26 de abril de 2011

Agora que sou advogado, que caminho seguir?

Caros Leitores,
Hoje recebi um texto. Achei excelente divulgá-lo. Com o atraso na entrega do resultado da 2a fase do Exame da OAB 2010.3, com os boatos de "quando será o próximo exame", retomamos outro assunto relevante: o que fazer depois da faculdade, sendo advogado, que caminho seguir?


"Que caminho seguir? (por Gilmar Vieira Araújo) (@direitodempresa)
Essa é a pergunta que a maioria dos recém-formados fazem. Também é feita por aqueles que ainda não concluíram sua graduação e, também, por aqueles que ainda não decidiram qual faculdade devem ou querem cursar.
Penso que mesmo após a escolha da faculdade, da profissão a ser seguida, a área de atuação ainda não se delimitou. Obviamente que o “leque de opções” já fica reduzido com a escolha da graduação que se cursará, mas a área de atuação geralmente ainda não.
Citarei o meu próprio exemplo e cada um analise sua situação pessoal. Vejamos:
Me formei no final de 2008 como Bacharel em Direito, fui aprovado no primeiro exame de ordem que prestei (137º Exame de Ordem) em SP. Antes que digam que foi sorte, lhes digo que a preparação para que isso acontecesse foi árdua, chegando a 14 horas de estudos diários e muitos dias com somente 2 ou 3 horas de sono. A sorte só aparece para quem está preparado naquele momento. Não podemos colocar todas nossas moedas somente na sorte, é preciso mais, é preciso foco, é preciso afinco nos estudos, é preciso estudar o edital, é preciso estar presente nas aulas (quem ainda está cursando a graduação), enfim, aproveitar e fazer tudo o que está a seu alcance, para que aí sim a sorte possa lhe sorrir.
Passado a OAB, já advogado, terno alinhado, peito estufado, escritório montado, que venham os casos, os processos, as ações, os clientes. CALMA! Não é tão simples e fácil assim. A Advocacia é relação de confiança, confiança entre Advogado e Cliente. Mas, se o caminho a seguir é montar seu escritório, como ter confiança se quase ninguém te conhece? O processo é lento e demorará uns bons anos até você ter a confiança da sociedade e até lá, excluindo aqui os casos daqueles alunos que já estagiam em escritórios e que a aprovação é condição “sine qua nom” para sua efetivação, a clientela é escassa, escassa e muito exigente!
Mas e aí, que fazer? Pois bem, essa é a pergunta que me faço neste momento. A Advocacia sem tempo para dedicação exclusiva, por conta da necessidade de se manter em outra atividade profissional, é algo complicado de se imaginar. Se com dedicação em tempo integral já é algo difícil, imaginem o contrário. Estamos entre a “Cruz e a Espada”!
Preciso me decidir primeiramente o que fazer levando em conta meus gostos pessoais, minhas convicções, minha visão de trabalho e profissional ideal e que quero ser.
Listei as seguintes opções:
1 – Advogado de Empresa;
2 – Trabalhar em escritório de Advocacia ou constituir escritório próprio;
3 – Prestar concurso;
4 – Lecionar.
Vejamos os prós e contras de cada opção:
1 – Advogado de Empresa:
Para conseguir trabalhar em uma empresa tenho dois caminhos: Trainee/Estágio ou experiência. Se conseguir passar no árduo caminho de seleção para Trainee/estágio terei a oportunidade de não somente trabalhar no departamento jurídico, mas também de conhecer toda a estrutura da empresa, setores como produção, logística, gestão de pessoas, marketing, enfim, poderei até descobrir que tenho afinidade ou paixão por uma área diferente da área de formação. Gestão de pessoas, quem sabe?
Posso entrar também por ter experiência em determinada área específica: Contratos, Tributário, Trabalho, Societário, Comercial, Administrativo, enfim, vai depender das necessidades da empresa. Essa é uma opção um pouco distante de minha realidade. Se estou começando agora como posso ter experiência? Três, cinco, sete anos como algumas exigem. Não tive oportunidade de estagiar e se você teve a oportunidade em algum escritório ou empresa em uma determinada área e tem essa experiência, aproveite, seu caminho está mais curto do que você pensa!
