10 de agosto de 2009

Você conhece um "bom advogado"?

Advocacia Hoje
www.cmoca.com.br

Uma das leituras mais recomendadas para meus alunos de graduação e pós-graduação e para todos os meus colegas de trabalho é o livro "Cartas a um jovem advogado" (editora Campus), escrito por Francisco Müssnich (sócio fundador do escritório www.bmalaw.com.br ). Na biblioteca da UNISAL temos 10 exemplares. Quem não leu pode recuperar o tempo perdido, quem já leu pode reler, pois ele é sempre atual!

O quarto capítulo desta obra é denominado "Pôquer, Engenharia e Teatro" (p. 21) e diz: "Um bom advogado deve dominar três áreas: pôquer, engenharia e teatro. Não estou brincando. Cada uma dessas atividades exige o desenvolvimento de qualidades fundamentais para quem vai trabalhar com o direito".

Diz o autor que todo advogado deve "aprender um pouco da técnica de interpretação", das artes dramáticas, do teatro. "Algumas vezes será o camarada bom, de total confiança, disposto a negociar ou ajudar a outra parte; noutras, terá de bancar o vilão, capaz de pressionar, exigir, pôr contra a parede", tudo sem culpa, pois estamos apenas defendendo os interesses do cliente.

No pôquer, segundo o autor (p.24) encontramos boa oportunidade para treinarmos nossas qualidades na negociação e na audiência. O pôquer lhe apresenta do outro lado da mesa o adversário mentiroso, o prudente, o ousado, o misterioso etc. Finaliza o autor dizendo que o bom jogador precisa descobrir os motivos por trás do comportamento das pessoas, sendo preciso usar as informações, interpretar sinais, confundir o adversário.

"A engenharia confere ênfase à lógica, ao raciocínio analítico. Treina a pessoa para focalizar no que é estrutural". Justifica que "o advogado precisa compreender os problemas e os objetivos do cliente. Não adianta planejar uma operação perfeita se ela não funciona do ponto de vista financeiro".

E, finaliza o autor (p. 25):

"A habilidade de interpretar papéis e adivinhar estratégias é tão importante quanto uma boa formação universitária. Entre contratar o advogado que tem a maior quantidade de títulos, o mais preparado, que estudou em universidades de renome no Brasil e no exterior, e contratar um advogado com títulos sem grife, mas que entende os problemas do cliente e ganha as causas, eu não hesitaria em contratar o advogado vencedor. Independente da formação acadêmica ou teórica que possa ter tido, ele, de fato, aplica com sucesso a técnica que aprendeu".

Eu não tenho dúvida que um bom escritório de advocacia depende de um bom advogado e que um bom advogado precisa aprimorar suas técnicas de atuação e interpretação, no raciocínio analítico e estruturado das ciências exatas, na compreensão dos problemas do cliente e na busca criativa de soluções.

Nossas faculdades, mesmo nos cursos de Pós-Graduação, nem sempre estão focadas para essa "formação profissional" que é uma das chaves para o sucesso na Advocacia Hoje. A UNISAL tem pensado sobre isso, sobre empregabilidade, sobre formação focada em habilidades e competências profissionais.

Você já pensou sobre isto? Tem algum caso para contar?

Vamos trocar idéias! Participe!

Grande abraço,
Professor Chacon





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8 comentários:

  1. Eu tenho a enorme satisfação de fazer parte da equipe CMOCA ADVOGADOS. Aqui, muito mais do que operadores do Direito, somos coadjuvantes da história, da vida, de cada um de nossos clientes. Tenho certeza de que esse é um dos nossos diferenciais no mercado de trabalho.
    Ainda, como experiência própria, atuo há 3 anos como conciliadora do Juizado Especial Civel de Lorena. As lições de vida e de Direito que lá aprendi me enriqueceram deveras como ser humano. É uma experiencia que recomendo a todos os estudantes de Direito e aos bacharéis que tiverem interesse: busquem a oportunidade para atuar nos Juizados. Sem sombra de dúvidas aprenderão muito sobre como fazer a diferença na advocacia.
    Ana Paula de Arruda Camargo Chacon

