Na palestra que ministrei em Joinville SC neste mês conheci uma empresa focada no planejamento estratégico de escritórios de advocacia. Convidei o sócio diretor da empresa (Alexandre de Souza Teixeira) para escrever para você, leitor do Advocacia Hoje!
Diante de um mercado cada vez mais competitivo
e exigente, um dos mais importantes desafios das empresas tem sido aprimorar a
sua capacidade de planejar e de se comunicar com seus diversos públicos / stakeholders. Os mercados estão sofrendo
segmentações e os públicos criando nichos e redes de relacionamentos
específicos. Atualmente, na advocacia, não tem sido diferente, pois está sofrendo a
necessidade de mudanças e quebras de paradigmas. A concorrência não pára de
crescer e os escritórios terão que passar por mudanças e inovações para se
manterem no mercado ou crescerem. É inevitável o processo de inovação, ter uma
nova atitude, tratar a administração das sociedades de advogados com mais
profissionalismo e com uma visão mais empreendedora e estratégica.
O Planejamento estratégico proporciona uma
visão antecipada dos fatos e a partir das capacidades profissionais internas, dos
seus diferenciais e das informações conhecidas como suas forças e fraquezas, oportunidades,
ameaças, público-alvo e concorrentes, é muito provável alcançar mais cedo seus
objetivos e metas. Estas premissas são insumos importantes para a inovação e
para a mudança, especialmente para gestores que atuam em ambientes de
concorrência acirrada onde a diferenciação se dará pela capacidade de gestão,
comunicação e relacionamento. Este processo também irá beneficiar muito o nível
operacional, porque proporciona ferramental técnico e analítico para a
prestação do serviço e da implementação das ações táticas do planejamento.
Fazer um projeto de gestão, planejar como e aonde
quer chegar é fundamental para criar um novo posicionamento no mercado e
valorizar o principal ativo do seu escritório, a sua marca. E para implementar
este posicionamento da marca é essencial o marketing jurídico, tudo de acordo
com as normas da OAB. Esta combinação de visão estratégica e operacional é uma
das características mais importantes e coerentes com as necessidades de bancas
que atuam em mercados muito dinâmicos e que necessitam de profissionais
competentes e com atitude de implementar as ações planejadas. Não importa o
tamanho da sua estrutura; isto vale para todos!
Mas afinal, o que é um Projeto de Gestão ?
Projeto de gestão
significa planejar, antecipar o futuro e organizar a sua empresa para conhecer
melhor o meio em que atua, suas forças, fraquezas e definir o melhor caminho
para atingir os seus objetivos. São decisões que devem ser tomadas em benefício
do produto, serviço ou da marca, visando estar sempre à frente da concorrência.
É uma atitude, um hábito, um processo contínuo e permanente,
devendo permear toda a estrutura organizacional e a ela integrar-se em todos os
níveis.
Na prática, podemos
citar alguns benefícios estratégicos, tais como:
·
Aprimorar
produtos e serviços;
·
Incluir novos benefícios;
·
Avaliar honorários;
·
Investir em comunicação/relacionamento;
·
Melhorar o atendimento;
·
Conhecer
melhor as necessidades dos clientes e o que eles pensam de você;
·
Investir
na reputação da marca – valorizar este ativo tão importante.
Grande parte do
processo de criação de um plano estratégico exige apenas uma boa dose de bom senso. Mas para aumentar as probabilidades de sucesso,
é preciso dedicar algum tempo às seguintes atividades:
• Analisar cuidadosamente o setor
• Conhecer os clientes
• Conhecer os concorrentes
• Conhecer os fornecedores “relevantes”
• Mapear os recursos da sociedade
•
Descobrir
o que torna a banca especial
• Relacionar as vantagens do escritório
• Avaliar as condições financeiras básicas
•
Elaborar uma
projeção financeira e um orçamento
•
Implementar
a comunicação das ações e da marca
Algumas Perguntas para seu
escritório avaliar seu Plano de Gestão atual e analisar se está na hora de
investir um pouco nisso:
•
Os objetivos são claros? Específicos? Mensuráveis? Desafiadores, porém alcançáveis?
•
Os setores em crescimento foram identificados? E os que estão estagnados?
E os que estão em
declínio?
•
Quem são os principais concorrentes? Quais são suas participações no
mercado?
•
Como os concorrentes estão posicionados? Para onde eles se direcionam?
•
Quais são as forças da banca? E as deficiências?
•
O plano tira vantagem das competências e vulnerabilidades?
•
Quais são os mercados-alvo? Por que as pessoas compram o seu serviço? Quem
toma as decisões de compra?
•
Os produtos e serviços atendem às necessidades e aos desejos dos
mercados-alvo?
•
Como as demandas ou tendências dos usuários irão afetá-los?
•
Quais são as melhores maneiras de promover as suas áreas de atuação?
•
Como os honorários se comparam com os da concorrência? Os níveis de
qualidade são similares? Os clientes são poucos ou muito sensíveis ao preço no
mercado-alvo?
•
Quais são os custos e benefícios do plano? O escritório tem os recursos
necessários para colocá-lo em prática?
Procure discutir este assunto com seus sócios, com seus advogados e
colaboradores. Trate isso como mais uma tarefa diária. Tempo é uma questão de
prioridade, ou o seu dia-a-dia é mais importante do que você pensar no seu
futuro dia? Pense nisso!
Alexandre de Souza Teixeira
Sócio Diretor da In Company – Projetos de
Gestão & Marketing Jurídico
Professor de MBA EM Gestão Estratégica na FESP
Professor local do curso de pós-graduação em
adm. de empresas do ISAE/FGV
Advocacia Hoje Luis Fernando Rabelo Chacon @LuisFRChacon www.cmo.adv.br