Mas a dedicação a uma determinada área se concentra nas grandes empresas, já nas médias e pequenas empresas o conhecimento exigido é amplo, pois normalmente existem um ou dois advogados e que fazem de tudo um pouco. Logo, para trabalhar como Advogado em uma empresa menor terei que dominar Direito do Trabalho, Tributário, Comercial, Societário, Administrativo, Contratos, etc..., tudo junto.
Em ambos os casos precisarei dominar no mínimo uma segunda língua, pois com a globalização das empresas atualmente, é muito provável que tenha que me reportar a sede da empresa que fica nos Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, Chile, China e por ai vai. Logo, se minha opção é trabalhar em uma grande empresa e até mesmo nas médias e pequenas, uma segunda língua não é mais diferencial, é pré-requisito. Assim como eu, muitos outros também não tiveram a oportunidade de começar o estudo de uma segunda língua desde cedo. Mas isso é desculpa? Acredito que não!
Nessa opção a dedicação é quase que exclusiva, senão total, pois com tantas áreas do Direito para dominar, tempo é questão crucial para atualização e entrega de resultados. Soma-se a isso, a necessidade intrínseca de entender de negócios (Marketing, Gestão de Pessoas, Finanças, etc...), mais precisamente do negócio da empresa, o que ela faz, como faz, porque faz, para quem vende, enfim, precisa entender a cadeia de processo, pois somente assim serei capaz de dar respostas jurídicas eficazes para o êxito da empresa.
E ainda, a possível exigência de mudança de cidade, a necessidade de deslocamento constante, realização de audiências, reunião com clientes, discussão de contratos e principalmente a forte pressão por resultados são mais alguns fatores que devo observar se essa for minha escolha profissional.
Já ia me esquecendo da remuneração. Para os Advogados em início de carreira em uma empresa a remuneração fica em torno de R$ 1.000,00 à R$ 4.000,00 reais. Com alguns anos a mais de experiência a remuneração está na faixa de R$ 4.000,00 à R$ 8.000,00 reais. Um gerente jurídico tem uma remuneração na faixa de R$ 10.000,00 à R$ 15.000,00 reais e um Diretor jurídico com bastante experiência e bons anos de empresa pode chegar ao salário de R$ 20.000,00 à R$ 30.000,00 reais, fora os bônus por desempenho. Obviamente que aqui terei que considerar que isso varia de empresa para empresa, principalmente pelo seu porte. Um Diretor jurídico de uma pequena empresa pode ter o salário de R$ 5.000,00/mês e sem direito a bônus.
Muitos desafios, mas seguramente uma opção de carreira dinâmica.
2 – Trabalhar em escritório de Advocacia ou constituir escritório próprio
            Para trabalhar em um escritório é preciso primeiramente ter estudado em uma boa faculdade (De primeira linha). Vejo esse requisito na maioria das publicações de vagas de escritórios em SP. Alguns escritórios publicam ainda que se esse requisito não for atendido o currículo é sumariamente descartado. Não quero aqui entrar no mérito da questão, mas isso é o certo a se fazer? Sem uma boa entrevista, dinâmica de grupo, conversa com os sócios do escritório, acredito que definir a qualidade de um profissional apenas pela faculdade onde se formou seria exagero. Se com todos os instrumentos de avaliação acima já é difícil acertar um perfil, imaginem impondo o pré requisito faculdade de primeira linha para descartar aqueles que não tiveram a oportunidade de estudar em uma boa faculdade, mas que seriam melhores profissionais, persistentes, perspicazes, corajosos e que apenas por causa da faculdade nem tiveram oportunidade de demonstrarem suas qualidades.
            Mas voltando ao cerne da questão, trabalhar em um grande escritório será o mesmo que entrar numa linha de produção, onde atuarei em áreas específicas do direito. Poderei quem sabe, com o passar do tempo migrando de um ramo para outro, adquirindo grande experiência.
