16 de maio de 2013

Como começar a advogar? Como montar meu escritório de advocacia?

COMO COMEÇAR A ADVOGAR?

Essa é uma pergunta que intriga muita gente nos últimos anos da faculdade de Direito ou até mesmo a partir do 6o ano, quando o aluno realmente reconhece que passar no Exame da OAB era somente o primeiro obstáculo dessa corrida gratificante que é a advocacia! Esse é um tema que tenho tratado em algumas subseções da OAB SP. Tratei sobre ele neste ano na Casa do Advogado de Cruzeiro SP. A última palestra, com a casa lotada, foi na Casa do Advogado de São José dos Campos (foto acima - estou do lado do Professor Fábio Cáceres, no canto direito, primeira carteira da primeira fileira)

Vou tentar, como de fato tenho feito, com uma postagem simples e direta, auxiliar você que está nessa situação ou estará nela no futuro. Certamente será útil até para aqueles que já estão advogando e pensam num reposicionamento. Planejamento é a palavra chave. O roteiro básico pode ser assim descrito:

1 - COM QUEM?

Os critérios que podem ajudar a definir os seus parceiros nesta empreitada são a afeição (necessária à constituição de sociedades formais ou informais), a experiência de cada um dos envolvidos e a complementação que, entre si, realizam.

A afeição pode ser vista sob o ponto de vista pessoal, de afinidade, relacionamentos familiares, amizades, parcerias que surgiram na faculdade. A experiência é também algo importante a considerar, pois combinar experiências distintas pode ser uma boa complementação, mas também pode distanciar demais os objetivos coletivos que se iniciam. Um advogado recém formado se reunir em sociedade com um advogado de muitos anos de carreira pode trazer alguma dificuldade em relação ao estilo de advogar e de pensar a advocacia, por exemplo, mas pode ser muito útil em relação a outros aspectos. Pondere isso também! Em terceiro lugar, e no meu ponto de vista, mais importante, a complementação! Seu sócio (formal ou não) deve complementá-lo, deve ter alguma habilidade que você não tem e vice versa. A soma das habilidades e conhecimentos técnicos deve realmente fortalecer o grupo. Alguém terá que ter o tino comercial, outro o financeiro, outro o domínio da técnica jurídica, etc. Pense nisso tudo antes de escolher com quem montar seu escritório!

2 - CRIAR UMA SOCIEDADE?

Alguns podem até pensar em começar sozinho, eu não aconselho, salvo exceções que assim justifiquem. A parceria reforça o início da carreira, e se estão todos começando a ajuda entre si será muito útil e salutar!

Mas, também não é preciso ir de cara abrindo uma sociedade de advogados inscrita na OAB! Vamos começar reduzindo custos, até por que no início essa regularidade não será obstáculo para o desenvolvimento do escritório.

Pense numa sociedade informal devidamente instrumentalizada, com um contrato assinado pelas partes, definindo com exatidão as regras básicas da relação que se inicia, os investimentos, a forma de participação nos resultados, nos honorários, a divisão de tarefas não jurídicas e de administração do escritório, etc. Quanto mais detalhado, menor a chance de conflitos futuros.

Se você ainda não encontrou alguém para a sociedade, se ainda não tem essa segurança e quer conhecer as pessoas, no começo, pense no compartilhamento de espaços (divisão de custos, mas cada um por si nos lucros e clientes)! Veja o que já escrevi sobre compartilhamento de espaços comuns: coworking.

3 - ONDE ABRIR MEU ESCRITÓRIO?

No começo da carreira a localização pode ser um fator importante para que o advogado se torne conhecido, esteja em local de fácil acesso e visibilidade do seu público alvo. Com o tempo certamente isso se tornará desnecessário, pois uma carteira de clientes ajudará a manter a rotatividade e a entrada de novos clientes.

Ao escolher o lugar pense: no custo (será o principal custo no início da carreira e é preciso provisionar algo, pelo menos começar com 3 aluguéis pagos), no público alvo (quem você pretende que vá ao seu escritório), na logística sua (fórum, xerox, ponto de ônibus, vaga de estacionamento), na logística do cliente (idem), na visibilidade que o local gera (pessoas devem passar por ali e ver que você já é advogado), nos vizinhos que podem contribuir para sua imagem, ou não, etc.

Logicamente que estas definições dependem de um bom planejamento estratégico do seu escritório. Veja dicas básicas que deixei aqui: planejando seu escritório de advocacia.

4 - EM QUE ÁREAS ATUAR?

No começo não vale tudo, acredite! É preciso ter um plano e começar a focar no plano desde o início! Lógico que, para pagar as contas, será necessária alguma flexibilidade, mas sem se desviar do perfil. E, também, considere, que os fatores externos podem mudar o rumo do seu planejamento, exigindo uma readequação que mudará seu futuro! Esteja planejado e preparado para mudar o plano!

