26 de fevereiro de 2012

Critérios de fixação do valor dos honorários advocatícios: quanto vale o seu trabalho?



Advogado e estudante de Direito! Leia com atenção, até o fim! Isso é crucial para o sucesso da sua atividade profissional!

1 – Sabemos que atualmente a gestão da advocacia deixou de ser um tema da moda e passou a ser uma necessidade. Definição de missão, visão e valores da banca; elaboração de um planejamento estratégico; gestão dos recursos humanos, dos recursos financeiros e do relacionamento com o cliente, além do marketing jurídico, passou a fazer a diferença entre uma banca bem sucedida e outra. A gestão profissional se instalou na advocacia. Isso é fato.

2 – Uma das áreas do escritório que precisa de gestão é o setor financeiro. Talvez um dos mais importantes, que relaciona efetivamente o que a banca, como entidade de caráter quase empresarial busca, ou seja, a lucratividade. Redução de custo já não é o suficiente. Fazer gestão financeira simplesmente olhando se sobra dinheiro na conta no final do mês é sinal de amadorismo e um caminho muito perigoso.

Hoje existem muitos temas específicos que podem ser aqui lembrados: custos fixos, ocultos e variáveis, margem de lucro, receita operacional, controle e fluxo de caixa, gestão da inadimplência, o reembolso de despesas, ponto de equilíbrio, retirada dos sócios, remuneração dos colaboradores, remuneração por resultados e competência, plano de carreira, investimento em áreas e clientes, e, por fim, a precificação.

Precificação? Isso mesmo, a arte de colocar preço nos produtos e serviços! Como você coloca o preço do seu serviço advocatício? Como fixar o valor dos honorários faz parte da gestão financeira do escritório e é um dos seus pontos vitais.


Palestra proferida na sede da OAB SP sobre o tema desta postagem em 28/02/2012.

Como você coloca preço no seu serviço? Há vários métodos no mercado: a tabela da OAB, um percentual do benefício alcançado pelo cliente, especialidade e complexidade da causa, tempo de duração do processo, valor dos seus débitos daquele mês, valor cobrado pelos concorrentes, ou até mesmo “qualquer valor”. Com base nisso temos duas observações: a primeira é que nenhum desses pontos está errado, mas usá-los sem organização e planejamento, isso sim, é um grande equívoco; a segunda observação é a seguinte: no final do mês, como você sabe que seu serviço é lucrativo?

Se você usa aleatoriamente e sem planejamento tais regras de precificação saiba que não há como descobrir se seu preço traz lucro ou não. E, cada serviço precisa ser lucrativo, sobrando ou não dinheiro na conta corrente no final do mês, cada serviço precisa gerar sua parcela de lucro.

Vamos então melhorar esse método de precificação? Comecemos neste texto pelo básico, traduzido pela seguinte fórmula:

PREÇO = (1) Custo do serviço + (2) despesas geradas + (3) Lucratividade da banca.

O (1) custo do serviço, por sua vez é composto do seguinte:

(a)    Atividade intelectual (por exemplo, levar em conta o valor do bem da vida almejado pelo cliente, o tempo de execução do serviço e a complexidade jurídica da causa em si). Esteja ciente de que o advogado, o estagiário ou o sócio realiza um trabalho intelectual para prestar o serviço e isso deve ser remunerado sendo que o pagamento disso não se confunde com o lucro que o escritório deve ter, como veremos abaixo. A causa apresenta um tema juridicamente complexo? O tempo do processo será considerável? Pense nisso tudo!

(b)   Custos (por exemplo, os fixos, os custos variáveis e até mesmo os chamados custos ocultos). É preciso fazer o levantamento financeiro do escritório com base nos custos. Acredito que levantando isso durante três meses já seja possível conhecer um pouco dos custos do seu negócio. Monte uma tabela no Excel, divida por clientes e faça anotações para tentar encontrar o melhor resultado possível. Os custos fixos incidem em todos os clientes; os custos variáveis variam de caso a caso e exigem um controle individualizado; os custos ocultos geralmente estão relacionados com atos que demandam tempo e atuação de um funcionário, mas que representam um custo, portanto, devem ser computados.