            Há aqueles escritórios menores que poderei atuar já em mais de uma área específica, inclusive tendo a oportunidade de ter contato direto com alguns clientes, participar de reuniões, dar pareceres, enfim, não me sentir apenas um robô repetindo de forma mecanizada teses em contencioso de massa.      Há os escritórios butiques que são aqueles onde a especialização é o seu diferencial, diferentemente dos grandes escritórios onde quase todas as áreas do direito são atendidas. São escritórios reconhecidos por sua especificidade e qualidade em sua determinada área. Temos escritórios especializados em Direito Tributário, Fusão e Aquisição, Ambiental, Penal, Administrativo, etc... Para entrar em qualquer um desses o caminho se repete: Estágio ou Experiência.
            Posso conseguir um estágio durante a faculdade e logo após a aprovação no exame de ordem ser efetivado e a partir disso trabalhar como Advogado. Posso entrar também por ter experiência em uma determinada área. Vejo que alguns escritórios preferem até contratar recém formados e que já tenham sido aprovados no exame de ordem, pois acreditam que esses serão profissionais sem vícios, sendo ensinados de acordo com a cultura do escritório.           
            Dependendo da área que escolher não terei dúvidas de que a segunda língua será pré requisito. Muitos escritórios atualmente prestam serviços para empresas estrangeiras. Logo, os contatos e reuniões com esses clientes serão feitos única e exclusivamente utilizando a segunda língua.      No meu caso específico, este requisito está ainda um pouco longe de ser atendido, mesmo que já esteja estudando com afinco, o domínio de uma segunda língua não acontece num passe de mágica. É preciso tempo para assimilar o aprendizado e ainda mais tempo para praticar o aprendizado. Desistir? Obviamente que não!
            Aqui a dedicação também será quase que exclusiva. Sempre será assim? Não! Mas é preciso estar preparado para que isso aconteça quase que constantemente. Quem leu o livro Cartas a um Jovem Advogado, sabe que em um determinado ponto o autor menciona que por causa da assessoria do escritório em um grande negócio de sua cliente, tiveram que passar dias trancados no escritório, inclusive dormindo no escritório. Logicamente neste caso o sigilo da negociação e das informações era condição para que o negócio tenha sido realizado com sucesso, nada podia vazar. Estou citando apenas um exemplo que um grande escritório, mas não penso que seja diferente em escritórios menores, onde por culpa da globalização das transações comerciais, todo e qualquer empresa precise do apoio integral de um escritório de advocacia. O mercado não tem hora e o escritório (Digo, o Advogado) precisa estar ali, pronto para dar respostas eficazes, independentemente da hora. Viagens, reuniões com os clientes, audiências, negociação, discussão de contratos, acompanhamento em diligências, etc..., rotina normal de quem se propõe a trabalhar em um escritório.
            Já para aqueles que escolheram montar o seu próprio escritório, assim como eu, as dificuldades são ampliadas em um sem número de vezes. Não somente precisarei dar conta de solucionar os problemas dos clientes, mas também, gerir administrativamente o escritório.
            Quanto será o aluguel, o telefone, a internet, o sulfite, o toner da impressora, as despesas com combustível, alimentação. Meu Deus! Darei conta de tudo isso? É preciso preparação. Cursos de gestão de escritórios são uma mão na roda para aprender algumas dicas valiosas de como gerir o escritório. É o suficiente? Não! Não é suficiente, pois como disse anteriormente, inicialmente a carteira de clientes não é suficiente para manter todas as despesas do escritório, que mesmo sem demanda o custo se mantém alto.        
Mas e aí o que fazer? Qual caminho seguir? NÃO EXISTE SOLUÇÃO MÁGICA!".

