apropriados para estudantes de Direito e advogados da atualidade.


O primeiro indica a grande preocupação com a falta de qualidade do 'português' que vivem os alunos dos cursos de graduação em Direito de todo o país, em faculdades públicas ou particulares, uma verdade incontestável. O domínio do vocabulário, o uso correto da língua portuguesa escrita ou falada, são essenciais para o desempenho no Exame da Ordem tanto quanto na aprovação em concursos públicos. 

Isso se dá pelo fato de que o grande laboratório de uma faculdade de Direito é mesmo a biblioteca, ou seja, os textos são a fonte de aprendizado ao lado das rotineiras aulas expositivas nas salas de aula. O aluno aprende, compreende e assimila através da leitura e da oratória, depois é avaliado na faculdade e fora dela da mesma forma, com o uso da escrita e da oratória.

Clareza de ideias e eficiência na exposição das teses é o que o aluno de Direito deve ter em mente para alcançar seus sonhos e realizar o seu sucesso profissional a partir dos estudos. Por isso, algumas faculdades de Direito estão realmente preocupadas em criar projetos específicos para desenvolver tais habilidades, o que inclui disciplina obrigatória na grade curricular do curso, bem como outros projetos paralelos que fortalecem o uso da língua culta, que envolva o aluno no vocabulário, no texto e na redação forense.

Sobre este ponto, acrescento, talvez seja o grande motivo das reprovações na 2a fase do Exame da Ordem, pois lá é que realmente as memorizações e o chute não funcionam, pois exige do aluno maior raciocínio e capacidade de responder questões discursivas e elaborar uma peça processual. É fácil constatar que qualquer faculdade de Direito tem um percentual de aprovados na primeira fase muito maior (muito maior) do que os aprovados na segunda fase, razão pela qual se certifica que a dificuldade com a língua portuguesa pode ser um obstáculo!

Nosso mais novo livro, Prática Forense para Estagiários, se preocupou em incluir capítulos dedicados ao Vocabulário, a Redação Forense e a Oratória. Acho que todos os alunos e advogados recém formados poderiam consultá-lo e, a partir dali, verificar onde podem melhorar para alcançar o sucesso desejado!

Leia aqui o primeiro texto: O português e a redação dos alunos de Direito. aqui.

O segundo texto trata do mais novo ramo do direito: Direito da Construção. Já ouviu falar nele? Não é direito imobiliário não, é direito da construção. Um belo artigo publicado mostra que o tema exigirá do meio jurídico, sobretudo, advogados e juízes, atitudes diferenciadas para compreender um ramo que depende muito mais das leis do mercado do que dos códigos escritos. Eis então que todos os advogados, jovens ou não, recém formados ou não, devem novamente ter preocupação com o futuro a partir de novos desafios e oportunidades!

Quando novas áreas de atuação surgem exigem especialidade que se adquire com o tempo de atuação e com o tempo de estudo. Sendo assim, novamente, é a língua portuguesa que se apresentará ao nobre profissional, desafiando-o a todo momento, para que ele continue a encontrar nas especialidades da advocacia grandes e rentáveis oportunidades de negócio!

O advogado estudará hoje e sempre, constantemente, pois o Direito é uma ciência mutável na medida em que é dependente de fatos e valores da sociedade (teoria tridimensional do Direito). Sendo assim, além do desafio de enfrentar o 'português' para passar no Exame da OAB ou nos concursos públicos, os alunos e profissionais devem compreender que o sucesso da sua carreira, no futuro, continuará a depender disso, ou seja, do uso escrito ou falado da língua portuguesa!

Leia o segundo texto: O encontro inevitável entre o Direito e a Engenharia. aqui.

Estou desafiado! E você?

Grande abraço

Advocacia Hoje
Luis Fernando Rabelo Chacon
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15 de agosto de 2012

Como um advogado pode se tornar professor?

Caro leitor,

Na semana passada realizei uma pesquisa com alunos do 6o semestre do Curso de Graduação em Direito onde leciono (Direito Unisal Lorena - Centro Universitário Salesiano de São Paulo). A pesquisa versa sobre experiências forenses no estágio e expectativas profissionais. Logo mais publico os resultados. Me chamou a atenção que nas 4 salas pesquisadas pelo menos 5 alunos (ainda no terceiro ano da faculdade) apontaram como desejo profissional número 1 ser professor!