Veja como podemos organizar estas informações: ¡  Custos fixos (aluguel, salários, luz, água, café, depreciação dos computadores, segurança etc.) ¡  Custos variáveis (telefone, internet, papel, remuneração do associado, material de escritório etc.) ¡  Custos ocultos (emails, publicações, reuniões, telefonemas, pesquisas, vista dos autos, memorandos, relatórios etc.) 

A gestão empresarial nos ensina que devemos montar um centro de custos, para que todo o tipo de custo fosse lançado para o cliente, automaticamente, assim que fosse gasto. Contudo, num escritório isso demandaria tempo de organização e pessoas para atuar somente nessa área, ou seja, temos que nos adaptar!

Conhecendo as finanças mensais é possível definir, com bom senso, uma “taxa fixa” que deverá ser paga por todo cliente, sendo que o valor arrecadado tem o fim de ser diluído para compensar os custos fixos, variáveis e ocultos do escritório.

Algumas bancas fixam ‘taxa de manutenção’ do processo, cobrando mensalmente do cliente, por exemplo, R$50,00 por processo. Outras fixam um valor único a ser pago com o total do preço, como, por exemplo, o valor de R$900,00 para um processo que vá durar cerca de 4 anos. O importante, neste último caso, é reservar esse dinheiro para as contas futuras do escritório, pois apesar de arrecadado no presente o objetivo não foi gerar lucro, mas sim compensar despesas futuras!

(c)    Tributos (por exemplo, quando a banca emitir uma Nota Fiscal e sobre a qual recairá encargo tributário, deverá acrescer o valor ao seu preço final). Aqui não há segredo, é simples conta matemática, aritmética: repassar ao cliente o custo tributário do seu serviço, assim como o supermercado faz com os produtos da prateleira dele.

Guarde esse segredo: o cliente deve pagar os custos, e também as despesas que seu serviço gera.

O segundo ponto a ser considerado na fixação do preço são as (2) despesas geradas pelo serviço. 

Faça constar no contrato de honorários que as despesas correm por conta do cliente de forma antecipada ou reembolsada. As taxas judiciárias e custas processuais correm por conta do cliente. O mesmo se diga das despesas geradas com viagens, deslocamentos e horas fora do escritório, bem como o uso de serviços de auxiliares técnicos, como contadores. Além disso, as despesas com fotografias e impressões que são usadas como documentos no processo. No momento de fechar o serviço proponha o modo de custeio das despesas pelo cliente, se o fará antecipando valores ou se o fará com reembolso periódico, mensal ou não.

O terceiro ponto, e mais importante para a saúde financeira da banca, é (3) a lucratividade.
Custos e despesas devem ser pagos pelo cliente, isso tudo dentro do preço final. E, nesse mesmo preço final, parte dele, diz respeito ao lucro da atividade. Aqui é que se ganha dinheiro. Com o pagamento das despesas e custos pelo cliente deixa-se de gastar dinheiro, aqui se ganha.

A lucratividade pode ser fixada simplesmente aplicando um percentual sobre o valor do custo (do custo, não da despesa) ou então somente sobre o valor declinado como “atividade intelectual” que é uma das partes que compõe o custo. Imagine que a somatória de custos é de R$4.000,00 (atividade intelectual + custos).

Pense que essa lucratividade precisa estar adequada ao quanto o serviço mobiliza em termos de pessoas e tempo da sua equipe. Imagine um serviço que envolveu um estagiário; o lucro pode ser a partir daí traçado, mas se envolveu o sócio e outro advogado, há que se levar isso em conta.

Não se esqueça da questão ética: o advogado não pode se tornar sócio do cliente. Assim, não é possível cobrar deste valor igual ou próximo ao bem da vida, sob pena de inviabilizar o objetivo maior da atuação profissional. Sob esse prisma ético as regras da Tabela da OAB são também um norte importante e imprescindível a considerar. Consulte-a para ter um paradigma.