Numa próxima publicação falaremos sobre as duas últimas opções. Mas, antes disso, qual é a sua situação? Que conselho podemos dar aos recém-formados?

Grande abraço!


@LuisFRChacon
Advocacia Hoje Luis Fernando Rabelo Chacon www.cmo.adv.br

27 comentários:

  1. Primeiramente gostaria de parabenizar o colega Gilmar pelo texto brilhante!
    Em um segundo momento reitero uma frase do “melhor” treinador de futebol do Brasil, Muricy Ramalho: “Isso aqui é trabalho meu fioa!”.
    Ora o texto apresentado, com o devido respeito ao Autor, resume-se a frase aludida acima.
    Desta forma, se quer sucesso é preciso trabalhar, trabalhar e trabalhar !
    O estudo é importante, as experiências idem, mas somente o trabalho o levará aonde se almeja.
    Os países que mais se desenvolveram nos últimos anos, investiram no estudo, mas foi preciso trabalho, para que os frutos viessem.
    O Japão, já surpreendeu no mundo no pós guerra, ao se reconstruir do zero, como? Trabalho.
    Assim, veja o que é preciso ser feito e trabalhe, dedique-se, se você não chegar ao sucesso, certamente será um ser humano melhor !

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  2. Nunca li um artigo que explicitasse tão bem o pensamento de um jovem advogado. Todavia, parece que todas as palavras foram ditadas por nós iniciantes a essa carreira brilhante. Formei em 2009, fui aprovado no primeiro exame no ano de 2010 com muitas horas de estudos e tirando áquela hora de alegria de "um dever cumprido" a impressão que se tem é que nada aconteceu. Como o ilustre professor Chacon falava "muita calma meus amigos é apenas um exame e isso não irá definir futuro de ninguém, o que importa são as sementes que vocês irão plantar" palavras de uma precisão ímpar que eram poucas absolvidas por nós estudantes (meu exame durou 6 meses, foi de Janeiro até Maio foi a prova que eu tive que passar duas vezes na segunda fase rs... a famosa prova que vazou as respostas e que um infeliz foi surpreendido em São Paulo). A respeito de trabalhar em São Paulo passei por todas as exigências acimas, e sem falar que o salário a ser pago normalmente não cobre as despesas de uma cidade grande.
    Não obstante, a todas as adversidades são por elas que a cada dia eu me apaixona mais pelo DIREITO.
    Parabéns pelo artigo Gilmar grande abraço.

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  3. Adorei o blog criativo dinâmico eu estou querendo cursa advocacia gostei do espaço é bom que eu aprendendo desde ja estou seguindo e sempre estarei aquia te ler e comentar bjos de boa noite!

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  4. Este artigo do Gilmar é excelente. Várias situações que vivi estão alí retratadas. A escolha é sempre difícil, pois sempre precisamos abrir mão de algo. Mas o principal é abrir os olhos dos estudantes para a consciência de que, realmente, o Exame da Ordem é um passo para o início da carreira com muitos desafios.
    Quanto mais cedo formos amadurecendo nossos objetivos, menos dolorosas serão as escolhas e suas consequências.
    Abraço

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  5. Caro Amigo Gilmar, não se assuste com o trabalho árduo! Todas as áreas, inclusive a do pipoqueiro da esquina, exige esforço considerável, portanto, não reclame, nem desanime seus colegas, mas os encorage, e lhes diga que qualquer profissão que optarem irão encontrar trabalho! Portanto, trabalhe mais, reclame menos, e use sua experiência para levantar a estima dos colegas, e não lhe apresentarem milhões de obstáculos, ceifando seus sonhos, pois como eu disse, e repito, toda área é igual, tem muito trabalho e muito esforço, coisa que certamente você não sabe o que é, pois tinha tempo para ficar 14 horas estudando! Bem vindo ao mundo real. abraço.

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  6. Muito legal,pessoas como vocês fazem a diferença, continuem assim, auxiliando-nos nessa nova caminhada.