Na semana passada meu "primo" de Twitter @Orabelo me enviou um email pedindo minha opinião sobre um currículo que ele havia formatado para encaminhar a uma instituição de ensino. Hoje meu colega do Twitter "Direitoem60Segundos" me mandou uma DM perguntando também sobre o seguinte assunto: como um advogado pode buscar a carreira docente...

Então, em homenagem aos alunos do Direito UNISAL Lorena  e aos colegas do Twitter, resolvi escrever essa postagem. Espero que seja útil!


Como um advogado pode se tornar professor numa faculdade de Direito?

Ser professor numa faculdade de Direito não é tarefa simples. Primeiro porque, nos dias atuais, ser professor não é tarefa simples. Exige-se, sem sombra de dúvida, inspiração e paixão pela docência, prazer em ensinar e aprender constantemente, num convívio diário com os alunos, e busca por atualização constante.

Realmente é um desafio! Ser professor é pra quem gosta! Não procure a docência pelo dinheiro – que nem é dos melhores, nem mesmo pelo status profissional, pois o melhor que se pode esperar não é o status – que pode vir de outras atividades, mas sim o orgulho pelos resultados e vitórias dos alunos, e o reconhecimento dos alunos. Essa é a melhor moeda de pagamento que um professor pode receber!

Feita essa introdução necessária podemos refletir sobre o tema da postagem: como um advogado pode se tornar professor numa faculdade. Vou resumidamente indicar algumas dicas e comentários que observo no mercado educacional, considerando minha experiência como gestor educacional no ensino superior, minha experiência na docência e na própria advocacia. Certamente, o que escreverei não é a regra para todas as situações, mas é algo para que aqueles que assim pretendem possam refletir e rever, talvez, suas ações em busca de tal objetivo. São 10 dicas!

1 – É preciso ter título. Sim. No mínimo uma pós-graduação (especialização – lato sensu). Algumas faculdades mantêm o número de Mestres e Doutores no limite mínimo exigido pelo MEC para obter a nota necessária nas avaliações de sua instituição de ensino, porém se tiver um só graduado como professor a instituição obterá a nota mínima, ou seja, dificilmente contratarão um graduado para um cargo de professor numa faculdade! Mas, algumas fazem questão de contratar somente mestres ou doutores, ou seja, com o tempo é preciso pensar no Mestrado! Dica importante: ao sair da faculdade vá direto para um curso de pós-graduação!

2 – É preciso ter talento. Sim. Além da avaliação do título, as instituições hoje estão aprimorando o formato de contratação de novos professores. Não basta ter título, nem mesmo ter experiência comprovada no currículo, é preciso ter talento! O ensino jurídico hoje exige professores talentosos, com potencial para explorar novas ferramentas de ensino, de cativar essa nova geração de alunos, com capacidade de formar para o Exame da OAB e ao mesmo tempo formar para a vida. Ter talento envolve o carisma, a postura, a fala, a escrita e, sobretudo, a didática. Essa começa com uma postura pedagogicamente correta, organizada através de planos de aula, planos de ensino estruturados, consciência sobre a avaliação continuada e formativa etc.

3 – É preciso falar bem. Sim. Oratória é fundamental para o professor, muito mais do que a escrita. É preciso falar espontaneamente, como se estivesse numa mesa, num almoço com amigos. O jovem aluno das faculdades de hoje percebem a facilidade da fala e a relacionam diretamente com a capacidade e o conhecimento técnico, mesmo que nem sempre o professor com boa oratória seja o melhor conhecedor técnico. Como se mantém a oratória como a principal ferramenta no processo ensino-aprendizagem, isso deverá impressionar a pessoa que busca sua contratação! Há cursos, dicas e treinamentos para aperfeiçoar a oratória. No livro “prática forense para estagiários” (Editora Saraiva) há três capítulos escritos para o sucesso do profissional da área jurídica e um deles é sobre oratória, confira!