Perceba que depois de ter anotado o valor dos custos e das despesas isso se torna inegociável com o cliente. Você não pode permitir que o cliente negocie uma redução que prejudique o pagamento dos custos e das despesas, pois qualquer número menor do que isso tornará seu serviço financeiramente deficitário e o prejuízo será pago pela banca. A soma de custos e despesas é o limite mínimo de valor a título de honorários para evitar que você “pague para trabalhar”.

Por outro lado, ao anotar a lucratividade, o terceiro componente do preço do serviço advocatício, você está diante daquilo que é negociável. Sair de um percentual de 30% sobre os custos para 20% sobre os custos é uma opção da banca para poder fechar o serviço, atender o cliente e viabilizar aquela captação. O importante é ter sempre uma margem de lucro para que sua atividade seja no mínimo lucrativa e traga alguma vantagem financeira para a banca depois de realizado o serviço.

Pois bem, além de considerar os custos, as despesas e a lucratividade na composição final do preço que seu serviço vale, há outras observações importantes que a prática nos propicia e você deve considerar: a cláusula de êxito, o risco do inadimplemento, o marketing positivo e a quarentena.

A cláusula de êxito é vivenciada como uma premiação prevista no contrato de honorários para o caso de êxito final da demanda ou mesmo apenas pela obtenção de uma medida liminar. O valor dessa cláusula não pode retirar da sua banca a lucratividade, portanto, ela deve ser parte do lucro, mas não o lucro inteiro. Imagine que ao precificar um serviço o valor de honorários, fixado na base de 20% sobre o “custo” o sobre o valor definido para a “atividade intelectual” apenas chegou à quantia de R$3.000,00 e o cliente quer negociar uma cláusula de êxito. Essa não pode ser de todo o lucro, mas de apenas parte dele, por exemplo, R$2.000,00 inicialmente e R$1.000,00 a título de êxito.

Outro fator a considerar na precificação é o risco da inadimplência. Se o cliente que o contrata é conhecido e sabe que nem sempre cumpre com os honorários como deveria, o ideal é buscar algum reforço no valor, na prestação inicial (no sinal) para que seja evitado o prejuízo. A dica simples é: nesse caso antes de começar seu serviço, no mínimo, o cliente deve pagar o valor correspondente ao seu custo e as despesas, deixando para depois somente a lucratividade. Se ele não paga você pode até não ter lucro, mas não terá prejuízo.

A banca ainda deve considerar na hora de fixar os honorários o marketing positivo. Atuar em prol de alguma causa ou de alguma pessoa pode gerar um efetivo positivo perante a sociedade. Pode ser um assunto que chamará a atenção do público em geral ou mesmo de potenciais clientes seus. Aqui o cuidado é com a ética, não se deve atuar de graça, salvo nas hipóteses que a lei permitir, mas é possível não ter lucro algum, ou mesmo arriscar algum prejuízo, para que o caso em si seja uma boa tacada de marketing para a banca! Use o bom senso e não se aventure, bem como respeite a ética profissional.

Da mesma maneira que pode ser ótimo atuar num caso ou em favor de alguém isso pode ser ruim para sua banca. Os advogados após atuarem em desfavor de determinada pessoa ou empresa são submetidos à quarentena, ou seja, estão proibidos de atuar em favor desta pessoa ou empresa pelo tempo mínimo de 2 anos. Sendo assim, antes de aceitar uma causa veja quem é a parte contrária. Se for um potencial cliente que o escritório persegue e que há interesse em captá-lo, não aceite a causa. Se não for tão sério assim, fixe honorários que tragam uma lucratividade considerável, que compense a quarentena.

Considerando tudo o que foi visto até agora, vamos imaginar um exemplo com números:

[1] (+) 4.000,00 (valor da atividade intelectual)
[1] (+) 300,00 (taxa fixa para cobrir o custo)
[1] (+) 700,00 (tributo incidente)
(=) 5.000,00 (custo do serviço)
[2] (+) 700,00 (despesas iniciais)
(=) 5.700,00 (custo + despesas)
[3] (+) 30% sobre 4.000,00 (lucratividade)
(=) 6.900,00 (preço final)

Lembre-se que a taxa para cobrir o custo é fixada de acordo com a análise que você traçou em seu escritório e que ela pode ser cobrada numa única parcela no começo do serviço, ou mensalmente em valores menores, como uma taxa de manutenção do processo. No mesmo sentido, o reembolso das despesas futuras continuará sendo possível e tudo isso deve estar bem claro no contrato escrito de honorários que você celebrará.