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  7. Muito interessante o artigo. Gostaria de saber do sr. Chacon qual o conselho a ser dado para aqueles que ainda não possuem a carteira da OAB e que desejam se inserir no mercado de trabalho. É muito grande a resistência dos escritórios em contratar "trainees"? Obrigada e um abraço, Sílvia.

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  8. O conselho p/ quem ainda não tem carteira é o melhor possível... Estudem e se dediquem a exaustão até passarem, e não p/ passar! O verdadeiro advogado é aquele que, mesmo sem ser formalmente, já pensa, age e interage como um! E porque não estudar até passar? Além de passarem, irão obter carteira, e ainda poderão aproveitar 75% do estudo em concursos e outras modalidades... O direito é assim, só o céu é o limite!!

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  9. Caro Gilmar,

    Me identifiquei totalmente com o seu texto. Como você, também me formei em 2008 e também fui aprovada no exame 137.
    Quando me formei, já trabalhava em uma grande empresa por 10 anos e assim o meu diretor direto me promoveu para advogada trainee, fiquei assim por 1 ano, porém como tudo é dificil nesta vida, a promoção foi incrivel mas(não me pergunte porque);(isto vale um artigo), não podia exercer a profissão dentro da empresa por politicagem interna. Por ter um contrato de exclusividade, fui obrigada a pedir para ser desligada da empresa. E assim faz exatamente 1 ano que estou na batalha sozinha, com meu escritório. Está penoso! Nada é fácil. As contas do escritório, os clientes, os processos, enfim... Mas, vamos que vamos. Quem sabe daqui á algum tempo postamos dizendo o quanto está bom?? Parabéns pelo texto. Abraços.

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  10. Colega Gilmar,

    Com o devido respeito aos colegas, por questão de entendimento, creio que sua entonação não foi direcionada ao emprego dos esforços a serem desprendidos durante a nossa militância, e sim, a dificuldade encontrada para que possamos conseguir realizá-las. Minha formação ocorreu no ano de 2004 consequentemente fui aprovada no exame da Ordem. Fui trabalhar em um escritório, em um ano me tornei sócia, atuando nas area cível e criminal, pois meu sócio em questão tinha 20 anos de experiência. Neste ínterim, não atuo mais na area criminal porque na minha opnião tornou-se inviavel. Hoje, estou fazendo um curso para obtenção do inglês, e aguardando os interminaveis recursos, e como vc deixou bem formulado a demanda foi superior ao meus esforços, infelizmente não corresponde ao êxito. è exatamente isso o que acontece, hoje procuro um novo direcionamento, pois quero trabalhar...
    Jane

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  11. Sou advogado formado há 5 anos, passei no exame da ordem ainda como provável formando, no último semestre, mas até hoje não tive o minimo se quer de realização profissional. É verdade de tenho uma condição socio-economica familiar que me permite não passar fome, com isso só advogo por valores dignos, mas estou estagnado, desestimulado e acredito que a pior besteira que fiz foi optar por essa profissão. O mundo jurídico é para pessoas corruptas, desonestas e nefastas. Os juízes são todos corruptos, os promotores são todos bandidos e os advogados em sua maioria são medrosos e medíocres ante à tal situação. Obviamente que muitos prosperam, mas fazendo fortes concessões no campo da ética e da moral.

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  12. Caro anônimo, lamentavelmente encontramos um pouco de verdade em seu comentário. Não sao todos, mas muitos. Que se fazem de amigos para aplicar rasteiras em colegas de profissão. Atravessam orçamentos plantando discórdia, promovem panelas eleitoreiras para se beneficiar e aliciam jovens para bancar o próprio trono profissional. Mas com tudo isso, ainda existem bons advogados, professores, etc. Que fazem tudo isso valer a pena e nos permite dormir com cabeça tranqüila. Sonhe e acredite no sonho.

