28 de abril de 2017

AASP e um pouco de gestão! Acordo entre sócios? Marketing de relacionamento?

Caros leitores,

Ontem participei de um evento muito bem organizado, descontraído e "fora da caixa" promovido pela Comissão do Jovem Advogado da AASP, em São Paulo, denominado "Roda de Bar". O intuito é reunir advogados e conversar sobre carreira, profissão e gestão de escritórios. Foi muito interessante. Saiba mais sobre essa importante comissão clicando aqui.

Entre os temas que a plateia trouxe tive a oportunidade de falar sobre a importância do "acordo de sócios" na formalização da sociedade e também sobre a importância do "marketing de relacionamento" na advocacia, sobretudo, aquelas focadas em nichos de mercado ou áreas de atuação específicas. Realmente, é perceptível o engajamento dos novos advogados e de advogados mais experientes em busca de formação em itens não jurídicos, como aqueles levados ao evento.

Um nobre colega me disse que teve muita dificuldade em romper uma sociedade anterior, pois que como não havia regras claras, existia muito conflito na administração do escritório e tais atritos desgastaram a relação, culminando com uma dissolução em clima ruim, inclusive, dificultando a retomada em novas empreitadas. Neste ponto, tentei mostrar para os colegas presentes a importância de se redigir a termo as regras entre os sócios, desde a divisão de dinheiro, a divisão de tarefas, a forma de administrar a carteira de clientes, até mesmo itens como sucessão com herdeiros ou hipóteses de como dividir o escritório em caso de dissolução da sociedade. Ressaltei que quando tudo está escrito, no papel, dificilmente a dissolução será muito desgastante. Lembrei os colegas que apesar do ditado "em casa de ferreiro espeto é de pau", no escritório de advocacia acordos escritos precisam existir, para prevenção de conflitos e para a solução mais pacífica possível quando existirem!


Outro colega também perguntou sobre as formas mais comuns de marketing, ressaltando que trabalhava com Direito Imobiliário. De imediato eu perguntei que tipo de associações, sindicatos ou entidades do setor imobiliário ele conhecia, acompanhava e frequentava. Perguntei quantas vezes ele participava de cursos promovidos pelo CRECI SP, onde estaria ao lado de pessoas do ramo, por exemplo. Foi o suficiente para ele compreender que marketing não é apenas publicidade e informação gerada, marketing é também relacionamento. Quando o advogado fecha um nicho de atuação ele precisa compreender que é preciso estar entre players desse mercado, compreender quem são, o que fazem, com o que se preocupam, etc. Participar e ou pelo menos acompanhar a vida destes é importante demais para se manter competitivo no mercado, mostrando-se atualizado e capacitado para aquele segmento.

Além disso tive a grata felicidade de dividir aquele espaço com "advogados jovens" e "jovens advogados" que no início da carreira encontraram caminhos que estão trilhando com paixão, entusiasmo e profissionalismo. Os três exemplos, que descrevo rapidamente abaixo, mantém um perfil que deve ser avaliado do ponto de vista da gestão: trabalhar com o que se gosta, trabalhar de acordo com ideias e inovar na forma de abordar o mercado e a clientela. Essas receitas, certamente, são positivas!


Realmente, os advogados que ali estava apresentaram uma situação em comum que deve ser destacada a título de "gestão para advogados", qual seja, o engajamento com uma causa ou então o engajamento com um nicho de mercado específico. Por conta disso, tentei mostrar que os mesmos apresentam grande potencial de crescimento a partir do fato de que estão efetivamente focados em um nicho de mercado, em um segmento com pequena ou nenhuma concorrência.

O Dr. Gabriel de Almeida Barreto criou um escritório diferente, a partir das experiências que teve em escritórios anteriores também focados na área empresarial. Ele apontou que o objetivo é criar uma "advocacia disruptiva de excelência acessível aos nossos clientes", mencionou que privilegia pequenos e médios empresários que precisam de serviços qualificados e não conseguiriam com menos formalismo e burocracia ser atendidos por bancas maiores. A visão é de facilitar o acesso ao serviço, tornando-o viável para as duas partes. 

As Dras. Ana Paula Braga e Marina Ruzzi, por sua vez, optaram por assumir uma advocacia especializada nos direitos da mulher, em todas as áreas jurídicas, mas sempre com esse foco. Experiências na faculdade e alinhamentos de interesses pessoais com os assuntos levaram à escolha do perfil que, igualmente ao anterior, revela foco e um marketing de posicionamento muito forte. Certamente, inauguraram uma concorrência muito fina, com apelo social relevante, e que permite alinhar resultados profícuos desde o início.

Por fim, o Dr. Thales Coimbra, tal qual as advogadas anteriormente citadas, buscou um escritório com foco em defesa dos direitos e da cidadania de gays, lésbicas, bissexuais, travestis, transexuais e outros transgêneros, decidiu manter o alinhamento profissional com suas experiências acadêmicas e interesses pessoais, mantendo foco e posicionamento alinhados que determinam também resultados profícuos desde o início, com alta especialização e certamente baixíssima concorrente.

Acho que é isso! Uma experiência marcante! Foi bom estar na AASP e ouvir a experiência desses jovens advogados!

Grande abraço,

 


*informações retiradas das redes sociais e fotos obtidas com a produção do evento.

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