Esses valores não precisam ser esclarecidos e sequer abertos ao cliente. Você deve fazer essas anotações e chegar ao número final e a partir dele negociar com o cliente. No caso acima você diria ao cliente que considerando os custos (as características do trabalho intelectual, custos do serviço, tributos) e as despesas o valor do contrato de honorários para tal serviço é de R$6.900,00. Se ele negociar você sabe que o seu lucro é de R$1.200,00 (30% da remuneração da atividade intelectual) e é nesse patamar que você tem poder de negociação, diminuindo a lucratividade, mas nunca diminuindo o valor que é pago a título de custos e despesas, para que sua banca não fique no prejuízo.

Assim, podemos concluir que não é simples lidar com a precificação dos contratos de prestação de serviços jurídicos, contudo, que é extremamente necessário dominar estes números para ter certeza que sua banca está lucrando e não está tendo prejuízo ao assinar um contrato. O importante não é ter mais um cliente, mas ter um cliente que lhe remunere adequadamente pelo trabalho intelectual, que cubra os custos ocultos, fixos e variáveis, que garanta o pagamento das despesas e que ao final lhe traga lucratividade. É ela que colocamos no bolso no final do mês! É melhor recusar um serviço do que assumir um prejuízo! Pense nisso na próxima vez que fizer uma proposta de serviços!

Um grande abraço e bons negócios!


Luis Fernando Rabelo Chacon
@LuisFRChacon
www.cmo.adv.br

24 de fevereiro de 2012

PRECIFICAÇÃO: COMO CALCULAR O VALOR DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS?

Caros colegas,


Estou preparando um texto sobre fixação do valor dos honorários advocatícios, ou sobre quanto vale o seu trabalho como advogado.


O texto é resultado da preparação da minha palestra que ministrarei na Escola Superior da Advocacia, na OAB SP, na próxima terça-feira, 19hs.


Confira toda a programação da semana na ESA SP aqui.


Não é fácil falar de "precificação" para advogados. Colocar preço no nosso serviço. Mas, há algumas regras básicas que podem nos ajudar, além da experiência pessoal que cada profissional adquire ao longo dos anos.


Nosso trabalho é intelectual, portanto, nem sempre palpável, bem como o resultado nem sempre é imediato. São complicadores que devemos considerar.


Vejo vocês na próxima postagem! Se alguém quiser contribuir, seja bem vindo!


Grande abraço,

Advocacia Hoje Luis Fernando Rabelo Chacon
@LuisFRChacon
www.cmo.adv.br

12 de fevereiro de 2012

Prestar a OAB no 9º semestre da FACUL: é uma boa?



Olá pessoal!

[Alunos de Direito e Exame da OAB]

Muitos alunos ficam na dúvida. Porque prestar o Exame da OAB logo no começo do 5º ano da faculdade? Há pontos positivos e negativos, há desafios e mais vantagens que desvantagens.

A primeira coisa certa é que o aluno deve estar preparado, não só pelos 200 reais que se gasta na inscrição, mas também para evitar que uma reprovação o surpreenda negativamente. Mas, resolvi escrever esta postagem para que o aluno possa pensar nisso antes do 9º semestre ou quanto chegar nele.

Primeira vantagem: se você passar será o melhor 5º ano da sua vida! Já imaginou cursar o último ano da faculdade sem o “peso” de prestar o Exame da OAB e com a vermelhinha no bolso! Isso literalmente não tem preço e lhe permitirá traçar ao longo deste período de comemoração os próximos passos de sua carreira, fechando com ‘chave de ouro’ o período de faculdade. Dica: Se esse for seu desejo invista tempo nos estudos! Faça um belo planejamento e tenha foco! Sem dizer que em seu currículo isso poderá destacá-lo no mercado de trabalho!

