19 de abril de 2012

ORATÓRIA FORENSE - falar bem!



Caros leitores!


Hoje quero lhes apresentar um projeto muito especial. Gostaria de lhes propiciar a leitura de um pequeno trecho do meu novo livro.


Oratória é uma ferramenta essencial para o profissional do Direito. O livro dedica um capítulo para esse tema. Por isso destaquei na postagem de hoje uma parte do capítulo 9 "Noções de Oratória" (p. 164).


Para falar em público é muito importante, entre outros fatores, ter conhecimento do assunto e com isso gerar a necessária credibilidade. Leia um pequeno trecho:


"Conhecimento do assunto e credibilidade.

Reinaldo Polito destaca em sua obra acima citada os atributos mais importantes para que você domine a oratória: a credibilidade, a voz, o vocabulário, a expressão corporal, a aparência (p. 26). Uma das grandes missões do advogado é convencer, é fazer com que sua informação seja aceita pelo ouvinte, sob pena de falar sozinho, ou de não convencer.

Entre outros fatores, inclusive, constantes da obra citada, para que um orador atue com credibilidade é preciso falar com naturalidade, envolvendo a emoção e o sentimento, demonstrando, sobretudo, ter conhecimento e autoridade no assunto.

Ora, para que você possa falar com naturalidade e demonstrar conhecimento e autoridade no assunto, é preciso conhecer bem o assunto, estudar antecipadamente, inclusive, treinar. Um orador não inventa o conteúdo, um orador não fala sobre o que não conhece, não quer fingir ser o que não é.

O orador busca em seu conhecimento a ferramenta para fazer valer positivamente a sua palavra, fala sobre o que conhece, diz o que exatamente é. Se a platéia imaginar que você está inseguro, falando sobre algo que não conhece ou cujo conteúdo não foi previamente preparado, haverá descrédito, desconfiança, e sua tarefa não será cumprida. O orador deve conseguir falar ao público como se estivesse naturalmente conversando sobre o assunto, tamanho o domínio que exerce sobre o mesmo. Isso é naturalidade.

Outro apontamento importante é lembrar que o orador deve guardar coerência com sua atividade profissional, mesmo que, ainda como estagiário. Não haverá credibilidade se você não externar isso dentro e fora do escritório ou do seu ambiente de estágio. A conduta exemplar, respeitosa, educada, organizada, responsável com os prazos e compromissos etc. irão ajudá-lo a construir uma imagem sólida que, por sua vez, aumentará a credibilidade do seu discurso! Acredite!

A oratória no cotidiano forense é essencial. O próprio estagiário, quando vai ao Fórum extrair cópias de um processo, precisa exercitar sua oratória – e, às vezes, sua paciência – no balcão dos cartórios. Falar quando a paciência está esgotada, exige muito mais domínio! É um bom treino!

A oratória também pode se apresentar, por exemplo, quando o advogado vai até o gabinete do juiz para despachar determinada petição ou pedido urgente. Ao entregar-lhe a petição impressa o advogado terá um minutinho só de atenção, na maioria das vezes, dois minutinhos ou um pouco mais! Ou seja, é preciso dominar muito bem a oratória: comunicar com exatidão o problema (a lide) e a pretensão (o pedido), bem como destacar a urgência do caso. Isso, em dois minutinhos ou mais, exige que o advogado seja um bom orador, que tenha domínio do assunto, que sugira ao olhar atento do juiz uma boa credibilidade.

Se o advogado entra na sala de audiências e deixa transparecer insegurança, medo, ou mesmo arrogância, certamente deixará uma impressão inicial prejudicial. Se chegar com papéis soltos, caindo no chão, levados pelo vento do ventilador, amassados, com a gravata solta e desfiada, também deixará uma primeira impressão. A primeira impressão é a que fica, e se ela for ruim, reverter esse quadro posteriormente não será fácil.

O advogado deve dominar o assunto, conhecer o problema e a situação que vai apresentar ao juiz como ninguém! Só assim transparecerá credibilidade e reforçará sua tese!

Dica: se vai despachar um pedido de tutela antecipada com liminar e existem três motivos para que a tutela seja concedida, o ideal é separar a sua fala em três etapas: abertura com a exposição do problema e da lide; explanação sobre o motivo principal de sua tese; citação dos motivos secundários com fechamento no pedido que pretenda alcançar. Mais vale um argumento bem explicado do que três argumentos mal explicados!".

Gostou? Conheça um pouco mais clicando aqui: PRÁTICA FORENSE.

Advocacia Hoje Luis Fernando Rabelo Chacon @LuisFRChacon www.cmo.adv.br