Pense no seguinte: se formaram uma sociedade e cada um fizer algo diferente, juntos farão várias áreas! Essa diversidade de atuação dos colegas pode fortalecer o portfólio de serviços do escritório. Um faz previdenciário, o outro família e o terceiro a área criminal. São três públicos distintos que, sozinho, talvez você não atenderia (pelo menos não atenderia com qualidade técnica desejada a formar uma carteira de clientes satisfeita).

Pense em começar advogando para a Assistência Judiciária/ Convênio da Procuradoria do Estado, como acontece no Estado de São Paulo. Veja alguma razão nesse texto: Começar atendendo clientes da assistência judiciária gratuita é uma boa!

5 - MAIS IMPORTANTE!

Preocupe-se com a qualidade do serviço não jurídico que você presta. Atendimento do cliente, feedback e outras regras de ouro da prestação de serviços podem ser a chave do seu sucesso e um grande diferencial!

Já publiquei bastante sobre isso no BLOG, confira!




Só desejo uma coisa! Sucesso! Se possível, deixe seu testemunho aqui, compartilhe suas experiências positivas e vamos todos em frente!


Conheça meu mais novo livro:
2a Edição - PRÁTICA PROCESSUAL CIVIL - SARAIVA

Advocacia Hoje Luis Fernando Rabelo Chacon @LuisFRChacon

11 de maio de 2013

Como começar a advogar e elaborar com qualidade e facilidade suas petições?

Quer uma dica para o futuro na advocacia?

Domine de forma real o raciocínio prático do processo civil! Elabore suas petições com qualidade e facilidade! Basta fazer isso de forma estratégica e aplicada!

No começo da advocacia a elaboração de petições não pode estar atrelada a modelos da internet, a esquemas prontos ou ao recorta e cola das petições da sua época de estágio ou do escritório onde você  trabalhou.

A qualidade das suas petições é tão importante quanto sua oratória e sua postura na frente dos clientes, do juiz e dos serventuários. Petições bem elaboradas chamam a atenção do juiz, certamente ajudam a melhorar a sua capacidade de convencimento, o que é essencial no contencioso.

Também é uma questão de marketing! O seu cartão de visita para o advogado da parte contrária e para o magistrado é sua petição! Vai entregar o que não mão deles? Não entregue qualquer petição, valorize sua posição no mercado e no judiciário! Seja lembrado por boas petições, mesmo quanto seu cliente não tenha tanta razão.

Um livro voltado para realmente preparar o profissional do direito para a prática precisa estar além dos modelos, dos resumos, dos esquemas... É preciso ensinar o leitor a compreender a lógica processual, compreender por que fazer de um jeito e não fazer de outro o pedido, o fundamento jurídico... É preciso entender a utilidade real, na prática, de um ou outro conteúdo do CPC e ou da sua petição... É preciso pensar na estratégia processual e algo mais!

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Existe um livro com tudo isso e muito mais! Tem quadro, tem modelos, tem guias, tem dicas e ensina você realmente a pensar na estratégia processual, no raciocínio lógico jurídico para ter facilidade e qualidade na elaboração das suas peças! E estamos na segunda edição desse livro, com todo o apoio da Editora Saraiva!

Conheça o trecho de um livro que vai orientá-lo a fazer petições com qualidade, facilidade e uma boa estratégia de marketing. Não é um livro de processo civil, mas um livro sobre a lógica da prática processual! Perceba nestes pequenos trechos:

"Não citei doutrina ou jurisprudência, pois o assunto simples e a aplicabilidade direta das normas do CC não exigem, mas isso pode ser feito em petições mais complexas. O juiz sabe o Direito, mas precisa conhecer os fatos". (p. 35)

"De maneira geral, a dica está em manter a lógica do texto, indicando o pedido como conclusão lógica do que se expôs anteriormente na petição. O fato tem como consequencia o fundamento jurídico; e o pedido é a solução pretendida pelo autor diante daquelas premissas". (p. 37)

"Outro ponto relevante é perceber que para cada ação a ser estruturada dentro dos procedimentos especiais o profissional precisa conhecer e dominar também o conteúdo do direito material envolvido. Por exemplo, na ação de reintegração de posse é essencial conhecer o conteúdo estabelecido no CC para a proteção possessória advinda do esbulho; na ação de prestação de contas, conhecer o tratamento jurídico da gestão de bens alheios; na consignação em pagamento, as hipóteses exemplificativas desse direito no CC, etc.". (p. 117)

Além de esquemas, quadros de resumo e modelos com explicação prévia para cada ação ou procedimento, há várias passagens com dicas práticas para a atuação do advogado. É essencial saber por onde começar, por onde passar antes de redigir uma petição, por exemplo, uma contestação.