Primeira desvantagem: a derrota pode desmotivar. Se você estiver se dedicado e se sentir preparado e por algum motivo não passar nem na primeira fase, terá que ter um bom jogo de cintura para evitar que sua estima fique baixa e te prejudique nos próximos exames. Nem todo mundo sabe lidar com a derrota, mesmo sendo necessária para o nosso crescimento. É nela que verificamos onde é preciso melhorar, mas na prática a teoria é outra. Portanto, antes de prestar, esteja ciente do risco de ser reprovado e saiba que não será o primeiro nem o último que, mesmo preparado, não consegue passar. Dica: converse com pessoas da sua família, seus pais, pois eles terão experiência e conhecimento sobre você! Depois reflita sobre e tome sua decisão!

Segunda vantagem: aprovado no exame ainda no 9º semestre você poderá ter foco no seu futuro. Lá no 6º ano, no ‘depois da faculdade’ e isso pode fazer toda a diferença no sucesso profissional. Você terá tempo de fazer um belo TCC (trabalho de conclusão de curso) e quem sabe publicá-lo numa revista jurídica renomada; você poderá dedicar-se ao estágio com muito afinco de modo a aprender tudo o que for possível e ainda, quem sabe, deixar sua marca e até mesmo conseguir uma efetivação; você poderá usar o último ano da faculdade para aproveitar o ritmo de estudos e dedicar-se aos concursos públicos que não exigem experiência profissional, como é o caso de Delegado de Polícia (é muito mais fácil estudar no clima da faculdade, contar com o ritmo de aula, com os amigos de estudos, professores e biblioteca). Dica: use as disciplinas do último ano para ganhar bagagem para seus projetos futuros, participe de outros projetos da faculdade para alimentar seu currículo, arrume ou mude de estágio para ter oportunidade de refletir sobre sua escolha profissional.

Segunda desvantagem: o aluno pode dedicar-se de modo tão concentrado que abandona outros projetos obrigatórios. Isso pode detonar a aprovação nas disciplinas, a entrega do TCC, os relatórios e audiências de Estágio e NPJ – Núcleo de Prática Jurídica etc. A queda de rendimento na faculdade pode prejudicá-lo muito, seja com a reprovação de uma disciplina, no TCC ou no NPJ. Se você tem pouco tempo para se dedicar aos compromissos da faculdade pense bem antes de tentar a OAB logo no 9º semestre, pois pode ser um desastre! Quando a gente não tem tempo e quer fazer várias coisas ao mesmo tempo, acabamos fazendo mal feito todas elas! Se esse é o seu caso cumpra com sua obrigação de acadêmico primeiro: aprovação nas disciplinas e colação de grau, um belo TCC e um NPJ proveitoso! Dica: para ter certeza converse com amigos que sejam sinceros ou talvez com o professor que lhe seja mais próximo, eles poderão mostrar e considerar pontos que sozinho você não é capaz de observar. Depois dessa conversa, reflita e decida!

Terceira vantagem: ajudar os outros! Pode parecer estranho, mas não seja egoísta e vaidoso! Lembre-se dos grandes nomes da humanidade e perceba que nenhuma destas qualidades estava com eles, ao contrário. Pense em Ayrton Senna ou Guga. Se for aprovado você poderá ajudar seus colegas de classe, seja com uma boa conversa, seja com o empréstimo de material, seja com dicas e até mesmo se propondo a ajudá-los concretamente nos estudos e revisões, seja mesmo como simples inspiração! Dica: se você pretende prestar concurso ou advogar em determinada área da advocacia pense em montar um grupo de estudos para ajudar seus colegas, pois ensinando se aprende muito! Você pode ajudar os outros e se preparar cada vez mais para o futuro!