4 – É preciso ter um Currículo Lattes. Sim. Você pode incluir seu currículo na plataforma lattes, desenvolvida exatamente para padronizar as informações sobre os profissionais da educação, digam-se, professores. Estar lá é importante. Mesmo que no começo seja para apontar suas produções científicas e cursos realizados na faculdade e nos primeiros anos de formado. É possível incluir trabalhos acadêmicos, publicações em revistas, apresentações de seminários e também seu TCC – Trabalho de Conclusão de Curso. Inclua o seu currículo na Plataforma Lattes. Ao enviar seu Currículo para uma seleção você pode enviar diretamente o Lattes.

5 – É desejável experiência anterior. Sim. Salvo casos excepcionais em que existe uma percepção de dom e capacidade técnica bem desenvolvida no profissional advogado que o inclua com sucesso numa carreira acadêmica, deseja-se sempre que exista alguma experiência. Portanto, participar de seminários como apresentador, publicar artigos científicos em revistas jurídicas, participar como voluntários em projetos que incluam palestras ou cursos, isso será sempre positivo. É, então, importante criar pequenas oportunidades para que com o tempo você construa algum tipo de experiência que chame a atenção do recrutador. Crie oportunidades, ofereça cursos ou palestras gratuitamente nas instituições de ensino, mesmo que para outros cursos que não o curso de Direito. Pode-se, inclusive, aproveitar as mídias eletrônicas das redes sociais para demonstrar sua capacidade e, ainda, mostrar seu diferencial no uso de novas metodologias de ensino, que está muito em alta!

6 – Participar de processos seletivos é positivo. Sim. Mesmo que você saiba não ter chance numa ou noutra concorrência, participe. Isso lhe trará experiência, traquejo e jogo de cintura para enfrentar os novos desafios e até melhorar seu próximo desempenho. Isso inclui buscar vagas em faculdades públicas ou particulares. Veja como a GVLaw faz sua seleção para professores, perceba os requisitos, as exigências. Veja como uma instituição pública faz para selecionar seus professores, busque os editais de abertura de vagas, veja as exigências e se possível inscreva-se. Visite a faculdade onde se formou, pois a prata da casa pode ser a diferença para quem quer começar!

7 – Quem não é visto, não é lembrado. Sim. Quem você conhece nesse meio acadêmico? Quem foi seu professor? Quem está na coordenação daquele ou deste curso ou faculdade? Quem pode te apresentar? Faça um mapa numa folha. Aponte as possíveis faculdades onde existe alguma possibilidade de encaminhar seu currículo. Veja a grade das disciplinas, converse com alunos e professores. Obtenha informações. Depois seja pró-ativo! Lembre-se que muitos currículos são enviados por email, mas isso não é suficiente. Ainda hoje na maioria das vezes a contratação se dá por indicação, então, seja visto!

8 – Começar em outros cursos ou no ensino técnico é possível. Sim. Pense em ser professor de outras áreas, de disciplinas jurídicas em cursos que não são o Curso de Direito. Há disciplinas jurídicas em inúmeros cursos, como administração, ciências contábeis, RH, Logística, psicologia etc. Vá atrás de informações! Também existem cursos técnicos de nível médio, como acontece no Estado de São Paulo com as ETECs – Centro Paula Souza, onde existe, inclusive, um curso de “serviços jurídicos”, com muitas disciplinas da área jurídica. Isso incrementará seu currículo, criará experiência da sala de aula e lhe colocará já no meio acadêmico!

9 – Não desista! Não, não desista! Continue se aprimorando e procurando oportunidades. Potencialize seu currículo e sua capacidade. Crie oportunidades para gerar experiência, tanto em sala de aula como em pesquisa científica. Pense em fazer cursos de aperfeiçoamento didático-pedagógico, cursos focados na formação do professor, isso pode ser um diferencial!


10 – Está na hora de se preparar. Sim. O ensino superior ainda está em expansão no país. Mesmo com a pressão da OAB e do MEC serão criadas novas faculdades, inclusive, de Direito. Precisamos formar mais pessoas/profissionais com ensino superior. O Curso de Administração de Empresas também está em crescimento, gerando oportunidades reais para professores da área jurídica! Ou seja, a fila anda! Prepare-se para quando chegar a sua vez e esteja pronto para ser diferente, para ser um profissional fora de série e se destacar na multidão!