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  13. Caro Gilmar... encontrei seu artigo por acaso, mas era exatamente o que eu queria ler... me formei em 2010 e já estava aprovado na OAB... porém tenho uma carreira paralela, sou professor de Português/Inglês... embora tenha me formado com 26 anos, já era professor, casado e logo após a formatura tive um filho... resumindo.... leciono em duas escolas e venho advogado sem escritório, em casa, por indicação de conhecidos, há quase 2 anos... ganho pouco, corro muito e não quero continuar nessa vida...

    Minha dúvida:

    Estudar duro nas poucas horas vagas que tenho para um concurso na área jurídica? Até porque com dois cargos efetivos de professor ganho apenas cerca de R$4.000,00 e trabalho cerca de 52horas/semana.

    ou

    Deixar um cargo de professor para montar um escritório e começar a batalha por clientes, nome, etc...

    ou ainda,

    Continuar advogando em casa e lecionando nessa jornada exaustiva...

    Aceito sugestões...

    michael.pofer@hotmail.com

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    1. Caro Michael, suas dúvidas são as dúvidas de muitos. Indico como leitura o seguinte texto deste blog: http://advocaciahoje.blogspot.com.br/2012/10/advocacia-e-concurso-publico-e-possivel.html
      O texto faz um paralelo que pode ser útil para você: como conciliar uma profissão que lhe traz renda e continuar a advogar aos poucos? Advocacia exige dedicação, profissionalismo, empenho o que nem sempre (nem sempre) se encontra quando o profissional pretende fazer dela uma ponta, entende! Além do mais o sucesso na advocacia vem com o tempo e a dedicação mais forte nela traz isso mais cedo!
      Sucesso!!!

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  14. Ola, estou matriculado no 4 ano ja tenho 34 anos de idade,e ainda não tenho uma definição em que fazer uma identificação, em que tipo de área atuar depois de me formar , fico pensando em prestar concursos públicos já que todo mundo fala hoje em estabilidade financeira, apesar de ja ter uma profissão diga se de passagem não muito boa porem vem me sustentado a muitos anos.
    Fica aqui minha pergunta:
    Com a idade que ja tenho como fico depois de formado? opto por concurso publico ? me associo a um escritório (pequeno) o que fazer pra que lado seguir ja que não tenho definido em que área atuar .
    Alguém poderia ajudar nessa duvida . Pois o tempo passa e tenho dificuldades de como agir ...
    Podem enviar no end: edinacio2000@hotmail.com ok Valeu ...

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    1. vou te dizer o que gostaria que tivessem me dito: procure um curso para concurso e já vá fazendo, assim quando tiver concursos para estágios da Defensoria ou Ministério Público ou Tribunais ou até mesmo em escritórios você já estará preparado. Sucesso!

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    2. Prezado, realmente esse é um caminho, uma escolha. Quem quer foco em concurso público deve mesmo, já durante a faculdade, buscar preparação e até prestar estes concursos para estagiários, alguns com boa renda mensal a título de bolsa. Contudo, reitero, mais importante que isso será a experiência, pois o estágio no setor público vai lhe mostrar se é isso mesmo que quer! Caso sim, foco nos estudos e concursos após a faculdade! Caso não, foco em outras atividades fora da faculdade para estar preparado para o mundo da advocacia! Um abraço e sucesso!

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  15. Caro Edmilson, são naturais e legitimas suas duvidas. Neste blog há vários textos para ajuda-lo. A escolha depende de uma serie de fatores que vão das oportunidades às habilidades da pessoa e até mesmo suas necessidades. O ideal entretanto é buscar algo que lhe agrade. Gostar do que faz é mais importante que estabilidade e renda, pois podemos muito mais quando estamos motivados. No estágio você poderá experimentar e isso também é positivo. Tenha calma. Tente descobrir onde quer chegar primeiro, para depois traçar o caminho!

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  16. MUITO INTERESSANTE ESSA AREA,ESPERO ME APERFEIÇOAR MAIS E SER UMA GRANDE ADVOGDA.OBRIGADA PELAS AS PALAVRAS ABRANGENTES QUE FALARAM.

