27 de outubro de 2009

O ADVOGADO E A POSTURA DO ALUNO DE DIREITO

Prezados amigos, alunos e colegas de profissão,

Eu começo escrevendo sobre Universidades e cursos de Direito. Mas vocês perceberão que tem tudo a ver com Advocacia Hoje.

Estamos chegando ao final do ano. O mês de novembro está aí, batendo na porta. Por aqui fizemos muita coisa em 2009 e pretendemos realizar muito mais em 2010, seja em nosso escritório, seja na Supervisão dos cursos de Pós-Graduação em Direito do Centro UNISAL.

Um dos grandes diferenciais do profissional na atualidade é a busca por especialização e por profissionalização da gestão. Hoje escrevo muito mais como um professor advogado do que como um advogado professor. Escrevo também como ex-aluno, professor e supervisor de cursos do Centro UNISAL Lorena.

Não tenho dúvida de que é um centro de extrema relevância no ensino jurídico para a nossa região Vale Paraibana, do Sul de Minas e do Sul Fluminense, sendo isso que a nossa Advocacia Hoje precisa tanto: lugares para aprender, ensinar, conhecer e explorar o universo jurídico, inclusive, o profissional.

Um dos grandes diferenciais do Centro UNISAL também é a busca por especialização e por profissionalização da gestão.

Nos últimos 5 anos os gestores e professores do Centro UNISAL participam de cursos de MBA em Gestão Universitária e buscam, fora do país, em faculdades muito bem colocadas nos rankings internacionais, um pouco de aprendizado e de profissionalização. As primeiras viagens e cursos foram no Chile (2006), depois na Espanha (2007), no México (2008) e neste ano visitamos os EUA. A foto abaixo apresenta nossos professores do curso de Direito no seminário em Boston (Luzia, Keziah, Chacon, Milena).




Nessas visitas sempre procuro os prédios, professores, salas de aula e bibliotecas dos cursos de Direito destas faculdades e acabo encontrando alguns pontos em comum: alunos responsáveis pelo aprendizado tanto quanto o professor é responsável pelo ensino, boas estruturas físicas, iniciativas inovadoras e salas de aula organizadas de modo a propiciar o debate e a interação entre alunos.

O aprendizado, pela comparação, é excelente, e nos permite "oxigenar as idéias". Visitamos neste ano Universidades em Boston (BOSTON COLLEGE) e em Los Angeles (USC). Veja como é uma sala de aula nestes lugares (e posso dizer o mesmo da Espanha e do México):



Essa foto demonstra que nossa sala de aula reflete um pouco da nossa cultura. Os alunos nestas Universidades que visitei nos parecem realmente "dispostos" a assumir um papel de atores do aprendizado. A disposição do aluno começa pela disposição das carteiras, pois o formato de auditório ou o formato em U, como na foto, coloca o aluno realmente numa posição estratégia dentro da sala de aula.

As nossas salas, ao contrário, talvez, propiciam a acomodação, o distanciamento, pois os alunos estão longe dos professores (quando assim pretendem), longe do debate, e não olham seus colegas de frente, ao contrário, passam anos dando as costas para muitos de seus colegas. Será que alterar a disposição de carteiras tiraria da inércia alguns alunos... não sei.


Diante disto provocamos e aguardamos suas respostas:

1 - A modificação na postura ajudaria na melhoria da qualidade do ensino jurídico?

2 - Formaríamos advogados mais bem preparados se adotássemos um formato diferenciado no que diz respeito a disposição e participação dos alunos em sala de aula?

Buscamos soluções! O Centro UNISAL está em busca da melhoria contínua! Contamos com vocês, para que possamos formar advogados, para a Advocacia Hoje, cada vez mais aptos a enfrentar as dificuldades do mundo jurídico brasileiro.

Grande abraço e até a próxima!