Sucesso pra você! Grande abraço,


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7 de agosto de 2012

Agora não é possível mais prestar o Exame da OAB no 8o semestre? Mudou!


Caros leitores,

A publicação do Edital do VIII Exame de Ordem Unificado trouxe uma mudança significativa para as faculdades e para os alunos. Infelizmente, uma mudança demonstra a insegurança em que vivem gestores das faculdades e alunos. E, insegurança é uma coisa ruim para o convívio social, tanto que balizadora do princípio da segurança jurídica.

De fato, conforme minha postagem anterior, alunos de 8º semestre poderiam prestar o Exame da OAB nos termos do edital e, com isso, chegariam no começo do 9º semestre aprovados. Veja a postagem anterior clicando aqui.

Isso aconteceu com muitos alunos que conheço pessoalmente, meus alunos do Centro UNISAL Lorena, nos anos de 2010 e 2011. Mas, agora, uma mudança no edital pode mudar a regra do jogo. Só não se sabe por quanto tempo, e isso que é ruim....

Não estou julgando nesta postagem se prestar o Exame durante a faculdade é bom ou é ruim. Essa reflexão fiz em outra postagem. Leia aqui se for necessário: aqui.

Hoje quero apenas informar aos alunos de 8º semestre (no 2º semestre de 2012) que aparentemente, não poderão prestar o Exame do mês de dezembro (IV Exame), se acaso tal exame mantiver o padrão do atual edital (VIII Exame).

Veja o que dizia o edital anterior ao atual Exame:

1.4.4.2 Os examinandos aprovados no VII Exame de Ordem Unificado que ainda não concluíram o curso de graduação em Direito poderão retirar seus certificados de aprovação caso comprovem que têm previsão de conclusão do curso no semestre em que ocorre o VII Exame ou no semestre imediatamente seguinte.

Nestes casos os alunos aprovados comprovavam que estavam no 9º semestre e que tinham condições de concluir o curso no semestre seguinte àquele em que OCORRIA o exame e dava tudo certo!

Realmente, eles se inscreviam no Exame ainda estando no 8º período e terminavam a prova de 2ª fase do exame quando já estavam no 9º semestre, ou seja, cumprindo com o edital – pois tinham condições de concluir a faculdade no semestre seguinte ao em que OCORRIA o exame e a segunda fase ocorrida durante o seu 9º semestre!

Agora vejam só o que diz o atual edital (VIII Exame):

1.4.3 Poderão realizar o Exame de Ordem os estudantes de Direito do último ano do curso de graduação em Direito ou do nono e décimo semestres.
(...)
1.4.4.2 Os examinandos aprovados no VIII Exame de Ordem Unificado que ainda não concluíram o curso de graduação em Direito poderão retirar seus certificados de aprovação caso comprovem que têm previsão de conclusão do curso no semestre em que se inscreveram para o VIII Exame ou no semestre imediatamente seguinte.

Uma martelada no sonho de muita gente! Como é ruim mudar regras, ainda mais sem justificativa e transparência! Muitos alunos estão se preparando pensando nas regras anteriores e, pronto, algo muda de repente!

Agora, em tese, o aluno do 8º semestre só poderá prestar o Exame se ele comprovar que no ato da inscrição ele já estava matriculado no 9º semestre. Como a prova do exame do final do ano é no meio de dezembro (16 de dezembro), certamente, os alunos ainda não estarão aptos a se matricular no 9º semestre e estarão impedidos de pensar no Exame!

Uma pena, muitos bons alunos nos exames anteriores foram aprovados neste formato e seguem o desafio de finalizar a graduação, já com a batalha do Exame vencida!

Mas, fiquemos atentos ao edital, ele pode mudar, como já mudou várias vezes desde o início dos exames unificados.

Espero ter ajudado você!

Desejo para você toda sorte do mundo e que possa, no momento adequado, prestar e passar no primeiro exame! Força, estudo e foco! Estamos juntos,

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Grande abraço


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