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  17. Prezados colegas Li com atencao tds comentarios mas permitam me discordar de alguns pontos que passarei a tecer : Estudei muito fiz estagio na OAB SP no antigo Escritorio Esperimental pratico e teorico laborei durante 3 anos para hiposuficientes fiz tudo possivel para obter estabilidade economica financeira nos 25 anos que milito. Nunca pensei em concurso publico porque gosto da autonomia funcional que integra nossas prerrogativas ..Ocorre que o maior problema da atualudade e A LENTIDAO DOS TRAMITES PROCESSUAIS Vale dizer o Estado nao ajuda os jurisdicionados em nada tampouco nos advogados !!! A situacao esta caotica no ano de 2014 Nao pensem que vcs falharam e tampouco que estao super dimencionando um problema social ( falta de clientes) Jamais pois se qq um de nos observar as procuradorias do estado estao lotadas nos corredores inclusive por supostos clientes pobres mas que na verdade tem condicoes de pagar. RESUMO S CULPA NAO E DO COLEGA E TAMPOUCO DEVE SUBSTIMAR SUA CULTURA a Culpa e do Estado que nao investe no Judiciario. A culpa e da OAB que nao fiscaliza as Procuradorias e so se preocupa com o que arrecada de todos inscritos o fenomeno e REAL !!!! Portanto temos de nos unir e agir pendando coletivamente jamais no singular !!! Nao reparem na ausencia de acentuacao pois teclo de um Smartfone . Advogar nao esta facil Escrevo com minha experiencia profissional que ultrapassa dos 25 anos ... Portanto o problema e social e coletivo IMPOE SE DAR PUBLICIDADE !!! Boa sorte a todos (as) colegas

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  18. Maior erro da minha vida foi optar pela advocacia... Anos de estudo, para depois descobrir que tudo foi em vão. Carteira da OAB não é sinônimo de trabalho garantido. Fiz estágio no TJ, na DPU, em escritório de advocacia... já mandei meu currículo até pro inferno, e ninguém me chamou até agora.

    Advocacia só pra quem tem escritório arranjado ou indicação. O negócio é estudar para concurso, porque existe muito advogado para pouca vaga. Um ano e meio de estudos jogados no lixo...

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    1. engraçado, concurso público é ilusão, é absurdamente concorrido, e para prefeituras, autarquias municipais, câmaras, quando não é concorrido ao extremo, pode ter certeza de que existe alguma treta e já é jogo de cartas marcadas...prestei muitos e sempre cheguei muito perto, porém sempre reparei que na minha frente sempre alguém era aprovado e ficava acima na classificação, em condições muito suspeitas...Eu fiz o exame e passei logo, só fui advogar por falta de opção...

      Tenho um pouco de vergonha de falar que sou advogada, acho a profissão desvalorizada e infestada de pessoas sem caráter, muitas analfabetas funcionais (culpa das UNIP'S UNIFÁCIL, UNIBAN espalhadas pelo país formando esse tipo de profissional)...

      Advogo para empresas, hoje ganho pouco, pois trabalho pouco por conveniência (visito as 2 empresas que atendo 2x na semana cada) e eu não fico indo atrás de contratos e clientes, e sim usando meu tempo para MUDAR DE ÁREA e me livrar desse estigma da profissão em uma área menos saturada e onde os profissionais sejam respeitados...

      Me preparo para prestar vestibular de novo, aos 28 anos...área escolhida: música!!! Sim, música, pois eu vou poder ensinar crianças e viver disso, fazer trabalho voluntário em asilos e até ganhar um troco tocando pelas ruas (sim, pq não??? é melhor tocar pelas ruas por um troco do que se humilhar em um terninho por um emprego debaixo de 38ºC) advogar vai ser só um complemento do que realmente quero fazer e para não morrer de fome...