Veja como essa obra pode esclarecer, por exemplo, um passo a passo para elaborar uma boa defesa:

"1 - Leia a petição inicial e os documentos juntados pela parte autora; (anote, grife, sublinhe, destaque o que é mais importante - usar canetas marca texto pode ser importante para facilitar a consulta posterior).
2 - Ouça seu cliente e depois o indague sobre aquilo que ficou omisso ou que exija mais aprofundamento, mostrando-lhe documentos ou mesmo dizendo o que está disposto na petição inicial, e com isso retome as suas anotações; (não fique com qualquer dúvida!)

3 - Leia os documentos que o cliente trouxe, questione-o sobre o conteúdo e se necessário peça outros documentos complementares;

4 - Se o conteúdo jurídico da lide for complexo, faça antes de qualquer coisa uma consulta doutrinária e jurisprudencial, ou seja, posicione-se acerca daquilo que já foi dito ou decidido sobre o assunto, tomando nota do que for preciso;

5 - Organize fatos e argumentos jurídicos necessários à elaboração da peça de contestação e que sustentarão toda a sua tese de defesa.

6 - Use o quadro facilitador acima e redija sua petição. Se for preciso consulte modelos de petição, mas não se esqueça: uma petição nunca é igual a outra!" (p. 160) 

Esse livro está na segunda edição, revista e ampliada, e certamente será muito útil para você no seu dia a dia profissional! Confira! CONHEÇA CLICANDO AQUI!

Grande abraço e sucesso para você!






Exame da OAB : passei no 8o semestre, e agora? MS?

Amigos,

Sempre que sai um resultado de Exame da OAB o blog é muito procurado por alunos que prestaram a primeira fase ainda no OITAVO semestre, passaram e foram aprovados, mas se surpreendem quando a Seccional da OAB lhes nega o devido certificado de aprovação. Já pensou? Passar, mas não passar no exame?

Nas postagens sobre o edital já publicadas neste blog tem muita dica nos comentários, úteis e até desesperadoras! Dê uma olhada a partir dessa: leia aqui!

Hoje recebi uma mensagem de um leitor, ALAN JUDSON, o desesperado por informações sobre o que fazer se foi aprovado no Exame e estava no 8o semestre quando da primeira fase! Ele nos enviou, no maior espirito colaborativo, a seguinte noticia com uma decisão em MS na integra, exigindo que a OAB conceda o certificado de aprovação a aluno naquela condição.

Sirva-se à vontade! Obrigado Alan! Que seja a tábua de salvação de muitos, pois quem PASSA PASSA não é mesmo! Grande abraço 




2 de maio de 2013

POPULISMO PENAL MIDIÁTICO - onde chegamos e para onde vamos?


Não sou advogado criminalista, nunca fui. Fui apenas estagiário do Ministério Público do Estado de São Paulo entre 1995 e 1996. Foi meu único contato com o direito penal na prática. Opção profissional. Mas, fiquei muito curioso com o livro "POPULISMO PENAL MIDIÁTICO - Caso mensalão, mídia disruptiva e direito penal crítico" dos professores Luiz Flávio Gomes e Débora de Souza de Almeida.

Um livro que retrata a forma como os Tribunais Superiores estão se portando em relação ao poder da mídia televisiva, principalmente depois da transmissão do julgamento do mensalão. E o livro retrata também, de maneira ímpar, a influência da opinião pública nos julgamentos e na reflexão legislativa sobre questões de direito penal e processo penal como, atualmente, se discute a maioridade penal.

Em certo capítulo refletem sobre a opinião deixada por leitores nos jornais de grande circulação. Num trecho destacam a opinião de um leitor : "Nosso problema principal é lei frouxa, o jeitinho e advogados espertos que contornam, protelam e acham brechas absurdas nas lei. Governo que realmente se preocupa com o cidadão, trabalhador e contribuinte deve punir com o peso da lei, impondo reclusão aos responsáveis e a devolução total dos prejuízos causados ao erário" (p. 354 - Capítulo Populismo Midiático).

Nas considerações finais diz, entre muito mais, o seguinte: "Por tal razão, é recomendável que os políticos, especialmente os parlamentares, não acolham irreflexivamente os clamores das opiniões pública e publicada. O ideal, portanto, seria que as demandas com as quais se deparam fossem submetidas a um debate técnico penal rigoroso e que as dúvidas dos cidadãos fossem esclarecidas" (p. 467).

Super indico a leitura para advogados criminalistas ou não, para advogados ou não advogados, certamente haverá muita surpresa nessa excelente obra!

Conheça mais sobre a parceria entre a Editora Saraiva e o Blog Advocacia Hoje. Vamos sortear um exemplar amanhã (3 de maio de 2013, na parte da tarde, no Twitter @LuisFRChacon).

Advocacia Hoje Luis Fernando Rabelo Chacon @LuisFRChacon