Terceira desvantagem: a maturidade necessária! Alguns professores acreditam que o Exame é para o aluno já formado. Muitos até se lembram da história de que isso foi permitido (prestar o exame no 9º semestre para aumentar a arrecadação no Exame). Há, portanto, quem defenda que o aluno realmente corre riscos de não passar e acabar trocando o pé pelas mãos, abandonando sua formação principal que é o Bacharelado em Direito e tudo o que está no seu entorno para lhe garantir sucesso profissional futuro. Para quem tem essa opinião – que é muito legítima – o aluno, mesmo quando passa, acaba abandonando muitas coisas que são essenciais para seu futuro! E saiba que a carteirinha não é mágica, não abre portas no futuro! As portas do seu sucesso profissional dependem da carteirinha, mas dependem também de muitos outros pontos! Dica: esteja ciente que a carteirinha é um dos passos necessários para o seu sucesso, porém mantenha o foco na sua formação de bacharel, isso também é muito importante!

Quarta vantagem: arrumar emprego. Depois da faculdade com a vermelhinha em mãos você estará na frente de muitos outros candidatos para uma vaga de emprego. Não precisará esperar aquele tempo entre a colação de grau e a aprovação no exame para procurar um emprego ou montar seu próprio escritório. Dica: depois de passar potencialize seu currículo, pois muitos outros candidatos poderão estar mais bem preparados do que você! Então, pense numa pós-graduação iniciado durante o 5º ano se sua faculdade permitir, num curso de extensão, mesmo que on line, num estágio voluntário para adquirir prática profissional, uma atividade de responsabilidade social, um curso de línguas etc.

Quinta vantagem: aproveitar a oportunidade. Mesmo que a OAB tenha permitido o exame no 9º semestre é certo que se trata de uma bela oportunidade! Então, saiba que na vida as oportunidades aparecem e precisamos estar prontos! Mesmo que a decisão seja de não prestar o exame agora, será um momento de reflexão. E só o fato de refletir sobre sua preparação já é uma grande oportunidade de auto-avaliação. Se você não se sentir preparado ou por outra razão não prestar o exame no 9º semestre fique tranqüilo e tire daí uma lição: conhecer a si mesmo é a melhor ferramenta para ser melhor hoje do que foi ontem, melhor amanhã do que é hoje. Estamos em constante evolução e admitir que não está preparado e que buscará outro oportunidade é uma atitude de grandes pessoas! Dica: a insegurança pode prejudicar o desempenho, portanto, pense bem sobre isso e troque ideias com colegas, amigos e familiares. Falar com pessoas próximas é a melhor maneira de ter outro olhar sobre você!

Sexta vantagem: há outras oportunidades! O Exame da OAB, diferente do concurso público, é uma disputa com você mesmo e ela não aparece uma única vez! Aproveite, então, que há outras oportunidades e que em todas elas a aprovação depende de você! Reflita sobre tudo o que foi escrito acima. Veja que há mais vantagens do que desvantagens. Mas, lembre-se: se não passar no primeiro exame, logo no 9º semestre, pelo menos dois outros exames serão aplicados ainda durante o 9º e o 10º semestre e, ainda, um terceiro logo após sua formatura. Se não passar na primeira, vencerá depois! Dica: mesmo que não se sinta preparado pense em prestar um exame como teste, como forma de sentir o clima, sentir o calor, sentir o estilo dos aplicadores e fiscais de prova, a tensão dos examinandos, o cansaço físico e mental etc. Mas, teste com seriedade!

Por fim, fica a dica:

Se você é aluno de períodos anteriores ao 8º semestre ou 4º ano fique atento no Edital do Exame da OAB. Alunos só podem efetivamente obter a vermelhinha se comprovarem que no período da inscrição para o Exame estavam em condições de colar grau no máximo dois semestres após. Exemplo: no Exame 2011.3 o aluno tem que concluir a faculdade até o final deste ano (veja o edital). Sendo assim, se você tem alguma dependência ou adaptação pense nisso! Talvez seja preciso cumpri-las antes de chegar ao 9º semestre.

Não adiante reclamar da obrigatoriedade do Exame ou de sua constitucionalidade. Não adianta reclamar do estilo de prova, de quem organiza a prova, de quem corrige a prova. Essa é a realidade e devemos nos preparar para ela.

Não decida sozinho, ouça pessoas próximas, parentes, amigos, colegas de classe e professores. Duas cabeças pensam muito mais que uma. A opinião de uma pessoa que não vive esse drama te dará horizontes nunca imaginados! Quem está de fora da foto olha ela de frente!

