30 de março de 2012

Empregabilidade: o que o mercado procura?


Quantas faculdades de direito existem no país? Quantos alunos de direito estudam na sua faculdade e disputam com você uma vaga de estágio? Quantos advogados existem na sua cidade?! É uma concorrência grande entre alunos em busca de estágio e entre advogados em busca de alguma oportunidade de trabalho.

A pergunta é: você está preparado para esta concorrência? Você sabe o que o mercado procura neste cenário? A resposta está num jogo de palavras: trivial, diferente e fora de série.

Você precisa atender os requisitos mínimos do mercado, precisa ser trivial. Existe um nível mínimo para participar desta concorrência, para “concorrer”. Em alguns setores basta o conhecimento de informática, para outros é essencial o conhecimento de uma segunda língua, por exemplo, o inglês.

Você precisa ser diferente, fugir do que é comum no mercado. Precisa ter algum ponto que o destaca e o diferencia dos demais. Pode ser uma habilidade pessoal que o torna diferente, como uma oratória fora do comum, ou então uma competência técnica que o torna diferente dos demais candidatos, como um entendimento prático e teórico altamente especializado de determinada área, exemplo, de obtenção de licenças ambientais.

Vamos combinar o trivial e o diferente. Pense sobre isso. Hoje, para qualquer vaga de estágio em direito exige-se o uso dos programas de edição de texto, como o Word. Mas, para ser diferente, e se destacar, você pode ter uma habilidade extra, sabendo usar muito bem as ferramentas do Excel (e não apenas o Word). Para determinada vaga exige-se uma segunda língua, mas para ser diferente, você demonstra que tem domínio sobre duas e não apenas uma língua estrangeira.

Pois bem. Mas, o mercado está tão concorrido, seja para estagiários seja para advogados, que não basta estar dentro do trivial e apresentar um diferencial para se destacar. O sucesso mesmo está para aqueles que são “fora de série”.

Quem é fora de série não está na fila da concorrência, ele tem um passe livre, um “fura fila”. Quem vai ao parque de diversões e não quer ficar na fila compra um tíquete especial, um “fura fila”. Na concorrência do mercado de trabalho é preciso ter um fura fila, é preciso ser fora de série!

As faculdades de direito formam bacharéis que, aprovados na OAB, são habilitados ao exercício da profissão de advogado. Todos são nivelados pelo Exame, todo mundo sai igual para o mercado no que tange a formação técnica. 

Depois, o mercado começa a fazer exigências que se formam num modelo trivial, que todos devem possuir. Quem consegue atender o básico da exigência, continua na concorrência, mas continua na mesma fila dos demais concorrentes. Se você ficar aí, ficará esperando a sua vez, contando, muitas vezes, com a sorte. Porém, o mercado busca aquilo que não é comum, busca além dos diferenciais, aquilo que é fora de série!

Sendo assim, provoco você novamente: como se tornar um fora de série? Como ser não apenas diferente, mas se tornar essencial para o mercado, de modo que você não participe da concorrência, simplesmente porque está tão preparado que consegue sua colocação sem concorrer com ninguém?

Para ser fora de série é preciso atender o básico primeiro. Ou seja, ser básico é atender o que é trivial e ter alguns diferenciais. Mas, isso não basta.  Com esse perfil (trivial + diferenciais) existem muitos, portanto, depois de atender o básico, é preciso encontrar algo para realmente se destacar e furar a fila, se tornar um “fora de série”.

A primeira fábrica de veículos automotores em série, a Ford, verificou que ao invés da fabricação artesanal de veículos era possível fabricar com menor custo criando a fabricação em série de muitos carros iguais, padronizados. Porém, qual é o nosso sonho de consumo? Um carro igual aos demais não é tão atrativo quanto uma Lamborghini fabricada individualmente e que poucos possuem igual, pois é um veículo ‘fora de série’. Que carro você quer ser? Um carro de série ou um carro fora de série?


E não é só. Também não adianta ser algo fora de série, deter algum conhecimento ou habilidade fora de série, sem que ninguém saiba disso. É preciso, então, ter uma boa estratégia de marketing.

Há um ditado que explica porque a galinha é mais famosa que a pata. Esta bota um ovo muito maior do que aquela, mas quase esquecemos que a pata bota ovos. De fato, a galinha é mais famosa, pois quando ela bota um ovo, mesmo menor, ela canta para todo mundo ouvir! Então, não basta ser realmente um destaque, “a propaganda é a alma do negócio”.

Então o seu desafio é o seguinte: como ser um fora de série e como mostrar isso para o mercado?


É preciso conhecer o mercado, conhecer a concorrência, conhecer a si mesmo e planejar ações que construa algo fora de série e que mostre para o mercado que você é fora de série.

O advogado cheio de títulos de pós-graduação não necessariamente é um fora de série, pois para ser é preciso realmente saber colocar a mão na massa e trazer resultados, como ninguém consegue fazer.


E agora, o que é que você faz? Para se conhecer e buscar planejamento que o torne um fora de série use uma matriz SWOT. Divida uma folha de sulfite em quatro quadrantes: forças, fraquezas, oportunidades, desafios.




Indique três itens para cada quadrante. Três para fraqueza, três para forças etc. Depois, aponte uma atitude para cada item. Ou seja, o que fazer para potencializar suas forças? O que fazer para anular as suas fraquezas? O que fazer para aproveitar as oportunidades que surgem? O que fazer para vencer os seus desafios?

Ao final, estipule prazos para praticar cada atitude. Veja que você terá uma atitude para cada item, sendo três para cada quadrante, você terá doze atitudes que certamente, quando cumpridas, começaram a desenhar o caminho do seu sucesso!

Está esperando o que? Sonhe! E se é possível sonhar, poderá ser realizado! Acredite no seu potencial!


Advocacia Hoje Luis Fernando Rabelo Chacon @LuisFRChacon www.cmo.adv.br

4 comentários:

  1. Reconhecer, identificar, entender e, então, "fortificar" as fraquezas, um desafio cujo resultado é certo! Postagem extremamente pertinente, como sempre.

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  2. Professor, boa tarde! Queria conversar com o sr. via email, pode passá-lo? Obrigado.

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