      Eu acho que sobra advogado, pois é um profissão fácil, qualquer um consegue entrar nela e viver dela (mesmo que mal e sem a sorte de ser apadrinhado), então é um meio mais do que prostituído por maus profissionais , péssimas faculdades e pessoas de baixa índole

      Já a música, é pra quem gosta, tem vocação, talento e coragem, e prefere ser livre a ponto de abandonar ambições que não levarão a nada, ao contrário, levarão somente à frustração, pois neste mundaréu de gente, é pra 1 em 1 milhão..

      Meu amigo advogado abandonou a profissão para viver de uma pequena loja de brinquedos , e se diz muito mais feliz.

      Busco o mesmo, troco o dinheiro por tempo livre e não o contrário.
      Troco os empresários corruptos do dinheiro sujo pela curiosidade das crianças, pelo sorriso dos idosos abandonados em asilos, pelo pequeno aglomerado que se formará em volta para ouvir o instrumento musical e talvez deixar umas moedas em gratidão à alegria dos sons que ecoam pelo cinza da metrópole, e principalmente, troco o comum pelo incomum e o comodismo pela coragem de buscar ser diferente dos que abomino.

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  19. Só digo uma coisa: Estou extremamente arrependido de ter escolhido a advocacia.
    A profissão está tão desvalorizada, que um amigo resolveu virar peixeiro na feira, pois tem mais estabilidade e oportunidade de ganhos.

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  20. Maior erro da minha vida foi ter estudado Direito. Foi o maior erro da minha vida!!!

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  21. Esses dias peguei um táxi aqui no RJ e o taxista era advogado! Ou o advogado era taxista, vcs entenderam...rs E o nosso colega ainda era trilingue c certificacoes de proficiencia muito dificeis de conseguir, Cae de Cambridge (ingles) e o Dalf (frances). Isso quer dizer que: ta phoda!

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  22. Estou no 8 semestre do curso de direito, ao ler os depoimentos acima poderia ficar espantado, mas nao, sei a realidade vivenciada pela classe, realmente exame da ordem nao é garantia de emprego, mas o inicio de uma grande conquista.

    O cerne da questão é a ilusão alimentada que apos passar no exame da ordem, com a carteirinha da OAB a pessoa vai ser bem sucedida do dia para a noite, seria um pensamento muito simplorio.

    A realidade é que como em qualquer profissao, se voce nao for diligente no que faz nao vai obter exito profissional.

    Amigos nao desistam, acreditem, utilizem estrategias corretas. Vejam o exemplo Demarest e Almeida Advogados faturamento 42,4 bilhões,Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados R$ 35 bilhões, J. Bueno Mandaliti — Sociedade de Advogados R$ 110 milhões,Djalma Rezende Advogado gasta R$ 8 milhões em casamento, imagina quanto é o faturamento anual dele.

    Poderia aqui listar inumeros casos de escritorios bem sucedidos, advogados ricos, famosos, mas ha quem dia, esses escritorios sao grandes bancas, grandes advogados, agora pergunto aos senhores isso foi da noite para o dia claro que nao. Isso é resultado de diligencia, estrategia..... se conseguiram acredito que qualquer um pode conseguir...

    Em relação a concursos publicos impossivel alguem diria,muito concorrido etc.. Agora que tal parar de pensar nisso e começar a estudar, mas é estudar meus caros e nao pensar que esta estudando. Observe os depoimentos das pessoas que passaram , uma coisa em comum entre eles, foco, determinação, quantas horas de estudo muitos em entrevitas relatam 12, 13 horas por dia, dai aguem vai dizer, nao tenho tempo pois trabalho o dia todo, ha relatos de pessoas iguais a voce que trabalham o dia todo, mas que conseguiram a aprovação qual a diferença entre essa pessoa e voce? se conseguiram voce tambem pode. Wilian Douglas, tenho certeza que pelo menos ja ouviu falar nesse nome , tem boas dicas relacionadas a concursos, como disse ateriormente tudo pe questao de acreditar em voce e aplicar tecnicas estrategias corretamente.


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