Professor Chacon


Advocacia Hoje
www.cmo.adv.br

5 comentários:

  1. Com certeza mudanças como estas colaborariam para um maior estímulo da aprendizagem e consequente melhora profissional. Mas, acredito que o melhor resultado só seria obtido com a mudança de mentalidade tanto do aluno, qanto do professor, em relação à seriedade da busca do conhecimento. A busca é individual, mas os resultados precisam ser coletivos!

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  2. Realmente a disposição das salas me impressionou. Por aqui, sempre que temos atividades como estas ou professores que gostam de provocar os alunos a participarem dos debates em sala de aula, acabamos ouvindo uma chiadeira geral. Infelizmente, o postado é verdade: há uma grande fatia dos alunos que se esconde, mas repondo afirmativamente às indagações: entendo que sim, uma disposição como esta das salas de aula, forçaria o aluno a olhar o outro de frente, a pensar, a responder, a participar ativamente, deixando de ser mero expectador. Vai aqui uma dica: porque não começar com a pós-graduação? Sou um dos alunos e acho que é um ambiente muito propício. Para finalizar, em minha opinião, o que tem muito contribuído para essa apatia, ou para que os alunos sejam meros expectadores, é a "moda dos cursinhos". Quantas vezes eu mesmo, que gosto muito de participar das aulas com perguntas e comentários, fui surpreendido com uma cara feia de um colega por intervir, já que este queria mesmo é que o professor "vomitasse" matéria, mnemônicos e artigos para que ele decorasse tudo. Acho que é isso, fica aí minha sugestão.

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  3. Estou certa de que a mudança do formato da sala e das aulas tem um impacto postivo na participação do aluno e, por consequencia, no aprendizado.

    Já passei por experiência dos dois lados. Fiz um curso em que fazíamos a aula com as carteiras em círculos, todos os alunos em contato e o professor nos estimulando a falar, eram os alunos que transmitiam seus conhecimentos.

    Por outro lado, fiz e faço cursos com nossa ordem enfileirada das carteiras, e minha postura e a da turma é totalmente diferente: passiva.

    Vejo que os alunos tomam em geral (graduação e pós) uma atitude de pagar para que o professor/palestrante jogue todas as informações que detém, e se esforçam para decorá-las. Acabamos perdendo muito ao confiarmos somente na nossa memória.

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  4. Acredito que a mudança da postura é sim fundamental para melhoria não só do ensino jurídico, mas, sobretudo, na melhoria da participação dos brasileiros nos assuntos que efetivamente são do interesse de todos.
    É no mínimo hipócrita se emocionar e se mobilizar um país para organizar uma Copa do Mundo e de uma Olimpíada, mas ao mesmo tempo, não ver o mesmo país se mobilizar e organizar para fazer “deste limão uma limonada”, isto é, aproveitar esta oportunidade, como países como a China, que quer queiram ou não revolucionaram o mundo e repensou sua postura diante do mesmo.
    Não se trata de ganhar ou não medalhas e de recordes, mas de nos conscientizarmos de que precisamos mudar nossa postura ante as situações, independentemente se a estrutura não é favorável. Não fiquemos inertes, devemos cada qual do seu jeito uma mudança concreta.
    Enquanto operadores do direito, devemos questionar e lutar pela melhora na qualidade do ensino jurídico do país e acima disso, de uma nova postura dos profissionais do direito, que sejam sempre ícones e estejam na vanguarda das transformações e questionamentos sociais, pois mais do que apenas entender as necessidades sociais, temos a obrigação de usar as ferramentas que dispomos em favor das mesmas.

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  5. Sou mais um dos que acreditam que a mudança no formato da sala de aula trará benefícios ao aprendizado.

    Seja ela em "U" ou em formato de auditório, haverá uma maior interação do aluno com os colegas e com o professor.

    A sala no formato em que um aluno fica ao lado do outro é propícia o questionamento entre os colegas, ao invés de termos 'mini panelas' teríamos um 'grande caldeirão' onde certamente bobulhariam idéias novas e auxilio mútuo.

    A reitoria deveria pensar seriamente na proposta e fazer uma sala piloto, para comparar os resultados, no antes e no depois da mudança.

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