Qualquer que seja sua decisão respeite-a! Não se arrependa, pois o pior é não decidir e fazer as coisas na vida sem saber por que. Só tenha pressa para agir na vida se você souber para onde vai, pois não adianta ter pressa e gastar energia se não sabe onde quer chegar.

Todas as opiniões acima são extraídas de meu convívio há 10 anos com alunos e ex-alunos de Cursos de Direito. Essa angústia é também minha, seja como advogado, seja como professor, seja como educador e atualmente como Coordenador de Curso (Direito Unisal Lorena).

Leia mais sobre prestar o Exame no 9o semestre: uma incoerência?

Estou com vocês!
Grande abraço,
Professor Luis Chacon


Siga @LuisFRChacon
Advocacia Hoje Luis Fernando Rabelo Chacon
Conheça mais sobre o autor em CMO Advogados

1 de fevereiro de 2012

Rendimento nos estudos! Foco na aprovação!

Aluno de Direito + Exame da OAB: rendimento nos estudos e foco na aprovação!


O calendário das instituições de ensino superior retoma os trabalhos acadêmicos a partir desta semana ou da próxima semana. Alunos voltam às aulas e aos estudos. Por isso pensei numa pequena postagem com algumas dicas básicas sobre o rendimento nos estudos. Vamos começar falando de uma prática comum na preparação para o Exame da OAB, mas será uma introdução para falarmos sobre o dia a dia de estudo do aluno universitário nas faculdades de Direito. São opiniões pessoais extraídas do cotidiano, na conversa com colegas, nas salas de aula etc. Tudo para acrescentar! Melhorar nunca é ruim não é mesmo! Então vamos lá!

1 - MEGA ULTRA REVISÕES: adianta?

Existem muitos formatos de revisão de conteúdo que prometem levar o aluno que presta o Exame da OAB à aprovação. Nomes do tipo "Tropa de elite", "Dia G", "Dia F", "UTI", "SOS" aparecem. A pergunta inicial é: mega revisões que se espalham, gratuitas ou não, preparam os alunos para os exames?

São aulas estruturadas, direcionadas, divertidas, focadas, uteis e tudo mais!  Portanto preparam os alunos para aquele momento decisivo. Mas, sem o estudo, será uma bela motivação em vão. Permita-me fazer uma comparação tosca: casulo sem lagarta não vira borboleta!

Sendo assim, pergunte-se:  faço minha parte para me transformar num aluno vencedor? Lembre-se: você é  construtor e não coadjuvante do processo de ensino aprendizagem.

É possível pensar nisso através de rápidas dicas!

2 - Aula dada aula estudada.

Ditado antigo e necessário para o bom aprendizado. Aluno que fica somente na aula e imagina que isso salva não terá sucesso! Para ter sucesso verdadeiro nas avaliações da faculdade e, principalmente, na prova da OAB e nos concursos, exige que seja bem administrada uma grande quantidade de conhecimento. Somente assistindo aulas o conteúdo, com o tempo, se esvazia, e pouco será absorvido. É realmente preciso estudar! Estudar para compreender, memorizar e garantir que o conhecimento apareça na hora certa: na hora da prova.

3 - Sono. Você tem sono quando estuda? O que fez para resolver isso?

Estudo com sono é o mesmo que ligar um aparelho de 220 voltz numa tomada de apenas 110 voltz... Ele ficará "meia fase"! Seu estudo não pode ser meia fase! Portanto, não estude cansado ou com sono, descanse e depois estude para aproveitar melhor esse momento! Muitas vezes, 15 minutos são suficientes para resgatar a energia. Levante, dê uma volta, mude o local do estudo e se não resolver, tire mesmo uma soneca!

Atenção: se o sono nunca passa pense em consultar um médico ou profissional da saúde! Uma noite mal dormida, má alimentação, problemas de pressão etc. tudo isso pode prejudicar seu desempenho! Além disso, sugere-se sempre exercícios físicos, boa alimentação e boa noite de sono!

4 - Aprender dormindo? Durante o sono se aprende!