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  2. Realmente esta obra é de grande valia, e trás orientações imprescindíveis para o advogado que quer ser bem sucedido e, sobretudo feliz.
    Não há fórmula mágica para o sucesso profissional na advocacia, como bem diz o “chato” Muricy Ramalho, “o negócio aqui é trabalho meu filho”.
    Em que pese o dito popular de que “se conselho fosse bom ninguém dava, vendia”, acredito que esta obra é um roteiro simples e ao mesmo tempo detalhado sobre quais posturas e planejamentos um advogado deve ter.
    Observe que, ao afirmar que o advogado deve dominar pôquer, engenharia e teatro, o Autor já sintetiza: conheça bem sua área de atuação, busque com seu trabalho a efetividade do direito de seu cliente e dance conforme a música, não se esqueça, você SEMPRE estará representando acima de qualquer outro, os interesses de seu cliente.
    Em suma, faço minhas as palavras do Profº Chacon, quem não leu, que leia, e quem já leu, vale a pena recordar, pois são posturas que devemos observar a cada dia diante de cada situação que a vida profissional nos apresentar.

    Abraço à todos.

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  3. Fato é que, atualmente, não há como pensar em um profissional do direito que seja e ou esteja alheio às ocorrências no mundo.

    Não consigo visualizar uma profissional, advogado, que não saiba ou não se interesse por temas, assuntos, notícias, de áreas como finanças, marketing, organização, planejamento, política, geografia, história, etc...

    Se o Direito já é imenso, suas fontes várias, com característica totalmente mutável, imagine como deve ser um dos seus operadores, qual seja o advogado?

    O advogado não pode se limitar, se concentrar e se satisfazer com uma especialidade, uma área do Direito. Pode sim, ser muito bom, competente e eficaz em uma ou algumas delas. Mas, obrigatoriamente sua mente tem que viajar e conhecer diversos outros assuntos, que com certeza, lhe proporcionará muito mais domínio, atitude, segurança, resultado!

    Advogado, aprenda e se interesse sempre!

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  4. Cartas a um jovem advogado é uma ótima leitura e motiva os profissionais da área jurídica.
    O advogado profissional liberal é contratado para resolver uma demanda. Resolveu, recebeu. Vale quanto pesa.
    Se é empregado, resolve todos os problemas (cria outros) e no final do mês pega o salário.
    Hoje tenho visto advogados especializados (professores universitários, advogados de carreira, magistrados aposentados) que pesa muito no bolso do cliente e é contratado por advogados empresários para dar o parecer sobre um assunto específico. O advogado empresário costura a colcha de retalhos que mais agrada o cliente (orientando e assessorando) para que possa tomar uma decisão, assumindo os risco.
    Não vá esquecer de colocar no relatório, contrato, parecer, as palavra mágica: s.m.j.
    Sábio é o homem que chega a ter conciência da sua ignorância.

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  5. Interessei-me muito pela leitura do citado livro e certamente a realizarei.
    Sou muito interessado pelas demais áreas, elas que não são diretamente afetas ao direito: as exatas, as biológicas...gosto muito da palavra interdisciplinariedade.
    Entendo ser fundamental que o operador do direito utilize, aplique e conheça as características das outras áreas em seu trabalho. Ora para compreender melhor o que se passa com seus clientes, ora para ser convincente, fazer que sua tese, até mesmo por questões técnicas que o juízo desconheça, seja vitoriosa, seja claramente procedente.
    Assim, de grande valia àquele que se abre as outras áreas do conhecimento e delas retira tudo que pode para fazer melhor e mais completo seu ofício.

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  6. Embora a "engenharia" seja vista como bixo de sete cabeças pelos profissionais das áreas humanas, no caso, pelos advogados (dentre os quais me incluo), com razão o autor levanta este tipo de conhecimento.

    O exercício da nossa profissão envolve muita burocracia e formalismo, nem sempre necessários.

    É tarefa do advogado não alimentar esta burocracia, além disso, buscar um caminho que leve à solução do problema do cliente. Melhor ainda se for ele primeiro a desbravar aquele caminho, demonstrando criatividade e raciocínio.

    Colegas, vamos levar em frente com competência a missão do adogado de resolver problemas e não criá-los!

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  7. Eu conheço uma excelente advogada na área de aposentadoria. Tentei várias vezes me aposentar pelo INSS e nao consegui. Depois que coloquei a causa nas maos dela, as coisas deram certo. Chama-se Dra. Raquel. Devo mto a ela

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