Você sabia que o seu cérebro organiza os arquivos recebidos durante o dia e descarta o excesso de informação durante o sono? Ele pode estar guardando a mensagem do Facebook e não aquilo que é essencial no estudo! Portanto, é preciso dizer ao cérebro o que guardar antes da limpeza. Isso se faz com uma rápida revisão do conteúdo. Por isso revisões são essenciais, pois você diz ao cérebro o que ele deve guardar e o que ele deve descartar. Grife, destaque, marque, resuma e mostre o caminho para ele!

5 - Ruídos atrapalham! Tem barulho onde você estuda?

Os ruídos não só distraem o estudo como diminui a freqüência que o cérebro usa para absorver o estudo, pois ele divide a atenção em mais de um fator. Imagine um computador sozinho usando o sinal de internet... Agora pense em dez computadores dividindo o mesmo sinal! Não se engane. Mantenha o ambiente controlado e longe dos ruídos! Desligue a TV e o som. Evite locais de grande movimentação de pessoas. Peça para as pessoas da sua casa não interromperem, desligue o celular... O estudo é seu foco!

6 - Menos é mais! Tempo de estudo não é sinônimo de qualidade!

Entenda que menos pode ser mais! O problema não é estudar muito, mas sim estudar o tempo necessário  corretamente. Não é o tempo é a qualidade que importa. Exemplo: estudar 40 minutos e parar pelo menos 5 minutos para seu cérebro descansar! No quarto intervalo pare no mínimo 30 minutos e não adianta estudar mais do que 4 horas seguidas... O cérebro cansado absorve cada vez menos! Muito pode ser pouco nessa hora!

Outra dica: aumente o tempo de estudo aos poucos. O maratonista não começou treinando 42 km no primeiro treino! Ele treinou muito, aos poucos,  para completar seus primeiros 42 km sem parada!

7 - A sala de aula é o local do primeiro passo, do passo mais importante.

Como você usa a sala de aula? Como se comporta? A sala de aula será sempre o mais importante momento do aprendizado. Mesmo que a sala seja virtual. Ali seu cérebro recebe a informação para depois armazenar. Se você faltar, não prestar atenção, permitir que ruídos dividam a sintonia, deixar duvidas etc o que seu cérebro terá para arquivar? Se a aula não for bem aproveitada que tipo de informação ele guardará? Ou nada ou pouco!

Se a aula for bem aproveitada o aluno não começará do zero no momento do estudo. Agora, se você não aproveita a aula, quando for estudar, vai começar do zero! Pense nisso! Você poderá estudar menos tempo depois, pois precisará de menor tempo para atingir um melhor resultado, se aproveitando do que colheu de conhecimento durante a aula. Tenha isso em mente na próxima aula!

8 - Estudar muito na véspera já era!

Se você quer realizar seu sonho e ir longe, não fique somente nos estudos da véspera. Esse tipo de estudo  ou mesmo o estudo concentrado em pouco espaço de tempo não lhe trará muitos frutos. O aprendizado é sistêmico, contínuo. Você deve pensar nisso para chegar longe! Em 10 dias de estudo não é possível aprender o que se estudou durante um ano!

Num dia de Mega Ultra Revisão um aluno não aprende o necessário para ser aprovado na OAB, no máximo, será estimulado, direcionado, estará motivado! Como já dissemos acima, ninguém se torna maratonista do dia pra noite. Aos poucos o treino prepara o físico, o psicológico e gera confiança! Dai quando for o Dia Daquela Mega Revisão a injeção de animo e motivação não vai somente alegrar você, mas vai realizar o mais importante: a aprovação!

9 - Planejar e ter controle do plano é preciso!

Para o sucesso é preciso planejar, executar o plano de estudo e gerar segurança com isso... Quando você executa o plano de estudos está efetivamente gerando conhecimento, o que lhe trará também muita segurança. Segurança é tudo na hora da prova!

Na próxima postagem focada no aluno de Direito falaremos sobre esses fatores.

Bons estudos! Aprovação!


Advocacia Hoje Luis Fernando Rabelo Chacon @LuisFRChacon www.cmo.adv.br